Não sou empresário de Chiquinho de Assis, não o conheço pessoalmente, o Bahia não jogou o fino da bola quarta-feira, e, pra completar, nem acho ele o treinador ideal para o Bahia. É muito "não" para começar um texto, mas aposta por aposta, qual a diferença entre Chiquinho de Assis e Rogério Lourenço? Chiquinho tem até mais tempo de carreira, pois é técnico há 20 anos, época em que Lourenço ainda era zagueiro do Flamengo. E se a ideia da diretoria tricolor era economizar no Campeonato Baiano e contratar um treinador que não criasse muita expectativa, como falou o diretor Paulo Angioni há pouco mais de um mês, então Chiquinho é o cara no Fazendão.
Só que o planejamento de dezembro mudou tão rápido quanto os dois primeiros gols que a atrapalhada defesa tricolor tomou no Ba-Vi de domingo. O Bahia buscou Vadão, sondou Geninho e, sem acerto com nenhum dos dois, voltou seu alvo a PC Gusmão, que cobra dívida do Vasco e quer garantir o bambá de São Januário antes de deixar o Rio. A favor da vinda, a boa relação dele com Angioni e um certo nome no mercado do Sudeste. Contra, o tempo. PC Gusmão vai demorar pelo menos uma semana até acertar a saída do Vasco. Enquanto isso, Chiquinho de Assis ganha alguns dias com o apito na mão.
Melhor assim. Entre apostar em uma solução já ambientada no clube e se endividar para pagar dez vezes mais a um meeiro, fico com a primeira opção, pois não há, no momento, um grande nome livre no mercado.
O tampão de hoje assumiu o time B do Bahia em julho do ano passado, como 14º de 15 times que disputavam o Campeonato do Nordeste e acabou em 5º, a um ponto da semifinal. Já Vadão, Geninho e PC Gusmão têm currículo mais preenchido, mas também não são top de linha.
Gusmão, único ainda disponível do trio, fez um bom trabalho no Ceará – onde passou antes de ser regular a ruim no Vasco –, mas tem uma queda por encher o meio campo de volantes que me desagrada. Juntando a oferta com a procura, Chiquinho vale a pena.
*Herbem Gramacho é sub-editor de Esporte e escreve durante as férias
do editor Eduardo Rocha. Coluna publicada na edição imprensa do
Correio* do dia 11 de fevereiro de 2011
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