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ENTRETENIMENTO

Conheça os coletivos que fazem a diferença em Salvador

Eles se reúnem para conscientizar os vizinhos, melhorar a paisagem urbana e espalhar arte pela cidade

• 06/07/2014 às 13:01 • Atualizada em 31/08/2022 às 8:47 - há XX semanas

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Salvador é cidade grande. A população é de milhões, e todos compartilham o mesmo espaço. Cada bairro tem história, tem gente e vocação para ser ocupado. A responsabilidade por eles é dividida entre o poder público e os soteropolitanos. Afinal, quem não conhece o lugar onde mora não vai saber o que cobrar do governo para melhorar seu pedaço de cidade. O Correio encontrou coletivos de pessoas que descobriram que são gestores dos seus espaços. Eles se reúnem para conscientizar os vizinhos, melhorar a paisagem urbana e espalhar arte pela cidade.
O Xaréu foi pintado na descida da Ladeira da Praça, na Baixa dos Sapateiros, pelos participantes do Musas (Foto: Alex Dantas/Divulgação)
Quer saber se tem algum por perto ou ajudar outro projeto? É só acessar salvadormeuamor.org ou escrever para [email protected]. O site reúne os coletivos que acreditam na transformação. A seguir, confira quatro iniciativas. O museu no museuDe frente para a praia fica o Museu de Street Arte de Salvador (Musas). É só chegar para tomar banho de mar, descobrir histórias de quem mora por lá e admirar os grafites, boa parte deles pintados a céu aberto, nos arcos do Solar do Unhão. Sem tanto prestígio quanto o vizinho, a comunidade ao lado do Museu de Arte Moderna decidiu criar as suas próprias galerias em 2012. Como arte é coisa grande demais para ficar entre quatro paredes, os traços dos idealizadores da ideia, Jocivaldo Silva e Júlio Costa, espalharam o conceito do Musas pela cidade: já trabalharam no Calabar, Baixa do Petróleo (Massaranduba), Cidade de Plástico (Periperi). “Continua a ser um único museu, mas do nosso jeito de fazer museu: a céu aberto, qualquer lugar pode virar galeria”, explica Júlio. Julio e Jocivaldo, conhecido como Bigode, são moradores da Cidade Baixa. Foram convidados para grafitar na comunidade do Solar e ficaram impressionados com a boa vontade das pessoas e o potencial do lugar. Com outros amigos do coletivo Nova10ordem, criaram o projeto de um museu de street art.
Da esquerda para a direita, Bigode, Júlio, Costa e Hilton, artistas plásticos do museu (Foto: Alex Dantas/Divulgação)
O Musas tem sede própria e é mantido por iniciativas de artistas. O importante é querer doar tempo e conhecimento para a comunidade. Para participar, é só acessar o site ilovemusas.com e entrar em contato. A recompensa é a liberdade, garante Bigode. "As pessoas passaram a ter medo de andar na cidade e lugares lindos como a comunidade do Solar não são visitados. Os moradores daqui divulgam e são curadores da arte. Além disso, participando de um projeto como esse eu descubro histórias que um sujeito não contaria nem para jornalistas", diz. Cidade dos artistas Oficina de modelagem, performance, artes plásticas: o coletivo VISIO. é feito por artistas que transformam a paisagem da cidade. Os participantes atraem gente que não está acostumada a consumir arte, mas que reconhece beleza quando vê. “Uma senhorinha disse uma vez ‘que coisa mais linda. Devia ter isso todo dia’, para a gente. As pessoas valorizam o nosso trabalho”, conta Andrea May, idealizadora do coletivo. O nome é VISIO. e o ponto no final faz toda diferença: é ponto de encontro de quem quer mudar Salvador. Ele surgiu em 2010, quando Andrea convidou amigos artistas plásticos para uma criação coletiva e aberta no Icba. Ela conseguiu atrair gente do mundo inteiro.
Crianças fazem oficina de modelagem (Foto: Alex Dantas/Divulgação)
O primeiro projeto foi um sucesso e dele vieram outros. "Eu acredito muito na força do coletivo para passar ideias e convocar público. Dali saem amizades, subprojetos, são caminhos a serem experimentados. Esse espaço coletivo pode ajudar bastante, principalmente quem está começando", afirma Andrea. O coletivo é aberto e aceita ideias e colaborações de outros artistas. Para participar, veja os contatos no site visioponto.blogspot.com.br. Que ladeira é essa?Antes de aparecer no noticiário policial, a Ladeira da Preguiça era conhecida como uma das passagens para o mar mais bonitas da cidade e foi uma das incubadoras do Carnaval de Salvador. Por ela andavam artistas como Gilberto Gil - ele gostou tanto que compôs até música. Mas a Preguiça perdeu o status de ícone baiano e ganhou o título pesado de cracolândia. De tanto que se diz e se disse de lá, a canção não parou de perguntar: que ladeira é essa? Marcelo Teles, o quinto de uma geração que cresceu no lugar, percebeu que se a comunidade não respondesse, apresentadores de TV sanguinolentos fariam isso por eles. Em 2013, transformou a questão no Centro Cultural Que Ladeira é Essa. Fez parcerias com mais coletivos e, junto com os moradores, transformou tudo. Primeiro, pintou uma casa por semana. Na sede do centro cultural, doada por um morador, ele ensina jiu-jítsu, chama parceiros para oficinas de arte e montou uma biblioteca. “Já diminuiu bastante o estigma da comunidade. Não temos apoio financeiro e não sei escrever edital. Não tenho dotes artísticos, não sou instruído, mas de alguma forma reuni as pessoas e executei tudo. Acho que essa é minha missão", afirma. Para colaborar, é só ligar: (71) 8778-5675. De todos os baianosExistem duas formas de olhar para o que é público. Uma é achar que ele não pertence a ninguém. A outra dá mais trabalho: perceber que é de todo mundo e a responsabilidade é compartilhada. Débora Didonê optou pela segunda. A gaúcha se mudou para Salvador há três anos e, assim que chegou, decidiu cuidar da cidade. Viu um canteiro cheio de lixo no Vale do Canela e usou as redes sociais para reunir amigos e mudar a paisagem. Daí, decidiram espalhar a ação. Assim nasceu o Canteiros Coletivos. Um grupo que quer melhorar o espaço público e, mais que isso, ocupá-lo. "Se a pessoa tem medo de andar na rua é porque não se entende dentro de um grupo que pode aproveitar a cidade. A ideia é resgatar isso, lugares onde as pessoas queiram estar juntas", explica Débora. O Canteiros atua em parceria com as comunidades de cada bairro. Dele surgiu o projeto Formação Cidadã e Portal dos Canteiros Coletivos, uma série de oficinas que acontece nas comunidades do Gantois e Engenho Velho de Brotas. Participe em: canteiroscoletivos.com.br.

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