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'The handmaid's tale': 3ª temporada desvia foco da violência

Menos sombrios, novos episódios chegam ao Brasil neste sábado

Redação iBahia • 14/06/2019 às 10:22 • Atualizada em 27/08/2022 às 21:34 - há XX semanas

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Quem diria que um dia seria possível atribuir o adjetivo “esperançoso” a “The handmaid’s tale — O conto da aia”. Mas é exatamente esse o clima que paira sobre Gilead na terceira temporada, cujos três primeiros episódios entram nesse sábado no Paramount+, serviço de streaming que pode ser acessado pelo Now, plataforma da Net (as temporadas anteriores estão na íntegra no Globoplay). Os próximos episódios serão lançados semanalmente, aos sábados.

Uma das séries de maior prestígio da atualidade, a distopia criada por Bruce Miller a partir do romance homônimo de Margaret Atwood conseguiu se renovar graças a uma mudança fundamental: June (Elisabeth Moss) — a protagonista que fornece o ponto de vista pelo qual observamos as atrocidades de um mundo dominado por uma ditadura teocrática — cansou de ser vítima. Agora, ela quer revolução.

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Essa é a resposta ao controverso final da segunda temporada, no qual June dispensa a chance de se refugiar na democracia canadense para permanecer em Gilead, ex-EUA, onde aias são estupradas por patriarcas com o objetivo de repovoar um planeta infértil. Ela não quer apenas sobreviver e resgatar sua filhinha Hannah, mantida sob os cuidados de uma família fiel ao regime. Ela quer desestruturar o sistema.

A nova temporada começa com June indo morar com o Comandante Lawrence (Bradley Whitford), uma autoridade do governo que, sob os panos, ajuda rebeldes a escapar do país. Parece a condição ideal para a heroína pôr em prática seus planos, mas aos poucos Lawrence se revela mais do que um revolucionário enrustido. Sua personalidade é instável e suas atitudes, imprevisíveis. Talvez ele seja até um psicopata. Assim, embora “The handmaid’s tale” tenha mudado de tom, com menos violência e sofrimento, ainda há muito perrengue à vista.

— Gilead é um lugar brutal, e lugares brutais se expressam por meio da brutalidade. Não é porque estou cansado de violência que ela vai parar — afirmou o showrunner Bruce Miller ao jornal inglês “Independent”. — Além disso, há o elemento de alerta. Não filmamos crueldades à toa, porque aí seria como pornografia. Infelizmente, existe muito material que vem da realidade.



O paralelo entre o universo da ficção e o mundo real é, afinal, uma das forças da série. A estreia, em 2017, coincidiu com a posse de Donald Trump, tida como símbolo do avanço do conservadorismo nos EUA. Para muitos, a distopia de “The handmaid’s tale” já não parecia tão fantasiosa assim. Atualmente, deputados de vários estados americanos votaram para banir ou limitar o acesso das mulheres ao aborto. Tendência semelhante é vista em várias partes do mundo. Bruce Miller usa até o Rio de Janeiro como exemplo. Ele esteve aqui no ano passado para participar de um painel no Rio2C, e ficou surpreso com o clima político no país. Na ocasião, em entrevista ao Globo , ele admitiu: “Seria ótimo se a série fosse menos relevante”.

Duas outras questões ajudam a entender o sucesso da atração. Uma delas é o fato de produtores e roteiristas terem expandido de maneira criativa o universo criado por Margaret Atwood, seguindo a tendência de outras séries cujas tramas se desprenderam dos romances que as originaram, como “The leftovers” e “Big little lies” (“Game of thrones” é um caso mais polêmico). Na segunda temporada, vimos partes de Gilead até então desconhecidas, como as Colônias — espécie de campos de concentração onde mulheres que cometeram algum tipo de heresia são forçadas ao trabalho escravo. E, agor a, ganha cada vez mais força a tão esperada revolta das aias.

Foto: Divulgação

Ao mesmo tempo, os produtores mantiveram-se fiéis ao espírito do livro.— Sei que as pessoas sentem que a história está indo para além do livro, mas ainda é sobre June e Gilead. Eu sempre estou em contato com Margaret. Ela lê todos os roteiros — ressalta Miller, lembrando que a autora vai lançar em setembro deste ano uma continuação intitulada “The testaments”, ambientada 15 anos após os acontecimentos do romance original, publicado em 1985.

O segundo motivo tem a ver com a propriedade com que a condição feminina é retratada. Miller afirmou que seu papel como produtor é contratar diretoras e roteiristas mulheres, que são maioria nos bastidores. Não há interferência no trabalho delas, disse ele ao GLOBO.

Na nova temporada, June afirma que uma cultura feminina está finalmente se formando em Gilead, na forma de resistência. A frase vem do livro de Margaret Atwood, mas só agora foi inserida na série.

— Eu adoro o fato de ( a frase ) mostrar que uma cultura das mulheres pode ser tão tóxica quanto positiva — disse Miller ao “Independent”. — É uma cultura de mulheres que foi inflamada e se virou contra si mesma.

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