Estão abertas até o próximo dia 16 as inscrições para a décima oficina de vídeo coordenada pela artista multimídia baiana Mônica Simões. As aulas começarão no dia 20 abril no atelier-residência da fotógrafa, videomaker e artista plástica na casa do Boulevard no Jardim Baiano, Nazaré. A iniciativa termina no dia 21 de maio com a exibição dos vídeos realizados pelos alunos durante a oficina. A maioria das aulas acontecerão sempre às terças e quintas-feiras, das 19 às 21 horas, com exceção do período de gravação e edição. Com carga horária total de 64 horas, a oficina é destinada aos interessados em processos criativos e arte eletrônica, artistas visuais, além de estudantes de cinema, comunicação, fotografia e artes plásticas. “O conceito é o do exercício do olhar para buscar novos ângulos na abordagem de um tema na produção de um vídeo”, salienta a coordenadora da iniciativa.
A estrutura da oficina é baseada em aulas teóricas e práticas com objetivo de transmitir noções básicas de roteiro, direção, produção, fotografia, sonoplastia e edição, tendo como resultado final a elaboração por cada grupo de alunos de um vídeo de roteiro autoral de até cinco minutos de duração. “A oficina vai possibilitar que os participantes encontrem caminhos próprios na elaboração do roteiro, exercitem o olhar, trabalhem com poucos recursos alcançando resultados originais e criativos e, finalmente, discutam novas possibilidades de roteiro”, atesta Mônica Simões.
A iniciativa vai possibilitar que os alunos vivenciem todas as funções que envolvem a linha de produção de audiovisual, como roteirizar, fotografar, fazer trilha sonora, editar, divulgar e exibir. “Isso permitirá que cada um possa descobrir para qual das funções está mais apto ou tem mais talento para exercer”, sintetiza a artista multimídia. Como referência da diretriz conceitual da oficina, Mônica Simões cita uma frase do ícone do cinema documentário brasileiro, o cineasta Alberto Cavalcanti: “Não confie na narração para contar sua história; as imagens e o som devem fazer isso. Comentários irritam e comentários gratuitos irritam mais ainda”.
A artista multimídia revela que as edições anteriores do ciclo de oficinas, iniciado em 1995, já renderam vídeos que impulsionaram a carreira de novos talentos ao ganharem prêmios em festivais locais e nacionais. “O público das oficinas sempre foi muito heterogêneo e inclui adolescentes apaixonados pela imagem em movimento que, às vezes, têm uma câmara, mas não sabem direito o que fazer com aquilo. Também tivemos muitos profissionais liberais interessados em fazer vídeo por prazer ou até pela própria demanda do seu trabalho”, analisa, acrescentando que os alunos recebem certificado ao concluírem a oficina.
Aprimorando o olhar – Apesar de aberta para iniciados ou não no universo do vídeo enquanto linguagem e ter temática livre, Mônica Simões faz questão de destacar o caráter especial da empreitada. “Essa não é uma oficina simplesmente técnica. Passa pela prática e pela tecnologia, mas é essencialmente relacionada com conteúdo, discussões, referências e mostra de material. Uma das coisas fundamentais nela é o estímulo ao aprendizado do desenvolvimento da percepção. Para quem já é profissional ou amador, ela serve para refinar e descobrir novas possibilidades dentro dos seus próprios projetos”, ressalta.
A oficina conta com o auxílio de profissionais das áreas de produção e de edição de imagem. A videomaker convida renomados profissionais de roteiro, fotografia e áudio/sonoplastia/trilha sonora para fazerem palestras segmentadas para enriquecer o conteúdo programático. ”A oficina é coordenada por mim, mas passo por todas as etapas. Sou fotógrafa e foi da fotografia que passei para a direção. Não sei apertar botão, mas do conceito eu entendo. Eu contrato um editor de imagem, um montador que pensa, que ajude, que instrua, para ficar disponível porque os alunos ficam com muita ânsia de conhecer tudo”, explica.
Com essa iniciativa, a artista multimídia prossegue com a nova fase do seu atelier-residência iniciada com a recente exposição Intervenção Doméstica, que colocou a casa do Boulevard novamente no mapa cultural da cidade. “Quero continuar o projeto de ocupação dessa casa, que pertenceu a meu avô, Presciliano (o pintor baiano Presciliano Silva) . O primeiro start desse novo momento foi a última exposição. Aqui já ocorreram momentos culturais importantes na época de meu avô, de minha mãe,a atriz Maria Moniz, e do Atelier Bar”, relembra. Ela considera um privilégio ministrar aulas da oficina de vídeo dentro de um espaço que foi pensado para servir à elaboração artística. “Ele foi construído para ser um atelier. Ele tem seis metros de ‘pé direito’ (altura vertical do chão ao teto), que é uma coisa única. A luminosidade do local inspira”, garante. O atelier vai abrigar todos equipamentos necessários para viabilizar a oficina, como: retroprojetor; telão; ilha de edição e câmeras fotográficas e de vídeo. “Não é obrigatório que o participante tenha equipamento. Se tiver ótimo porque pode trazer para aprender a manejar, mas coloco meus equipamentos à disposição”, completa.
O horário de atendimento para as inscrições é até o dia 16 de abril, de segunda a sexta, das 9 às 16 horas, no atelier-residência, na Rua Boulevard Suíço, nº 11, no Jardim Baiano, Nazaré ou pelo e-mail [email protected]. Maiores informações podem ser obtidas pelo mesmo e-mail ou pelos telefones (71) 3321-5043 / 8204-3395. As vagas são limitadas.
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