“Povos originários em cena”, essa foi a premissa do evento proposto pela Rede Bahia na noite desta quinta-feira (13), no Cinema do Museu Geológico da Bahia, localizado no Corredor da Vitória. Uma homenagem para que os desdobramentos históricos daqueles que são considerados os primeiros habitantes no Brasil perpetuem para além do dia 19 de abril.
O evento exibiu, para uma plateia formada por 88 pessoas, o documentário, oriundo da série “Uma História Chamada Salvador”. O projeto audiovisual, gravado durante a pandemia, passeia pela história e raízes da primeira capital do país com um recorte diretamente para os povos indígenas.
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A noite ainda contou com uma roda de conversa formada por indigenistas e profissionais que lutam também pela narrativa importante e histórica do Brasil.
A escritora e pesquisadora indígena Ane Kethleen Pataxó, coordenador de políticas de povos indígenas da Bahia Jerry Matalawê, e o jornalista e advogado Felipe Milanez debateram a relação dos indígenas com portugueses na época do Brasil colonial, as lutas dos povos originários e o atual cenário de luta pela terra que acontece em diferentes regiões da Bahia. A mediação do painel convidado foi feita pelo jornalista Mauro Anchieta.
Ane Kethleen Pataxó reforça que esse espaço traz voz para o povo indígena e reforça ainda mais assuntos que geralmente são esquecidos como a demarcação de território.
"Sem terras a gente não pode viver, não tem como ter saúde, educação de qualidade, não tem como viver em paz. É sempre aquele medo de ser expulso de nossas próprias terras, nossas casas serem destruídas, como já aconteceu [...] é necessário ser implementado matérias o ano todo para sempre trazer a lembrança para a sociedade de que estamos aqui, nós estamos lutando pelo nosso direito e também pela mãe terra, que é a casa de todos nós", disse ela ao iBahia.
Jerry Matalawê também reafirma o pedido de Ane Kethleen e corrobora para que a história dos povos originários não seja mais invisibilizada, como segundo ele, é feita de forma intencional.
"É necessário que a gente possa se entender como sociedade, o acolhimento e o conhecimento sobre a verdadeira história e a possibilidade da gente poder conviver de maneira harmônica. Parece que a questão que a gente é um problema. Eventos como esse é mostrar ainda mais que o povo indígena está em todos os lugares", destacou.
Para Ana Raquel Copetti, diretora de jornalismo da Rede Bahia, é de extrema importância que a empresa traga debates e produza histórias como essa. Do ponto de vista jornalístico, ela acredita que a iniciativa acende o protagonismo dos povos indígenas.
"O nosso papel enquanto produtores de conteúdo é trazer à tona aqueles assuntos que vão provocar transformação na sociedade. A gente tem que ser palco para esses debates. Eu fico muito feliz. Os protagonistas nessa noite são os indígenas, estudiosos desse tema e representantes de entidades", reforçou.
Outra liderança da Rede Bahia que marcou presença no evento foi o Diretor de Programação Alexandre Boyd, ele destaca que os povos originários não sejam tratados apenas no mês e que é papel de toda a sociedade lutar por dias melhores e de paz.
"Isso não pode ser um tema apenas essa semana. Tem que ser uma pauta constante na nossa empresa, né? Estar atento a essas essas questões que envolvem os povos originários os povos indígenas, toda a questão do meio ambiente a questão de pertencimento deles, né? A gente precisa de dias melhores para nossa sociedade e também para o nosso Brasil", disse.
Repórter que narra a história do documentário, Mauro Anchieta, entrega que realizar o projeto juntamente com toda a equipe foi de um grande aprendizado. "Isso faz com que a gente cumpra integralmente o nosso papel como imprensa. Nossa missão é justamente fomentar essa discussão, né? Lançar luz sobre temas sociais e relevantes que muitas vezes não conseguem ser visibilizados", pontuou o jornalista.
