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Aldeias indígenas fazem parte de rota do turismo no sul da Bahia

Cerca de 20 mil indígenas pataxós vivem na área do descobrimento até hoje

Redação iBahia • 18/04/2023 às 14:34 • Atualizada em 14/06/2023 às 17:01 - há XX semanas

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					Aldeias indígenas fazem parte de rota do turismo no sul da Bahia
Foto: Reprodução / Instagram

Porta de entrada dos portugueses no Brasil, Porto Seguro, no sul da Bahia, é sempre citada nas aulas e livros de história. Antes de chegarem, no entanto, indígenas já moravam na região e alguns representantes desse povo seguem por lá. Pelo menos cinco aldeias indígenas resistem em Porto Seguro e entraram na rota do turismo do sul do estado.

Os locais recebem turistas de toda parte do mundo para dividir a cultura indígena e muitas vezes como forma de manutenção das aldeias. De acordo com a prefeitura de Porto Seguro, cerca de 20 mil indígenas pataxós vivem na área do descobrimento até hoje.

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O Centro Cultural Pataxó do Porto do Boi, em Caraíva, distrito de Porto Seguro, os visitantes podem presenciar a vivência indígena, com a história do povo Pataxó, rituais, artesanato, comidas típicas, pintura corporal. A iniciativa de abrir as portas da reserva, há 19 anos, passou pelo sonho de um grupo de indígenas de preservar a sabedoria e a ligação com a natureza, conforme informações da prefeitura de Porto Seguro.

O local pode ser visitado de segunda à Sexta de 9h às 12h e de 14h às 16h e sábado de 9h às 12h. Não é necessário fazer reserva.

Outras aldeias que recebem visitação dos turistas Aldeia de Barra Velha, Aldeia Ingídena Imbiriba, Reserva Indígena Pataxó Aldeia Velha e Reserva Indígena da Jaqueira (leia mais sobre elas no final da matéria).

Como visitar

Apesar de abertas para os turistas, a forma que visitação é feita faz toda a diferença. Esse tipo de passeio faz parte do turismo étnico, que é uma vertente do turismo cultural e valoriza o patrimônio material e imaterial de um determinado grupo étnico.

Em março, os Ministérios do Turismo e dos Povos Indígenas selaram uma parceria fomentar o turismo de base comunitária em comunidades indígenas, preservando as tradições locais. De acordo com o governo federal, a prática da atividade de forma sustentável permitirá a geração de emprego e renda das comunidades que optarem por aderir à iniciativa.

A iniciativa prevê ações de diagnóstico, capacitação, estruturação e comercialização, possibilitando também a inserção de produtos e serviços e fortalecendo o turismo de base comunitária, tendo como foco empreendimentos e experiências lideradas por mulheres.

Em Porto Seguro, uma das principais agências que promove o turismo étnico é a Pataxós Turismo. A empresa possui diversos pacotes que incluem a visitação das aldeias, possibilitando o turista a pernoitar no local e até mesmo fazer uma rota entre as aldeias Pataxós em cinco dias.

A dona da empresa, Maria Luísa Cruz, mais conhecida como Luísa Pataxós, afirma que os passeios são mais do que uma visitação e os classifica como uma "experiência". Segundo ela, as visitações coemçaram a partir de uma demanada dos próprios indígenas.

"Trabalhávamos como turismo da experiência, é uma vivência, não é um passeio. Passeio a gente vai em Trancoso, Arraial. Lá é uma vivência e a duração dela foi aumentando com o próprio cliente. Achavam pouco ficar lá uma manhã só, por exemplo. E aí eu montei o "Dia de Índio", sem pernoite, e depois criamos a opção com pernoite, que o cliente dorme em uma rede, almoça e janta por lá", pontuou.

A história da Pataxós Turismo começou com a aldeia da Coroa Vermelha, ue é a maior aldeia Pataxó do sul da Bahia e a maior do nordeste do Brasil, e depois extendeu-se para a Jaqueira. "Iniciamos com as escolas, só que os professores entravam em contato perguntando se poderiam levar parentes. Os pedidos foram aumentando e chamamos a comunidade e contei o que estava acontecendo e decidimos abrir para todo mundo", contou.

Atualmente, a rota das aldeias passa, além da Aldeia Reserva da Jaqueira, pela Aldeia Juerana, Aldeia Imbiriba, Aldeia Barra Velha e Aldeia Mãe.

A empresária afirma que os indígenas recebem um percentual pelas visitas. "Como precificar isso? Quanto custa ir na árvore e tirar as sementes e fazer um colar? Eu não queria ficar nessa função sozinha, então sentávamos juntos para precificar. E também o SEBRAE fez um trabalho lá, de capacitação com os indígenas, e os ajudaram a entender como negócio e a precificar o serviço. Parte [do valor] fica para a aldeia, que a gente recebia e pagava em dinheiro para eles. Atualmente, que já existe energia elétrica nas aldeias, o cliente pode pagar diretamente lá.", explicou.


				
					Aldeias indígenas fazem parte de rota do turismo no sul da Bahia
Foto: Reprodução / Instagram

Sobre as aldeias

Centro Cultural Pataxó do Porto do Boi

De acordo com o IPHAN, Vilarejo carrega marcas da primeira ocupação europeia no Brasil. Indígenas da Aldeia do Porto do Boi lutam para reeguer o Centro Cultural. No local, os visitantes podem presenciar a vivência indígena, com a história do povo Pataxó, rituais, artesanato, comidas típicas, pintura corporal e muito mais. Neste lugar incrível você pode conhecer mais de perto toda essa cultura ancestral.

A aldeia Pataxó Porto do Boi fica 6 km ao sul de Caraíva.

Aldeia de Barra Velha

Localizada no famoso Parque Nacional do Monte Pascoal, a aldeia de Barra Velha pode ser alcançada de três formas, todas elas capazes de proporcionar interessantes experiências ao visitante: você pode ir a pé, numa leve caminhada de seis quilômetros pela praia de Caraíva; de buggy, aventurando-se por uma belíssima trilha, ou curtindo o trote cadenciado de um cavalo.

A escolha é sua, a emoção é garantida. Os índios Pataxó recebem os visitantes com seus rituais e costumes, e vendem lindas peças de artesanato que vão da bijuteria, ao arco e flecha. Esta aldeia, também chamada de Aldeia Mãe, foi a primeira da região. Foi partindo daqui que os indígenas formaram novas aldeias espalhadas pelos distritos de Porto Seguro.

Aldeia Imbiriba

Na Aldeia Indígena Imbiriba mora uma comunidade de índios Pataxós, onde os turistas são recebidos em uma grande quijeme (Oca) onde os nativos produzem e vendem artesanato, a maior parte com o uso do coco como matéria prima. Vale muito a pena prestigiar os belos trabalhos manuais, que carregam, também, cultura e história dos povos indígenas.

As "lojinhas indígenas" ficam em uma Parada "obrigatória" para os turistas que seguem a estrada de terra sentido à Praia do Espelho, Praia do Satu e Caraíva. Estão no trajeto entre o Vale dos Búfalos (Trancoso) e Caraíva. Ali, também se faz parada de apoio, tem banheiro e lanchonete.

Reserva Indígena Pataxó Aldeia Velha

A Aldeia Velha foi descoberta devido a um sambaqui (acúmulo de materiais orgânicos e calcário fossilizados pela ação do tempo) que teria sido encontrado no local. Os estudos levam a crer que alguns desses sambaquis tenham sido produzidos por povos muito antigos, que viveram na costa brasileira entre 8 mil e 2 mil anos atrás. Há indícios, inclusive, de que o local tenha sido a sede de uma importante aldeia indígena, por isso, a Aldeia Velha, comunidade fundada por indígenas locais, está instalada exatamente ali.

Sinta a emoção de conviver com os antigos habitantes destas terras, conheça seus costumes, suas crenças e lendas. Aproveite para levar para casa um pedacinho do espírito local na forma de artesanato. Fica localizada em Arraial d' Ajuda.

Reserva Indígena da Jaqueira

A Reserva Indígena Pataxó da Jaqueira, localizada a apenas 12 quilômetros do centro da cidade, preserva a história e os costumes dos índios Pataxó e proporciona ao turista uma experiência única. Os visitantes têm a possibilidade de conhecer um pouco da vida de uma comunidade indígena.

Durante o passeio é possível fazer uma leve caminhada por uma trilha de 1,5 km dentro da reserva, permitindo, assim, a observação de espécies raras de árvores nativas, como o pau-brasil, de animais ameaçados de extinção e até mesmo das armadilhas usadas pelos índios para a captura de pequenos animais.

O contato constante com a natureza chama a atenção durante toda a visita. Palestras interativas contam a história e a luta das famílias que vivem na aldeia. Ao final do passeio, o visitante tem a oportunidade de experimentar a culinária indígena. O famoso peixe assado na folha da patioba é preparado com o mesmo ritual e ingredientes que as tribos indígenas usam no seu dia a dia.

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