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Acervo Zoológico recebe duas obras abandonadas do artista Jenner Augusto

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31/03/2009 às 14:32 • Atualizada em 29/08/2022 às 13:22 - há XX semanas
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Dois painéis em azulejo, datados de 1957 e de autoria do artista plástico Jenner Augusto - um dos ícones do Modernismo na Bahia - foram restaurados pelo IPAC (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural), órgão da Secretaria de Cultura do Estado, e passarão a fazer parte, agora, do acervo do Zoológico de Salvador. A inauguração acontece nesta sexta-feira, dia 3, às 9 horas, na entrada do Zôo, com entrada pelo Alto de Ondina.

As duas obras de arte estiveram sob risco iminente e foram deterioradas durante o período de oito anos, a partir do fechamento do restaurante do Alto de Ondina, localizado no bairro de mesmo nome, em Salvador. A antiga edificação, pertencente à Saeb (Secretaria de Administração do Estado), estava sendo demolida pela Sucab (Superintendência de Construções Administrativas da Bahia) em março do ano passado (2008), quando o IPAC foi chamado para avaliar as obras de arte. Na oportunidade, o secretário Marcio Meirelles anunciou compromisso de fazer a restauração completa dos painéis e conseguir um novo local para a instalação das peças.

Um dos painéis, criado em sentido vertical, é figurativo e retrata elementos zoomórficos - animais da fauna brasileira - em monocromático azul e com dimensões de 2,75m x 1,81m. Esse painel, que está instalado agora em frente ao Museu do Zôo, esteve parcialmente protegido da intempérie já que se encontrava em área coberta da antiga ruína do restaurante. Já o outro, policromado, com motivos de figuras humanas representando crianças e nas dimensões de 0,91m X 5,5m, encontrava-se em área externa sofrendo a ação do tempo, maresia e salinidade e, por isso, perdeu cerca de 40% da sua textura original.

“No mesmo dia em que o IPAC foi informado, os especialistas do órgão iniciaram levantamentos técnicos no local”, diz o diretor do IPAC, Frederico Mendonça. Segundo o diretor, a retirada dos painéis foi um trabalho extremamente delicado. “Ambos os painéis são compostos por azulejos tipo comum de 15,8 cm X 15,5 cm, que têm espessura fina e foram assentados, à época, de maneira inadequada já que utilizaram ‘nata de cimento puro’ sobre concreto, o que é contra-indicado e poderia comprometer a integridade do trabalho”, relata o diretor do IPAC.

Os painéis estão entre os primeiros trabalhos coloridos produzidos em azulejo feitos no Brasil. O zôo abriga e preserva essas obras por ser um local bem freqüentado, seguro e ter ligação com o tema dos trabalhos.

O artista Jenner Augusto (1924-2003) nasceu na cidade de Aracaju, Sergipe. Em 1940 mudou-se para Salvador, tendo na década de 1960 se notabilizado por suas pinturas em telas tendo como motivo o bairro de Alagados. Participou da mostra Baianos na Filadélfia (EUA, 1966), fez exposições na França, Itália, Holanda, Inglaterra, Bélgica e outros países. No Brasil expôs nas cidades do Recife, São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e outras. Seus trabalhos constam do acervo de importantes Museus e coleções particulares. Jenner foi um dos integrantes do movimento de renovação das artes plásticas na Bahia, durante a década de 50, junto com Mário Cravo Jr., Genaro de Carvalho, Carlos Bastos e Carybé, entre outros. Antes disso, em seu estado, foi o precursor da Arte Moderna, já que em 1949 realiza os murais decorativos do Bar Cacique, com claras referências à obra de Portinari.

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