Foi aberta ao público, na noite desta quinta-feira (25/3), na Galeria Mestre Abdias, sede do Instituto Mauá – Pelourinho, a Sala do Artista Popular (SAP) “Maragogipinho e a tradição do barro”. A exposição reúne cerca de 600 peças em cerâmica tradicional do município de Maragogipinho, distrito de Aratuípe, no Recôncavo Baiano, entre potes, moringas, vasos, miniaturas, alguidares, bois-bilhas, esculturas e santos. “A SAP é um evento de grande importância enquanto resgate, promoção, difusão e fomento do artesanato de raiz e, também, um reconhecimento do trabalho do artesão e de valorização da sua produção, que representa a cultura de um povo”, destacou a diretora do Mauá, Emília Almeida.
O Instituto é parceiro do Programa de Promoção do Artesanato de Tradição Cultural – Promoart, ligado ao Ministério da Cultura, responsável pela realização das SAPs. “Temos um termo de cooperação com o Mauá, que fica responsável pela aquisição de peças dos pólos artesanais pelo menos duas vezes ao ano; porque não adianta a gente trabalhar apoiando a produção e a divulgação, se não há ocorre a comercialização”, explica a gestora técnica de projetos do Promoart, Iara Ferraz. O Programa também conta com a parceria da Secretaria de Cultura, por meio do Ipac. “Essas duas secretárias são o nosso tripé na Bahia para o desenvolvimento das ações”, afirmou.
Nesta edição - a quarta realizada no estado como fruto da parceria -, a SAP homenageia o mestre ceramista Vitorino Moreira, 90 anos de vida e 80 dedicados ao ofício artesanal. “Meu pai representa a cultura viva de Maragogipinho”, lembrou Nádia Moreira, que recebeu as honrarias em nome de Vitorino, ausente por problemas de saúde com a esposa. Ele, que já teve seu trabalho exposto em Nova Iorque e trabalhou com artistas plásticos de renome internacional, como Udo Knoff, Caribé e Grace Gradin, ganhou espaço de destaque dentro da mostra, que reproduz a sua tradicional barraca de artesanato na Feira de São Joaquim, onde comercializa sua produção há mais de 70 anos.
Além de Vitorino, “Maragogipinho e a tradição do barro” apresenta o trabalho de outros 10 artesãos. “O nosso artesanato tradicional estava esquecido com o surgimento de novas tecnologias, e é importante esse resgate do nosso ofício, que é a nossa fonte de renda”, comemorou o presidente da Associação dos Oleiros de Maragagopinho, Denisval de Souza, artesão desde criança.
A exposição fica em cartaz até 28 de abril, com visitação gratuita de segunda a sexta, das 9h às 17h. Todas as peças estão à venda – o valor mínimo é de R$ 1, e o máximo é de R$ 247,50 (boi-bilha). A próxima edição da Sala do Artista Popular será em agosto, com a produção em cerâmica
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