Muitas pessoas recorrem a métodos mirabolantes para perder a famosa barriguinha. E quando se trata de atividade física a primeira escolha é sempre fazer centenas de abdominais. O problema é que esta prática nada mais é do que um grande mito, um tabu a ser quebrado. "Algo que além de não produzir os resultados esperados pode produzir inúmeros danos à saúde, dependendo das condições físicas da pessoa que realize o exercício", alerta o fisioterapeuta Leonardo Machado.Para o bom entendimento da questão, é importante observar a anatomia e a fisiologia do corpo humano e concluir que todo o nosso sistema visceral é recoberto pela musculatura abdominal. E, quando esses músculos se contraem, acontece um consequente "esmagamento" dos órgãos e respectivo aumento da pressão interna. É importante frisar que os vasos sanguíneos que irrigarão os órgãos também serão comprimidos e isto dificultará a chegada natural do sangue até os órgãos e acarretará em uma lentidão maior de todo o trânsito linfático."Durante o momento do exercício, quando feito de forma dinâmica, os abdominais serão responsáveis por um bombeamento sanguíneo fantástico, porém, a resultante do trabalho será um aumento do estado de contração desta musculatura (a barriga "durinha") e que implicará na diminuição das trocas circulatórias ao longo do tempo", explica o fisioterapeuta. E a consequência dessa diminuição é lentidão no trânsito intestinal, balonamentos (o que criará, mais tarde, a distensão abdominal) e eventual retenção linfática. Outro ponto importante é o volume abdominal. Que pode existir não apenas por culpa das gorduras extras, mas sim em razão de gases. E nesses casos, quando há a contração dos abdominais, existe uma tendência de comprimir uma estrutura com limites para compressão. "A resultante desta ação será um aumento na pressão intra-abdominal que tende a extravasar em zonas de maior fraqueza que são a linha alba, linha inguinal e região umbilical, causando respectivamente as diástases abdominais (separação da musculatura), hérnias inguinais e umbilicais", conclui o Dr. Leonardo.Resumindo, os exercícios abdominais devem ser realizados apenas em pessoas que se encontrem com liberdade de tensões corporais, com pleno funcionamento do sistema visceral e sem o aumento do volume/pressão abdominal para evitar qualquer prejuízo ao bom funcionamento do corpo humano. Algumas dicas úteis:- Palpe o seu ventre e tente verificar se há a possibilidade de penetração da mão no seu interior. Caso o mesmo mostre-se tensionado e expulse as suas mãos, temos o indício de um eventual aumento da pressão abdominal e/ou tensão pré-existente da musculatura. Não faça abdominais. - Esqueça o conselho clássico preconizado por alguns educadores físicos sobre a manutenção de uma contração abdominal constante no dia a dia e durante a prática dos exercícios. Isto, além de ser anti-fisiológico é ilógico por remeter a uma atividade consciente em um corpo que possui a maioria das suas respostas ocorrendo de forma oposta e involuntária.
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