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Revela pesquisa

Mais de 14% dos indígenas LGBTQIAPN+ já sofreram violência de agentes

Percentual representa mais do que o dobro das agressões a pessoas brancas (5,7%).

Redação iBahia • 17/04/2023 às 13:07 - há XX semanas

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					Mais de 14% dos indígenas LGBTQIAPN+ já sofreram violência de agentes
Foto: Matheus Veloso / Divulgação

Indígenas LGBTQIAPN+ são os que mais sofrem violência por agentes da força de segurança do Brasil. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra da População LGBTI+, realizada pela ONG TODXS, 14,7% das pessoas indígenas LGBTQIAPN+ dizem ter sido agredidos. O percentual representa mais que o dobro de agressões a pessoas brancas (5,7%).

O levantamento também demonstra que as agressões a LGBTI+ indígenas superam as de pessoas LGBTI+ amarelas, (12,9%), pardas (8,1%) e pretas (6,7%). Neste dia dos Povos Indígenas (19 de abril), em que a luta da comunidade ganha destaque, a pesquisa revela, ainda, como os indígenas LGBTI+ também são aqueles que mais sofrem discriminação. Por outro lado, são a população com mais desejo de participar politicamente entre os LGBTI+ (mais detalhes abaixo).

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“Quando a gente fala de um grupo minorizado, a gente fala sobre um grupo que é marginalizado, reprimido e que sofre mais violência. Olhar para este grupo, no caso as pessoas LGBTI+, e colocar recortes de raça nos permite ver que a opressão e as violências contra ele são maiores”, explica o co-Diretor Executivo da TODXS, Gabriel Romão. “É extremamente importante a TODXS trazer não só dados das pessoas LGBTI+ no Brasil, mas também trazer esses dados com seus devidos recortes, para que a gente saiba, dentro da comunidade LGBTI+, quais são os sub-grupos que mais necessitam de suporte social, político e da comunidade como um todo”.

Na pesquisa, a TODXS ainda perguntou se, no período de um ano antes da pesquisa ser realizada, as pessoas entrevistadas já haviam se sentido discriminadas por conta de sua orientação sexual. O número de LGBTI+ indígenas (79,5%) superou os percentuais das outras raças: 69% dos entrevistados que se identificaram como amarelos relataram discriminação por conta de orientação sexual; entre os entrevistados brancos, 71%; entre os pardos, 70%, e 74,6% entre os pretos.

Discriminação nas escolas

Dentro de sala de aula, a discriminação também atinge mais indígenas LGBTI+. 5,38% disseram se sentir muito discriminados por professores, tutores ou coordenadores no Ensino Fundamental. 7,69% afirmaram se sentir constantemente discriminados. Em comparação com a população branca LGBTI+, 4,96% responderam se sentir muito discriminados, enquanto 4,25% se sentem constantemente discriminados.

Participação política

Na pesquisa, é possível ver como está a vontade de mudança política do cenário acima. As pessoas foram questionadas se, para resolver problemas pessoais ou da comunidade, pediram ajuda ou cooperação a autoridades locais, como membros dos Poderes Executivos ou Legislativos. Entre as respostas positivas, a maioria é de indígenas LGBTI+: 9%. Em segundo lugar aparecem pessoas LGBTI+ pardas, com 7,7%.

Ainda de acordo com a pesquisa, indígenas LGBTI+ ocupam o segundo lugar entre aqueles que mais assistem a reuniões de partidos políticos ao menos duas vezes ao ano: 12,1%. O primeiro lugar, neste caso, é ocupado por pessoas LGBTI+ pretas, com 13%. “A gente percebe a necessidade que determinados grupos têm de um olhar mais cuidadoso, de projetos específicos e de mostrar pro poder público a demanda por ações estruturais que mudem esta realidade”, diz Romão.

“É extremamente importante termos representatividade nas articulações políticas para que seja possível uma mudança estrutural, real e de direitos para a população LGBTI+ toda. Hoje, a gente vê algumas pessoas da nossa comunidade nos representando, mas ainda é necessário ter outros recortes de raça, regional, e de idades dentro das representações políticas. Ainda se vê uma grande representação branca e do Sudeste dentro dos espaços políticos, por exemplo. Para que as políticas públicas sejam direcionadas adequadamente, a gente precisa das vozes de quem mais precisa delas”, continua.

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