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Professor comenta duas questões de atualidades; confira

Temas vão do domínio do Estado Islâmico a biodiversidade da Floresta Amazônica

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30/09/2015 às 17:25 • Atualizada em 27/08/2022 às 23:11 - há XX semanas
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O professor de atualidades, Adão Albuquerque, comentou 02 questões para a página especial do iBahia: o Educação em Movimento. Confira os textos e comentários e fique ligado! 1 - Desde o início de 2014 o Estado Islâmico vem expandindo os seus domínios sobre regiões do Iraque e da Síria, chegando até bem próximo do limiar da fronteira desses dois países com a Turquia. Esse progressivo avanço do Estado Islâmico tem provocado uma enorme tensão na região do Oriente Médio com reflexos no Ocidente. A origem deste grupo está ligada: a) A Primavera Árabe na Tunísia e na Líbia que gerou um grupo de excluídos, ligados aos seus antigos ditadores, que agora, expatriados, procuram criar um Estado próprio. b) A uma ramificação da Al-Qaeda (organização terrorista jihadista fundada por Bin Laden e responsável pelos atentados de 11 de setembro de 2001) com o objetivo de criar um Califado naquele território. c) A resistência do povo muçulmano diante do avanço da cultura ocidental em países árabes, notadamente no Iraque, depois da invasão norte-americana em 2003. d) Ao cumprimento das profecias muçulmanas de criação de um Califado que viria a substituir todos os governos estabelecidos no mundo árabe. e) A vingança do mundo árabe pelo morte de seus lideres Osama Bin Ladem e Sadan Hussein. COMENTÁRIO: O aparecimento de grupos extremistas islâmicos no Oriente Médio tem suas origens em questões políticas inerentes a dinâmica dos países daquela região, mas também devem ser analisados como um reflexo da intervenção ocidental (leia-se EUA e União Europeia) na historia daquelas nações, especialmente a partir da criação do Estado de Israel em 1947 sem nenhuma previsão para a organização e reconhecimento político das centenas de milhares de árabes que também ocupavam a Palestina. Os anos que se seguiram só aprofundaram os choques de interesses locais e globais sobre a região, agravados pela dependência mundial do petróleo, maior riqueza da região. O atentado do 11 de Setembro de 2001, nos EUA, perpetrado pela Al-Qaeda, aumentou o volume dessas tensões, ao abalar os alicerces da hegemonia norte-americana perante a comunidade internacional. O Estado Islâmico é uma derivação desse confronto entre o ocidente e o oriente, que mais que uma questão cultural, é uma tentativa de criar uma nova realidade social, política e econômica distante dos moldes do capitalismo tradicional, sem deixar, contudo, de ser mercantilista, imperialista e mercenário. 2 - A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo. Não apenas a sua rica biodiversidade, mas sua relação com o clima também tem grande importância para o planeta. Segundo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a Amazônia influencia na geração de chuvas e na manutenção do clima ameno e sem grandes eventos extremos da América do Sul. Amazônia tem uma grande capacidade de puxar a umidade do oceano para o continente. Em lugares sem cobertura florestal, o ar que entra no continente acaba secando e resulta em desertos em terrenos distantes do litoral. A floresta amazônica atuaria então como uma bomba d'água que “puxa” a umidade dos oceanos. Na Amazônia, as árvores extraem grande volume de água do solo e do oceano e o lança na atmosfera através da transpiração. Cada árvore amazônica de grande porte pode evaporar mais de mil litros de água por dia. A estimativa é que floresta amazônica transpire 20 bilhões de toneladas de água por dia (20 trilhões de litros). A grande umidade evaporada pelas árvores gera “rios voadores” na atmosfera, que carregam vapor e geram correntes aéreas (ventos) que irrigam regiões distantes. O fluxo de água é conduzido por territórios a leste dos Andes e para áreas continente adentro, no sentido oeste e sudeste.
Os mecanismos que explicam as chuvas na Amazônia podem explicar o volume de chuvas na região sudeste do Brasil, em especial no Estado de São Paulo. Diante disto podemos afirmar que: a) O desmatamento da Amazonia pode enfraquecer a força dos “rios voadores” em direção ao Sudeste brasileiro desviando-os para a região Centro-Oeste, podendo chegar até ao Nordeste do Pais por conta do estabelecimento de uma área de alta pressão nesta parte do Brasil. b) O desmatamento altera os padrões de pressão e pode causar o declínio dos ventos carregados de umidade que vem do oceano para o continente. Com menos árvores, a chuva na região pode diminuir e até cessar por completo. c) Os rios voadores tem sua direção influenciada pelos ventos Alíseos de Sudoeste que empurram essa gigantesca massa liquida em direção ao Sudeste do Brasil. d) O desmatamento pode reduzir as chuvas na Amazônia e no resto da América do Sul, mas não eliminá-las, já que uma parte do vapor d’agua que forma essas chuvas vem da evaporação dos rios da região e esta condição não esta ligada a existência da floresta. e) As chuvas na região norte dependem unicamente da umidade vinda do Oceano Atlantico, que gera os “rios voadores” que se chocam com os Andes e retornam para a própria região, alimentando seus rios e árvores. COMENTÁRIO: A compreensão da dinâmica do Planeta Terra, em particular, de seu clima, só pode se traduzir em conhecimento científico se levar em conta as múltiplas relações que se estabelecem entre seus elementos bióticos e abióticos, entrelaçando-os com os impactos das ações antrópicas. A sociedade humana tem definido um padrão de produção e de consumo que invariavelmente representa níveis de interferência extremamente perigoso para o equilíbrio dos elementos naturais, pondo em risco a própria existência humana, já que, em ultima instância, é ela a maior prejudicada desse processo depredatório. Entender que as chuvas do Sudeste brasileiro são em grande parte, reflexo do comportamento atmosférico da Floresta Amazônica, nos ajuda a entender que a preservação dos ecossistemas representa a manutenção e multiplicação da vida em todos os seus níveis. Ao romper o equilíbrio dinâmico da natureza, a sociedade humana entra em rota de colisão com seu próprio futuro. Uma mudança de mentalidade e atitude, inicialmente tomada nos níveis locais, pode gerar, no futuro, uma sociedade planetária mais comprometida com o meio ambiente, entendendo-se como parte integrante e ativa dele.

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