A adoção do Enem como processo seletivo por cada vez mais instituições e as múltiplas possibilidades oferecidas pelo exame já influenciam na metodologia de educação do ensino médio. Para a diretora de Educação Básica da Secretaria de Educação do Estado (SEC), Ana Lúcia Gomes, a atual formação disciplinar não está de acordo com as demandas do Enem.
“Se o exame se estabelecer, o que é a tendência, vai exigir políticas públicas diferentes e uma requalificação curricular”. Segundo Ana Lúcia, a mudança deve vir da formação dos professores. “A gente tem que formar professores sem esse caráter fragmentado e priorizar as áreas, discutir a transversalidade”, avaliou.
“O desafio está justamente na mudança do currículo da educação básica e da formação de professores.
Com a formação ampliada nas dimensões de estética, valores e política, a educação vai cumprir seu papel de função social”, discorreu.
A ausência de aulas sem articulação com outras matérias é apontada por Ana Lúcia, como um fator que torna a prova do Enem difícil.
“Com uma formação ampliada para além do cognitivo, quando o aluno passar a ter essa rotina vai ficar mais fácil. A prova não é mais cansativa, ela só é menos usual”. A ampliação do Enem, segundo a diretoria, já influencia outros vestibulares, que se tornam mais contextualizados para atender às novas exigências. Segundo a educadora Ana Paula Vargas, a diferença está mais concentrada na abordagem do conteúdo em sala de aula do que o próprio conteúdo em si.
“Antigamente, o professor se preocupava apenas em transmitir o conteúdo, agora ele transmite, mas também precisa interpretar e motivar o aluno a estabelecer conexões”, exemplificou.
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