"Lá no garimpo todo mundo pensa na riqueza, mas vive na pobreza satisfeito com o que tem". A cantiga entoada por Seu Coriolano Rocha, o Seu Cori, é um exemplo do esforço desse garimpeiro aposentado, de 86 anos, em preservar suas raízes e a história do garimpo na Chapada Diamantina. Afastado da extração de pedras há 20 anos, quando a prática foi proibida, o aposentado, para não sofrer tanto com a restrição legal, construiu uma espécie de museu nos fundos de sua casa, o "Rancho do Garimpo". A ideia era ensinar aos visitantes como extrair as pedras, mas por ordens médicas agora deve se restringir somente a um bate papo sobre a rotina do garimpo, com os visitantes.
"Música do Garimpo" [youtube Sjgt3R_fn-U] O simpático senhor construiu o "museu" para preservar suas histórias, a memória do garimpo e valorizar o árduo trabalho. No garimpo, aberto aos turistas e estudantes, o visitante é sempre bem recebido, não precisa pagar nada para ouvir e conhecer um pouco da técnica que era adotada pelos trabalhadores em busca das pedras preciosas, entre elas o diamante. Dizem que a região da Chapada Diamantina ainda guarda muitos tesouros, mas os custos para a exploração e o impacto ambiental não permitem que a extração continue.
No "Museu do Seu Cori" peças, utensílios e outros acessórios utilizados no trabalho são expostos para quem quer ver, além da técnica empregada. "Já vi sair 200 quilates de diamantes por mês aqui", diz orgulhoso o aposentado.
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Sem dúvidas, Coriolano é apaixonado pelo que faz e se orgulha em ter comprado a casa, 132, da rua São Benedito, e ter criado seus sete filhos com o trabalho suado e amado do garimpo.