Coluna ABRH: Nem tão sigiloso assim: O lado ruim da Internet

Cuidado ao utilizar a internet foi a principal recomendação da Diretora Jurídica da ABRH-BA – Associação Brasileira de Recursos Humanos – Seccional Bahia, Ana Moraes durante a palestra ministrada por ela na última quarta-feira, em mais uma edição do Happy Business. O encontro reuniu empresários e diretores de organizações para debater sobre a utilização da Internet de forma digitalmente correta, a prevenção de crimes digitais, segurança da informação, orientação sobre como se comportar nas redes sociais e linguagem. O evento foi realizado pela ABRH-BA e teve o patrocínio da Ecobenefícios Good Card. Com o tema “O Mundo Está Conectado. Direito Digital, Riscos e Oportunidades na Web”, a palestrante apresentou dados importantíssimos sobre a rede e a sua evolução no mundo. “Tivemos a evolução mais rápida no que se refere à informação, entretanto, é preciso estar atendo aos riscos que corremos diariamente quando expomos informações pessoais e profissionais em computadores compartilhados”, afirmou Ana Moraes. De acordo com a especialista, as empresas devem manter uma política interna rígida que evite prejuízos futuros e informar aos seus funcionários que eles são monitorados internamente e o que pode e o que não pode ser feito nos computadores das organizações. Deve-se ter cuidado em realizar o bloqueio da tela do computador, guardar as senhas e documentos confidenciais todas as vezes que se ausentarem da sua estação de trabalho. É preciso monitorar todas as ações dentro de uma empresa garantindo a segurança das informações, visto que, o ativo intangível da empresa é o seu maior bem. Em casa, os pais precisam atentar-se para tudo o que é postado pelos seus filhos, pois judicialmente são os responsáveis que respondem. “Não se pode pensar que existe anonimato na internet, isso é uma ilusão. Uma perícia digital pode encontrar todas as informações necessárias para se chegar ao autor”, disse Moraes. É preciso que todos estejam atentos aos crimes digitais que são cada vez mais comuns. Ter cuidado com os perfis falsos em redes sociais, com e-mails desconhecidos e principalmente conteúdos particulares e senhas. Dados mostram que por dia são enviados 247 bilhões de e-mails em todo o mundo, mas 81% deles são spans. Além disso, todos os dias os internautas estão expostos a riscos como roubo de identidade, acesso indevido, pedofilia, ameaça, discriminação, espionagem e outros crimes. “Cerca de 70% dos adultos em todo o mundo já foram vítimas de crimes cibernéticos. No Brasil estelionato e pedofilia são os crimes mais comuns”, informou Moraes. Os crimes da vida real são os mesmos da vida digital, portanto é preciso ter cuidado com tudo o que é disponibilizado na internet e os acessos que são feitos diariamente. Todos os crimes cibernéticos estão previstos no Código Penal: calúnia, difamação, injúria, ameaça, violação ao direito autoral, apologia ao crime, preconceito, pedofilia, pirataria e muitos outros. Por isso, a perícia digital é o grande aliado da polícia federal para desvendar os crimes cibernéticos. A internet é hoje um grande e importante aliado para muitos estudantes e profissionais, mas é preciso ter responsabilidade e cautela em tudo o que se faz, afinal, uma vez postado na rede não se tem como voltar atrás, fica muito difícil no mundo virtual a aplicação do Direito de Arrependimento. “Se você for vítima de um crime cibernético e na sua cidade* e não existir uma delegacia específica para isso, procure a polícia civil e registre uma queixa, isso facilita a busca pelo autor e ajuda a polícia federal caso seja necessário. Outra forma de formalizar o ato ilícito causado, a exemplo de dano através de uso indevido do e-mail da pessoa, é realizando a Ata Notarial, através do cartório de Registro de Documentos o cidadão pode relatar o fato ao escrivão do cartório e proceder com o registro.É importante que a vítima tire uma cópia da tela do site para se ter uma prova”, recomenda Ana Moraes. *Em Salvador ainda não existe uma delegacia especializada em crimes digitais. Qualquer ocorrência deve ser feita na Polícia Civil.