A obra do polonês Maciej Antoni Babinski, radicado no Brasil a partir
de 1953, chega à CAIXA Cultural Salvador no próximo dia 25 de março. A
mostra, que fica aberta até três de maio, faz parte dos projetos
selecionados pelo edital de ocupação dos espaços da CAIXA Cultural
para 2009. A abertura, para convidados, acontece na terça-feira, dia
24, às 20h.
São 41 águas-fortes, xilogravuras e litografias, produzidas entre 1963
e 2008, que têm a paisagem brasileira como tema de destaque. Entre
elas, há 15 imagens inéditas, que serão exibidas ao grande público
pela primeira vez agora na CAIXA Cultural Salvador.
As águas-fortes do período mais recente foram criadas já em Várzea
Alegre, interior do Ceará, onde Babinski reside desde 1991, depois de
se aposentar pelo Instituto Central de Artes da Universidade de
Brasília (ICA/UnB).
A curadora Elizabeth Nasser destaca que as obras mais recentes
permitem um diálogo com as anteriores, criadas até 1986, e revelam o
percurso de esforço e concentração empreendido pelo talento criador do
artista. “Mas a sua gravura não é apenas cerebrina, resultado só de
cálculo e razão”, diz Elizabeth. Para a curadora, “Babinski é
altamente sensível e a atmosfera lírica que envolve sua criação
torna-se visível para o observador”.
Na obra de Babinski, “é o belo-horrível que se apresenta ao olhar do
espectador, que o incomoda e o faz refletir e que, sobretudo, não o
deixa acomodado”, diz a curadora.
Babinski nasceu em Varsóvia, na Polônia, em 1931. Estudou desenho e
gravura em Montreal, no Canadá, onde participou ativamente da vida
artística, expondo com o grupo de vanguarda “Les Automatistes”. A
primeira exposição individual acontece no Canadá, em maio de 1953,
pouco antes do desembarque no Rio de Janeiro, como imigrante. No Rio,
onde viveu até 1965, Babinski realizou duas exposições individuais de
gravuras, desenhos e aquarelas.
Muda-se depois para Brasília, convidado a lecionar no ICA/UnB, e onde
conclui várias gravuras. Vítima do clima político da época, deixa a
UnB e segue com a família para São Paulo um ano depois. Ali, entre
1966 e 1974, o artista realiza a parte principal de sua obra gravada.
Em 1974 muda-se novamente, desta vez para Araguari e cinco anos depois
para Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Convidado a lecionar na
Universidade Federal de Uberlândia (UFU), viveu na cidade entre 1979 e
1987. Com a abertura política, em 1988, foi reintegrado à UnB e lá
permaneceu até se aposentar em 1991.
É no Triângulo Mineiro que Babinski trabalha o tema da paisagem, em
aquarelas, gravuras e pinturas a óleo. A série completa das paisagens
gravadas, densa e representativa, está na exposição que chega agora à
CAIXA Cultural Salvador.
Elizabeth conta que a partir de 1979, já em Uberlândia, as paisagens
são substituídas por quadros de atelier. “A água-forte reaparece
somente depois de mais uma paisagem, cujo foco, desta vez, é a parte
rural do Ceará”. Foi já em Várzea Alegre que o artista gravou e
imprimiu a última série de gravuras, datadas de 2006.
Serviço
O quê: Exposição “Babinski Gravuras”
Abertura: terça-feira, 24 de março de 2009, às 20h
Visitação: entre 25 de março e três de maio de 2009, de terça a
domingo e das 9h às 18h, com entrada franca e visitas guiadas para
escolas, ONGs, instituições de apoio social e grupos em geral.
Quanto: gratuito
Onde: CAIXA Cultural Salvador - Rua Carlos Gomes, 57 – Centro, Salvador
Telefones: (71) 3322-0228, 3322-0219
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