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Coluna ValoRH: Um Novo Sistema Educacional

A coluna desta semana trata sobre a importância de rever do atual formato do sistema educacional brasileiro

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01/10/2014 às 9:11 • Atualizada em 01/09/2022 às 19:48 - há XX semanas
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Como a nossa coluna também trata de educação, não poderíamos nos furtar de, em época de eleições, comentar as propostas relacionadas ao aprimoramento do sistema educacional brasileiro. Sabemos que boa parte dos problemas relacionados com a empregabilidade se remetem à fraca formação básica. Todas as propostas apresentadas são muito bem intencionadas e, como sempre ocorre, propõem-se a aumentar os salários dos professores, investir 10% do PIB em educação, construir mais escolas e adotar o turno integral. Tudo muito bem intencionado e parecendo seguir sempre o mesmo script do politicamente correto e daquilo que poderíamos considerar óbvio e do que ninguém ousa discordar. Evidentemente, se oferecermos instalações de primeira linha para as crianças, se os professores ganharem excelentes salários e aplicarmos o turno integral, todas as crianças passarão a aprender muito mais e mais rápido. Todos parecem acreditar nisto, recaindo no receituário básico proposto pela aclamação popular e unanimidade. Contudo talvez a questão da educação básica, e da educação de forma geral, não seja tão simples de resolver. Algo soa naive em meio a estas propostas, visto que jamais foram implementadas e, ainda que houvesse de fato uma tal quantidade de recursos disponíveis, que sabidamente, não temos – lembrando que estão vinculados ao já mítico e quase pré-lenda, a caminho de se tornar lenga-lenga, o famoso “pré-sal”, a mãe divina de todas as soluções, será que de fato somente estes incrementos seriam suficientes para melhorar o nível da educação brasileira? Veja as oportunidades de emprego para Bahia e BrasilPara quem é pai de crianças em idade escolar, sobretudo no ensino fundamental, e se deu ao trabalho, seja porque precisou auxiliar as crianças no aprendizado, seja para monitorar o que é ensinado, e se fez ou faz isto com relativa constância, talvez para alguns pais, mesmo que seus filhos estejam matriculados em boas escolas particulares, algumas inconsistências em nosso sistema de ensino se apresentam claramente. A primeira inconsistência que nos salta aos olhos é o dirigismo e excessivo controle exercido pelo MEC sobre o conteúdo das escolas e sobre o material didático chancelado. Uma análise dos livros didáticos existentes não deixa de causar certo espanto. O fato é que em matérias como geografia e ciências é quase impossível aprender uma coisa ou outra, bem como nas disciplinas de história, tudo apresentado de forma ora distorcida, ora confusa e ora sem um fio condutor lógico. No caso de matemática, diante de todos os recursos existentes para o ensino de matemática disponíveis na Web, como o Geogebra, e recursos audiovisuais ricamente ilustrados, como os Kahn Academy entre variadíssimos outros, utilizam-se livros texto de qualidade e didática bastante duvidosa. Enfim, as crianças – melhor dizendo, seu pais, são obrigados a comprar e levar para a escola todos os anos montanhas de livros que acabam sendo descartados ano após ano. Por experiência própria um pai pode perceber rapidamente que para explicar qualquer assunto ao seu filho, caso ele não tenha captado o conceito em sala de aula, basta acessar um conteúdo exemplificado e disponível na Internet para auxiliá-lo. Para cada ponto, conceito e tema, existe uma explicação disponível muito mais didática, e apresentada de forma muito mais interessante e objetiva do que o que se apresenta nos livros didáticos impressos de hoje.
Este é um assunto que certamente levantaria uma ramificação infindável de discussões correlatas, e provavelmente contrariaria sobremaneira os interesses de boa parte da indústria editorial brasileira que depende da chancela do Estado, leia-se MEC, para poder comercializar seus livros. Mas não dá para deixar de pensar em nosso sistema educacional como defasado, retrógado e amarrado. O sistema perverso canalizado no ENEM contribui para uniformizar e mediocrizar o ensino de maneira a permitir o “acesso democratizado” a um ensino superior claudicante. E não há quem possa enfrentar este sistema, ainda que em prejuízo do tal ENEM. Mas e se todo o conteúdo, ao menos os das escolas públicas, pudesse ser compilado em sua espinha dorsal, contando com um sistema de classificação de novas referências ? Porque não existe formalmente o “reforço escolar” para os alunos e sistemas de atendimento online aos alunos, via redes sociais que praticamente todos acessam ? Porque não um ensino totalmente digital, baseado em portais de ensino com conteúdo muito mais amplo e consistente ? Seria por custo ? Ora, o custo de um sistema com materiais devidamente classificados - e não censurados, com fontes audiovisuais de aprendizado, fixação de conceitos, exercícios, tutoria e reforço, online, custaria tanto assim ? Estudantes da rede pública e gratuita das universidades poderiam ser convocados a prestar o serviço de tutoria online para compensar a mensalidade que não precisam pagar. Os comprovadamente carentes poderiam até receber uma bolsa por isto. Abre-se aqui um leque de oportunidades e aprimoramento que poderiam aprimorar o sistema brasileiro de ensino de uma forma muito mais eficaz do que apenas despejar os tais “recursos do pré-sal”, que ninguém ainda viu ou sabe se existem de fato, no sistema de ensino, sem uma estratégia minimamente definida. Enfim, parece que falta ao Estado brasileiro a compreensão de que é possível abrir um mundo de aprendizado e de recursos para ajudar no aprendizado dos alunos usando aquilo que os alunos sabem usar tão bem, que é a Web. E porque não aulas de programação ? O fato é que as propostas muitas vezes rasas dos candidatos à presidência não vão além das boas intenções e não tocam na quebra de paradigma que precisamos definitivamente superar no Brasil. Um tablet, fabricado em volume, pode custar perfeitamente R$ 150,00 ao aluno da rede pública, ou menos... Um acesso anual wireless pela internet, associado à matrícula na escola poderia custar R$ 100,00 por ano. E quanto custariam todas aqueles livros didáticos ao Estado, que são fornecidos todos os anos ? Estamos falando de US$ 100,00 anuais. Já aquela montanha de livros de papel, custa quanto ? Quanto custaria um portal da educação básica ? Está na hora de pensarmos na tecnologia, definitivamente, como uma ferramenta de sala de aula. As informações e materiais de ensino existem em profusão na Internet. Montar planos de aulas poderia ser realizado perfeitamente a partir de um Portal bem planejado e implementado. O resto, depende de vontade política e coragem de abandonar dogmas estabelecidos.

Sérgio Sampaio
E-mail: [email protected]
Consultor de TI da ValoRH. Engenheiro, empresário da área de Tecnologia da Informação, proprietário da IP10 Tecnologia.

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