Até consolidar sua marca no cenário da moda e transformar a assinatura em produto, o estilista Jeferson Ribeiro levou, pelo menos, quatro anos para construir o respaldo profissional e a imagem que sustenta no mercado.
“O que esperam da gente na área que atuo é o novo, o interessante e o surpreendente. É justamente isso que tento atrelar tanto a minha marca pessoal quanto à assinatura do meus produtos”, conta Ribeiro, que é conhecido pelas criações de moda feminina, acessórios, estampas e sustentabilidade, como os óculos em madeira desenvolvidos em parceria com a marca paulista Leaf.
“É uma assinatura minha que é construída a partir do meu envolvimento com estes projetos, que concretizam meu pensamento criativo, sustentável, criações e consolidam a minha marca pessoal”, pontua Jeferson, que em uma das cinco edições que participou da semana de moda Dragão Fashion Brasil, que acontece em Fortaleza (CE), chegou a ser o único estilista baiano a desfilar uma coleção própria.
Quem sabe usar o marketing pessoal tem um aliado na hora de alavancar o sucesso, como afirma o psicólogo e headhunter da Trend Recruitment, Marcelo Olivieri. “É preciso definir onde quer chegar e de que forma quer ser reconhecido. Ser você mesmo, sem exageros ou criação de uma imagem fantástica. Exponha seus resultados e crie uma rede de relacionamento para troca de experiências, boas práticas, conhecimentos. Nenhum trabalho bem feito é reconhecido se não for visto”, analisa.
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Dosagem certa
Para se tornar esta referência é fundamental ser bom no que faz. “Não adianta falar e se comunicar bem se não fizer seu trabalho com excelência. Atingir as metas e buscar superá-las é essencial, assim como investir na carreira e estar sempre disposto a aprender”, acrescenta Olivieri.
O especialista chama ainda atenção para os possíveis excessos na hora de expor a marca, entre eles, fazer o marketing pessoal sem conteúdo, mentir, ou “bajular” demais na tentativa de obter méritos.
“Não adianta aparecer apenas por aparecer. Saiba o momento certo de se expor e tome cuidado com exposições em excesso. Você pode se tornar a ‘pessoa chata’ que tenta ‘se vender’ o tempo todo. O objetivo é mostrar a qualidade do seu trabalho”, recomenda.
E aí entra também, a questão ética, fundamental para sustentar a imagem do profissional no mercado. Para o gerente sênior da Michael Page Recrutamento e Seleção, Leandro Pedrosa, para ter fama é necessário ter alicerce.
“Se você é um bom marqueteiro vai conquistar resultados rápidos. Mas para sustentá-los, eles precisam ser bons. As conquistas reais, trabalhos realizados, tudo isso vai chancelar esta fama sem inventar um personagem”.
E lembre-se, não adianta bancar o sabe-tudo: “O diferencial entre quem sabe usar a marca pessoal e aquele que só pensa em aparecer está no planejamento e no que o profissional faz de concreto. É definir o público que quer atingir e como chegar até ele e traçar a maneira melhor de se expor. Isso tem que ser bem pensado e executado”, diz Pedrosa.
Confira cinco passos para consolidar sua marca pessoal
1. Qualidade: é preciso ser bom no que faz. Não faz sentido saber se vender e se comunicar bem se na hora de mostrar serviço deixa a desejar. Atingir as metas e buscar superá-las é essencial.
2. Sua imagem: de que adianta ser o melhor profissional em sua especialidade se ninguém souber o que você está fazendo? A exposição na dose certa com um bom marketing pessoal é outro ponto importante. Lembre-se que o marketing pessoal não é criar um personagem ou dizer que sabe fazer tudo, mas sim construir uma imagem baseada naquilo que realmente você fez de concreto. Pense nas características que gostaria que fossem associadas a você. Como deseja ser reconhecido? Criar uma marca pessoal significa vender quem você é, o que faz e para alguém. Por isso, planeje bastante a imagem que deseja construir, defina o público que quer atingir e trace metas com relação à maneira que irá se expor.
3. Bom humor, bom relacionamento, comunicação: você não precisa ser a pessoa mais extrovertida do mundo, mas é necessário fazer bons relacionamentos e ser uma pessoa acessível, cordial e parceira nas relações de trabalho.Tratar bem, construir um network e uma rede de relacionamentos forte e consolidada fazem parte deste processo. Conhecer as pessoas certas fará com que estas pessoas falem bem de você e assim estimula a circulação e a credibilidade da sua marca pessoal.
4. Reputação: se você tiver tudo isso e não agir com ética, pode esquecer sua marca pessoal, pois em algum momento ela será manchada. E sua fama de bom profissional também. Não minta, nem diga que fez algum projeto que não fez. Evite jogadas de marketing arriscadas só para chamar atenção. O responsável pela sua marca pessoal e todo legado dela é você.
5. Referência: primeiro o profissional precisa ser referência para seus pares e superiores, depois para sua área, posteriormente para sua divisão, unidade de negócio, corporação como um todo. Aí sim ele pode começar a investir mais em trocas de informações com outras empresas, dar palestras, escrever artigos, dar entrevistas. Desta forma ele começa a ser visto pelo mercado e pode se tornar uma referência maior.
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Redação iBahia
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