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Bom Texto lança romance ambientado às margens do São Francisco durante a ditadura

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04/06/2010 às 13:49 • Atualizada em 27/08/2022 às 4:14 - há XX semanas
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A Bom Texto Editora está lançando em junho o segundo romance de Carlos Barbosa, Beira de rio, correnteza: ventura e danação de um salta-muros no tempo da ditadura. O autor retorna ao São Francisco, cenário de seu primeiro romance, para contar a história de Gero, um adolescente que lê livros estranhos, um fracote, que ainda sofre os efeitos de recente tragédia familiar, o sumiço do irmão Toninho no rio. Ao se envolver com Liana, vive as delícias do amor e os tormentos do ciúme. E, enquanto um comando especial do Exército vasculha a cidade e as redondezas na caça do guerrilheiro Carlos Lamarca, escondido em algum lugar por ali, Gero torna-se o principal ator nos acontecimentos da que pode ser chamada de 'noite das rajadas'.

Segundo o autor, 'não se cresce impunemente na beira de um rio como foi o São Francisco. Agora não mais, mas na minha região o São Francisco era fonte primordial de vida e a via de conexão com o resto do mundo. Era também espaço amoroso e lúdico. Havia pouca vida fora do rio. E muita tragédia também em suas águas, das enchentes às mortes por afogamento, infelizmente, comuns. Quando a rodovia federal tocou o rio, no início da década de 1970, alguns desses aspectos se superpuseram, outros trocaram de mão, e aqueles trágicos se acentuaram.” E tal experiência não poderia ficar de fora de sua literatura.

A perseguição aos guerrilheiros Carlos Lamarca e Zequinha Barreto, em setembro de 1971, foi um acontecimento histórico impressionante e perturbador para os moradores da região. Carlos Barbosa era um deles. Esse evento sempre o atormentou para ser transfigurado literariamente. E, ao contar a história de amor entre o adolescente Gero e Liana, uma misteriosa mulher que veio do Sul, a escrita o levou para aqueles dias de insegurança e medo.

O autor trata com lirismo o rio e sua correnteza, uma onda contínua que carrega com ele. O título evidencia um simbólico embate entre a matéria – a estática “beira do rio” – e o tempo – a “correnteza” que passa inexoravelmente. Ao mesmo tempo, Carlos Barbosa gera outra dicotomia: recupera ficcionalmente um fato importante e trágico da nossa história recente, com a liberdade que o romance permite, e narra a história de amor de Gero e Liana.

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