“Anabazys”, de Paloma Rocha e Joel Pizzini, chega aos cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador a partir de 27 de março. Premiado em Brasília e com passagens em festivais internacionais, o filme recria a memória e o método de produção de “A Idade da Terra”, de Glauber Rocha.
No mês em que Glauber Rocha completaria 70 anos de idade - dia 14 de março – “Anabazys”, de Paloma Rocha e Joel Pizzini, chega às telas dos cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, com patrocínio da Infraero e distribuição da Riofilme. O documentário é um inventário poético sobre a gênese, a erupção e a ressonância de “A Idade da Terra”, filme de Glauber que anunciou em 1980 a revolução audiovisual contemporânea. O filme estréia nos cinemas dia 27 de março e tem pré-estréia marcada para os dias 23 no Rio de Janeiro e 25 em Salvador.
“Anabazys” é o filme-testamento sobre a gênese de “A Idade da Terra” (de Glauber Rocha) e recria a memória, o método e o contexto político de sua produção como forma de amplificar a percepção do cinema de Glauber. O título faz alusão ao nome dado pelo autor a uma das primeiras versões de seu roteiro original. Neste ensaio, há cenas inéditas extraídas das 60 horas encontradas do material bruto não aproveitado na montagem final de 'A Idade' e que flagram a dicção delirante de Glauber nas filmagens.
- Considero “Anabazys” uma experiência radical de reciclagem cinematográfica na medida em que editamos sobras de filmes esquecidos nos arquivos brasileiros, e recriamos com as imagens e voz de Glauber parte de nossa história política e cultural. A parceria com Pizzini foi fundamental para que eu mantivesse o distanciamento necessário para a releitura da última obra de meu pai, na qual participei como atriz e continuísta. Me libertei a cada fotograma recuperado – Paloma Rocha, diretora e produtora executiva.
- Narrado em primeira pessoa pelas 'vozes' de Glauber, “Anabazys” o filme, experimenta as lições visionárias de um artista no auge do processo de ruptura da linguagem cinematográfica do final dos anos setenta. Um filme 'sob' um filme onde o autor assume também o papel de ator de sua verdade históryka. Um filme com Glauber Rocha no personagem principal – Joel Pizzini, diretor.
Realizado pela Paloma Cinematográfica, com direção de Paloma Rocha e Joel Pizzini, o documentário tem 98 minutos e foi produzido a partir do projeto de restauração e difusão da obra do cineasta Glauber Rocha “Coleção Glauber Rocha”, patrocinado pela Petrobras em 2007. Para sua versão cinematográfica o filme conta com o patrocínio da Infraero e com a Co-Produção do Canal Brasil, CTAv/MINC e PóloFilme. Em 2007, “Anabazys” participou do 64º Festival de Veneza e, no mesmo ano, recebeu dois prêmios na 40º edição do Festival de Cinema de Brasília: melhor montagem e prêmio especial do júri. Em 2008 recebeu ainda o prêmio de melhor montagem no CineEsquemaNovo. Agora em março, o filme participará da competitiva de documentários da 2º edição do Los Angeles Brazilian Film Festival (evento que prestigia o cinema brasileiro e que também irá celebrar a carreira do legendário diretor Glauber Rocha).
Sobre Anabazys / Documentário, colorido, 35mm, Rio de Janeiro, 2007.
Ao investigar as motivações estéticas e a luta incansável de Glauber Rocha pela liberdade no país, “Anabazys” procura examinar as raízes dos pré-conceitos forjados historicamente contra “A Idade da Terra, o filme-testamento do cineasta baiano. Um filme sobre um filme onde o autor assume também o papel de ator de sua verdade histórica. Com imagens inéditas de Glauber no exílio e cenas de seu programa de televisão, Abertura, “Anabazys” esclarece a postura polêmica do diretor durante a ditadura, em defesa das aberturas democráticas no país. Um filme com Glauber Rocha.
Ficha Técnica
Protagonistas: Glauber Rocha (arquivo), Tarcísio Meira, Norma Bengell, Ana Maria Magalhães, Jece Valadão, Orlando Senna, Fernando Lemos, Oliveira Bastos, Tetê Catalão, Carlos Castello Branco, Ismail Xavier, Antônio Pitanga, Caco Caetano, Raul William, Paula Gaitán, entre outros.
Realização: Paloma Cinematográfica e Tempo Glauber
Co-Produção: Canal Brasil, CTAv/MINC e PóloFilme
Direção e Argumento: Paloma Rocha e Joel Pizzini
Produção Executiva: Paloma Rocha
Direção de Produção: Tássia Milly
Direção de Produção (Tempo Glauber): Sara Rocha
Fotografia: Ajurimar Salles, Daniel Neves, Robson Rumin e Ricardo Stein
Montagem: Ricardo Miranda
Segundo Montador: Alexandre Gwaz
Montador Assistente: Marina Meliande
Som: Felipe Rodrigues e Bruno Espírito Santo
Edição de som: Carlos Cox
Mixagem: Carlos Cox e Ricardo Cutz
Patrocínio: Infraero
Apoio: Associação dos Amigos do Tempo Glauber e Fundo Nacional de Cultura, Cinemateca Brasileira, Estúdios Mega, Rumin Filmes e Labocine do Brasil.
Distribuição: Riofilme
Filmografia Paloma Rocha
Alvorada Segundo Krizto (1987); Notícias de Paulo Emílio (1988); Fantasia Triunfal (1988); Narrar-te (1989); Abry (2003); Elogio da Luz (2004); Retrato da Terra (2004); Depois do Transe (2005); Milagrez (2007); Anatomia do Sonho (2007); e Barravento Visto Por (2008).
Filmografia Joel Pizzini
Caramujo-flor (1988); O Pintor (1994); Enigma de um dia (1996); Glauces, estudo de um rosto (2001); Suíte Assad (2002); Abry (2003); Elogio da Luz (2004); Retrato da Terra (2004); Helena Zero (2006); 500 Almas (2005); Depois do Transe (2005); Dormente (2006); Milagrez (2007); Anatomia do Sonho (2007); e Barravento Visto Por (2008).
Sobre Glauber Rocha
Glauber Rocha nasceu em Vitória da Conquista, Bahia, em 14 de março de 1939. Estreou no cinema com o curta experimental “O Pátio”, em 1959. No ano seguinte, rodou o seu primeiro longa-metragem: “Barravento”. O filme que chamou a atenção da crítica e já evidenciava o talento do diretor. Em 1963, Glauber realiza aquele que seria considerado o divisor de águas do cinema nacional: “Deus e o Diabo na Terra do Sol”. Desde então, a polêmica se tornou uma rotina a cada um de seus filmes. Ao todo, o cineasta fez 10 longas e 08 curtas, tendo a luta pela liberdade como tema recorrente. Glauber, que também ficou consagrado por obras como “Terra em Transe”, “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro”, “O Leão de Sete Cabeças” e “Câncer”, entre outras, acumulou prêmios ao longo de sua carreira. O diretor morreu de septicemia, no Rio de Janeiro, no dia 22 de agosto de 1981. A obra intelectual e artística de Glauber compreende hoje uma ampla documentação, incluindo romances, vídeos, poemas, peças teatrais, pinturas e desenhos, cujos originais estão depositados no Tempo Glauber, centro cultural responsável pela preservação do vasto acervo do cineasta baiano: www.tempoglauber.com.br
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