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Ainda sem vitória no Ba-Vi, Ney Franco abre o jogo: "isso mexe"

Técnico rubro-negro fala sobre diversos assuntos antes do clássico deste domingo (6), na Arena Fonte Nova. Leia na íntegra

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06/04/2014 às 9:11 • Atualizada em 02/09/2022 às 3:01 - há XX semanas
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Ney Franco busca seu quarto título estadual. Aos 47 anos, depois de levantar troféus com Ipatinga, Flamengo e Coritiba, quer entrar para a história do Vitória. A briga será contra um adversário que ainda não conseguiu bater. Desde que assumiu o Vitória, em setembro de 2013, foram três Ba-Vis: duas derrotas (ambas por 2x0) e um empate (1x1). Em entrevista exclusiva ao CORREIO, Ney Franco abriu o jogo. Falou sobre números, como pretende administrar a vantagem, nova formação do time, relação com Marquinhos Santos e até dos jogadores tricolores que gostaria de ter em seu elenco. Veja também Invicto há 10 jogos e ainda questionado, Marquinhos Santos projeta "Bahia vencedor"
Te incomoda o fato de ainda não ter conseguido vencer um Ba-Vi?
Não sei se a palavra certa é incomodado. Logicamente isso mexe, porque os números estão aí. O currículo de treinador se faz com resultados e o confronto Vitória e Bahia acaba sendo praticamente um jogo que é pinçado de qualquer competição e acaba sendo praticamente o final. O pós-jogo acaba sendo sempre interpretado como se fosse um jogo final. Então, a gente fica com aquele desejo enorme de vencer os jogos. São três jogos apenas também. Um dos jogos o Bahia foi soberano, mereceu a vitória, que foi o jogo do Cristóvão, que eles ganharam de 2x0. O jogo passado agora, embora o Bahia tenha ganhado de 2x0, foi um jogo equilibrado. Mas eu acho que algumas derrotas elas servem pra amadurecer e servem como parâmetros. A gente sabe que não vai ganhar sempre e que não vai perder todas. Logicamente que agora pra esses dois confrontos finais vem uma coisa acima das vitórias, que é você ser campeão baiano. A gente tem os caminhos pra isso. Ganhar os jogos do Bahia ou empatar os dois jogos. Então, vamos armar a equipe para esses dois confrontos em busca do título. Se a gente tiver essa competência para ser campeão com vitórias, melhor ainda, porque além do título você começa a apagar essa marca que está começando a querer pegar, embora tenham sido apenas três jogos que eu vivenciei aqui. Nós vamos ter oportunidade agora de três confrontos seguidos com o Bahia, dois pelo Campeonato Baiano e na quarta rodada do Brasileiro também, porque a gente já deu uma estudada na tabela. Teremos três oportunidades para igualar ou de repente até conseguir realmente eliminar isso aí pra isso não pegar.
O Vitória vai pra cima logo nesse primeiro clássico ou vai utilizar a vantagem?
A gente tem dois jogos para definir um possível título. Você tem que vivenciar muito o primeiro jogo e dentro desse primeiro jogo o que eu peço para os meus jogadores e o que eu peço a partir deste momento é que a equipe tenha um equilíbrio entre os setores ofensivo e defensivo. A gente conseguiu isso muito bem no nosso último jogo, com mudanças não de peças mais de posicionamento dentro de campo. No último jogo nosso a nossa equipe ficou com o sistema defensivo muito bem protegido, mas sem abrir força da parte ofensiva. A equipe ficou muito ofensiva, sem deixar a defesa exposta e o resultado do jogo de 6x0 mostrou isso. Foram seis gols prós e não tomamos nenhum gol. A gente conseguiu nesse jogo o equilíbrio. Esse equilíbrio eu quero ele pra confrontos em jogos maiores, com equipes mais qualificadas. Por que eu tô falando a palavra ‘qualificada’? O Bahia é uma equipe de Série A e daqui a pouco começam os jogos da Série A. Dentro dessa qualificação eu não posso desprezar o Vitória da Conquista porque nós enfrentamos dentro do Campeonato Baiano equipes mais frágeis do que o Vitória da Conquista e a gente jogou muito abaixo do esperado. Então, o jogo contra o Vitória da Conquista é a nossa referência, pois não só o treinador conseguiu ajustar as peças, mas também os jogadores tiveram a consciência de que a equipe sem posse de bola tinha que marcar forte e coma posse de bola tinha que ser ousada, sair pra cima do adversário. É isso que a gente quer a partir desse momento. No ano passado foi dessa forma, a gente achou esse equilíbrio. A equipe defendia bem e fazia muitos gols.
Depois da goleada por 6x0 em cima do Vitória da Conquista no último domingo, você vai mexer no time?
A gente está chegando a um padrão que a gente quer para o Campeonato Brasileiro, porque em alguns momentos o futebol ou uma equipe é só analisada em cima dos jogadores que entram jogando. Nunca se observa um banco de reservas de jogadores que dão mais opções ao treinador de qualificar sua equipe em um segundo tempo, de jogadores com a mesma qualidade técnica de quem entrou jogando, jogadores que vão entrar descansados e podem até de repente aumentar o nível. Acho que nessa final eu tendo dois atacantes de referência, o Souza e o Dinei, me cabe definir se entra os dois ou se um fica para o banco. Por exemplo, se eu optar pelo Dinei jogar e o Souza ficar no banco, ou vice e versa, eu estou trabalhando com a consciência de que eu tenho no banco um jogador de referência com a mesma qualidade de quem está jogando. Se eu optar pelo Marquinhos aberto pelo lado ou o William Henrique, eu tenho uma referência de que se eu tiver um problema com o Marquinhos ou com o William Henrique eu posso substituir porque tenho jogador à altura e que está em um momento muito bom também. Se eu quiser em algum momento da partida posso usar os dois também. Essas alternativas eu acho importantes e fazem uma equipe vitoriosa. Poder olhar para o banco e ver qualidade. Eu percebo que estamos ganhando essas opções na reta final do Campeonato Baiano e acho que elas podem ser determinantes nas finais contra o Bahia, para um bom início de Campeonato Brasileiro e também na primeira fase da Copa do Brasil. Acho que estamos criando mais opções e eu não posso me prender apenas à equipe que entra jogando. Isso tem sido a grande diferença de equipes campeãs. O Cruzeiro no ano passado, você olhava o elenco, o banco. Você mudava e entrava todo mundo muito bem. O treinador conseguiu rodar o elenco. Eu nunca escondi que usei o Campeonato Baiano pra fazer testes, experiências, do plano tático, de posicionamento dos jogadores dentro de campo e também experiências do lado individual, conhecer melhor alguns jogadores, dar oportunidade. Dentro dessa oportunidade a gente descobriu mais um jogador da categoria de base que chegou e chegou bem, que é o José Welison, então acho que no momento certo a gente está tendo opções interessantes e eu não posso me agarrar a só quem entra jogando.
A formação com dois atacantes, usada no último jogo contra o Vitória da Conquista, será repetida na primeira partida das finais do estadual?
Ela pode ser repetida no posicionamento dos jogadores dentro de campo, mas não necessariamente com os mesmos jogadores. Tenho outras opções que acho que tem um funcionamento legal. E outra coisa, esse posicionamento dentro de campo, eu acho que também além da questão que eu falei da qualidade técnica dos jogadores, um time também não pode ficar preso a só uma forma de jogar. Tem que ter suas variações. Essa forma que a gente jogou contra o Vitória da Conquista foi uma variação do que a gente vinha jogando. Do 4-2-3-1 a gente praticamente jogou no 4-3-1-2 agora. A gente inverteu um pouco o posicionamento, a gente trouxe um homem pra jogar mais atrás e tiramos um homem de beirada. Mais ao mesmo tempo a gente ganhou dois jogadores do lado esquerdo que na hora que saem pro ataque eles exploram bem o lado esquerdo, que é o Hugo e o Juan, que veio trabalhar na meia. Eu sempre tive um atacante aberto do lado direito do campo, um centralizado e tinha um corredor do lado esquerdo. O Mansur também está crescendo, em um momento muito bom, o Mansur está muito forte, ele está conseguindo fazer jogadas de linha de fundo, bater e voltar na linha de quatro. Então, além do Juan ser deslocado para o meio e fazer muito bem essa meia, ganhamos também um outro lateral, que está com muita força física.
A formação com dois atacantes ao invés de três pode ser melhor para esse momento do Vitória?
Pode sim. De repente é uma opção. Foi bem no último jogo. Deu mais consistência no setor de meio de campo. Eu acho que você não pode nunca ignorar números no futebol. Você tem a qualidade técnica do jogador, a forma como você quer armar a equipe, mas em alguns momentos você é obrigado a armar a equipe de uma forma diferente do que você pensa e essa forma, geralmente, de armar diferente, está muito ligada às características dos jogadores que você tem. Embora essa forma de jogar com dois volantes e três atacantes possa ser uma boa opção de jogar para o segundo tempo, quando os laterais adversários já estiverem cansados e você tem um jogador de velocidade para entrar. Aí já entra um pouco de estratégia de jogo também. Eu não posso desprezar nenhuma dessas formas de jogar. Eu acho que o momento está pedindo pra eu armar a equipe da mesma forma que foi contra o Vitória da Conquista, principalmente para o primeiro jogo.
Você analisou os três Ba-Vis anteriores que disputou? Chegou a alguma conclusão sobre o que fez você não conseguir vencê-los?
Teve um Ba-Vi (o primeiro) que o Bahia foi merecedor do resultado. Os dois últimos confrontos eu acho que foram equilibrados, principalmente o 1x1. Acho que fomos melhor do que o Bahia no 1x1. E acho que nesse agora o Bahia soube explorar bem. Nossa equipe estava mais aberta, a gente deu contra-ataques, demos certa liberdade aos laterais adversários e um dos gols deles foi reflexo disso. Então eu acho que agora com essa questão de você ter enfrentado o adversário você já conhece mais o adversário e já começa também a criar uma outra forma de jogar. Com certeza esse jogo agora os laterais adversários não vão ter tanta liberdade pra jogar. Eu analisei muito principalmente o nosso último jogo. Foram duas equipes com propostas diferentes. O Vitória com uma equipe pra cima, querendo o resultado, e o Bahia trabalhando em encaixe de contra-ataque e procurando bola parada. Embora a gente tenha criado muitas oportunidades de gols no jogo, o sistema deles funcionou. O jogo foi igual, mas eles tiveram talvez quatro finalizações a gol e competência pra fazer. A gente teve essas finalizações, mas nossa defesa jogou exposta e isso facilitou as oportunidades que eles tiveram.
Você imaginava que o Marquinhos Santos entraria com a aquela formação que ele escalou no último Ba-Vi?
Imaginava. Imaginava tudo. Como o Marquinhos entrou não foi determinante para a vitória do Bahia. A gente escuta que ‘o Marquinhos deu um nó tático e pegou de surpresa’. Não tem surpresa nenhuma. Você vê o adversário posicionado dentro de campo. Estava muito claro. Uma equipe com uma proposta de marcar forte e explorar o contra-ataque e uma outra que estava com uma proposta de jogar pra cima, de procurar o gol o tempo todo, se arriscando, que foi o nosso caso. Nesse confronto eles levaram vantagem. Não foi a questão do Marquinhos e do posicionamento deles. Não teve novidade nenhuma, não teve surpresa nenhuma. Logicamente que você vai fazendo ajustes na sua competição. E um ajuste na minha competição pra esse jogo talvez seja isso, a gente ter um meio de campo mais de pegada, jogar da forma que eles jogam também, pode ser uma a gente igualar o sistema e não dar tanta brecha pra eles em termos de armação de jogadas, principalmente nos corredores das laterais. Mas eu acho que no final de tudo eu não posso me agarrar apenas a um confronto, eu tenho que analisar uma competição. No final tudo que vale é você ser campeão. Isso serviu como lição, a gente sabe que do outro lado está tendo um trabalho muito bem realizado, o Marquinhos está montando a equipe do Bahia, a equipe do Bahia se qualificou, ela está evoluindo com alguns jogadores que chegaram, tem dois bons laterais, está com a defesa segura, a chegada do Lincoln eu um toque de experiência e a gente percebe que o Marquinhos está conseguindo armar bem essa equipe. Vão ser dois jogos muito equilibrados na final. Não existe favoritismo. Vão ser dois jogos muito equilibrados e que serão definidos nos detalhes.
Você e Marquinhos Santos já trabalharam juntos em alguns momentos. Conhecem bem o trabalho do outro?
Eu fui treinador do Atlético-PR e ele era treinador do Sub-20 do Atlético-PR, então a gente fazia muito treinamento contra o juniores e a gente ficou se conhecendo. Depois eu fui trabalhar no Coritiba e, coincidentemente, quando eu fui trabalhar no Coritiba ele era treinador do Sub-20 e a gente teve de novo esse trabalho em conjunto. Quando eu saí do Coritiba e fui ser treinador do Sub-20 do Brasil, eu era também coordenador das categorias de base, e levei o Marquinhos para ser treinador da Sub-17. A gente já conversou muito. A gente sabe as ideias de jogo um do outro. A gente já se conhece bem e eu fico feliz dele estar no Bahia fazendo um trabalho muito bom. Acho que se o Bahia tiver uma paciência com o Marquinhos ele tem tudo pra fazer um trabalho muito bom à gente do Bahia. É um treinador que está muito bem preparado.
O que você mais admira em Marquinhos Santos?
O controle de elenco, as sessões de treinamento dele da semana e ele também sabe armar muito bem as equipes. Ele conhece muito bem o mercado de jogadores e tem a flexibilidade na armação de equipes. E sei que é um treinador que, da mesma forma como eu, não é preso a apenas uma forma de jogar. Ao jogar contra o Marquinhos você tem que ficar atento o tempo todo que, mesmo sem fazer uma substituição, ele pode mudar o posicionamento de um jogador dentro de campo e a equipe jogar de forma diferente, da mesma forma como eu faço também. É um treinador que quando você está ali na lateral do campo você tem que ficar atento a todos os movimentos de peça dele.
Se você pudesse ter um jogador do elenco do Bahia no seu grupo, quem seria?
Eu admiro muitos jogadores. Admiro o Fahel, que já foi meu capitão no Botafogo. Quando eu fui campeão mineiro com o Ipatinga contra o Cruzeiro ele era o meu volante. É um jogador que admiro muito pela liderança. É um jogador que exerce uma função de liderança dentro do grupo, então é um jogador superinteressante, que eu gosto muito. O Lincoln foi meu jogador no infantil do Atlético, então é um jogador que eu conheço desde os 15 anos, fui preparador físico dele, sei o histórico que ele tem, a experiência internacional que ele tem, isso ajuda muito a equipe em alguns momentos de decisão, então até essa experiência de um jogador como o Lincoln era muito interessante ter um jogador como esse no meu elenco, embora a gente tenha o Souza, o Hugo, mas o Lincoln é um jogador rodado. Tem dois laterais muito bons. Acho que as equipes são muito semelhantes, se você for comparar jogador por jogador são equipes muito parecidas, até taticamente. Não no posicionamento dentro de campo, mas na movimentação, são jogadores com características iguais. Do nosso lado a gente tem jogador de velocidade como o Marquinhos, eles têm o Rhayner. Eles estão com uma certa deficiência para definir esse atacante de referência, a gente tem dois, que são o Souza e o Dinei, mas o Marquinhos está fazendo ali algumas mudanças, já usou o Talisca fazendo essa função, hora vai bem, hora não vai, e você vê um trabalho do treinador ali. E acho o Talisca com um potencial enorme no futebol brasileiro. Não tem assim nenhum jogador que ‘esse jogador eu queria ter aqui’, mas são jogadores que eu admiro muito e, logicamente, se estivessem no nosso grupo estariam também em condições de serem titulares do Vitória. São jogadores em condições de serem não só titulares de Bahia e Vitória, mas também pra lutar por posição em qualquer time do futebol brasileiro.
Você chega às finais do Campeonato Baiano com o elenco que você planejou para esse momento?
Eu acho que pra Campeonato Baiano sim. A nossa fala é essa. O que eu já percebi aqui no futebol baiano, e isso vale tanto para o Vitória como para o Bahia também, é que existe nos quatro primeiros meses no clube uma preocupação muito grande de conter despesas com jogadores. Nossa equipe precisa de reforços para Campeonato Brasileiro, mas é uma equipe em condições de ser campeã baiana. Nós estamos falando de competições diferentes. Tem um equilíbrio na final agora com o Bahia, porque é uma equipe de Série A também. Eu tô satisfeito com o elenco para as finais do Campeonato Baiano, mas acho que para Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil a gente tem que estar atento ao mercado se tiver alguma possibilidade. Não só em termos de quantidade, mas também de qualificação também seria interessante a chegada de jogadores. Prefiro não falar posições, porque eu estou m uma final de campeonato. Estou satisfeito para esse momento, para essa competição.
Você acha que conseguiu suprir a perda do Escudero?
Acho que com a chegada do Hugo e o deslocamento do Juan para o meio, acho que sim. Embora seja um jogador muito difícil de você substituir na parte técnica, porque a gente tem que falar do jogador tanto na parte técnica como no plano tático. Acho que a gente consegue dar uma amenizada. Não vou falar que é um jogador insubstituível, mas eu gostaria de ter o Escudero junto com o Juan e com o Hugo. Mas acho que com a chegada do Hugo e o deslocamento do Juan para o meio você dá uma mascarada, uma pincelada, em uma situação que dá pra equipe jogar da mesma forma, ter um jogador fazendo a função dele. O Hugo no último jogo praticamente fez a função do Escudero. Embora o Hugo tenha jogado com a número 10, quem fez a função de 10 no jogo foi o Juan e o Hugo fez a função tática que o Escudero fazia nos nosso jogos.
Qual a principal diferença entre o time que terminou com você a temporada 2013 e o time que você tem nas mãos agora?
A diferença é que aquele time estava melhor encaixado. A gente disputou um campeonato com qualidade técnica maior do que o que a gente disputa hoje com a equipe tento uma parte ofensiva muito alta e com a defesa também protegida. Aquela equipe ela se encaixou rapidamente. Esse ano, tirando o último jogo, a gente ainda não fez nenhuma partida consistente, mas acho que a equipe desse ano tem um potencial pra jogar até num nível maior dentro do Campeonato Brasileiro do que aquela equipe. Acho que a gente entra no Campeonato Brasileiro, que é uma competição mais qualificada, em condição de repetir o segundo turno do nosso campeonato, mas com mais opções, principalmente ofensiva. Com o crescimento do William e do Marquinhos, com a chegada do Souza, do Hugo, do Zé Welison, que foi um achado, com a possibilidade de chegar aí mais dois ou três jogadores, acho que a nossa equipe vai dar uma encorpada maior, com potencial de, no mínimo, repetir o segundo turno do ano passado e até lutar por título.
Existe uma preocupação específica com Souza pelo histórico recente dele e pela eminência do confronto com o ex-clube?
Acho que o Souza está num momento muito maduro. A postura dele com a gente em treinamento, ele tem um respeito com o Bahia, que é normal. Eu percebo que o que o Souza mais quer nesse momento é entrar em campo e jogar futebol. Quis o destino que com apenas um jogo ele já tenha a possibilidade real de jogar contra o Bahia. Com qualquer jogador que sai de um clube e vai jogar contra esse clube, existe o desejo de comprovar o seu valor. A gente sabe que o Souza saiu do Bahia de uma forma que não é legal e ele vai ter a oportunidade de jogar contra o Bahia. Não só o Souza, mas todos os profissionais que trabalham aqui, a gente tem o respeito pelo Bahia, pelos jogadores que estão lá, pela torcida do Bahia, então acho que não vai ter problema nenhum. Logicamente que eu como treinador do Vitória eu não estou conversando individualizado, não estou chamando o Souza para falar sobre o jogo contra o Bahia. Estou falando em conjunto, que é um clube que merece o nosso respeito. A gente tem que se preocupar em jogar futebol e acho que essa vai ser a grande preocupação do Souza no nosso elenco. Acima de tudo nosso objetivo é ser campeão e pra ser campeão a gente precisa ter jogadores dentro de campo. Além da parte tática, técnica e física, a gente precisa ter jogadores bem emocionalmente. Acho que o nosso grupo vai entrar nesses dois próximos confrontos muito bem emocionalmente e o Souza vai ser um desses jogadores.
Você visualiza Souza e Dinei juntos em campo no começo dos jogos ou mais em necessidade de variação tática?
Eles já fizeram um jogo juntos. A partir desse momento eu tenho que ver o que é melhor para o Vitória e para o resultado. Se dentro das minhas convicções eu achar interessante usar os dois durante uma competição ou em determinado jogo eu vou utilizar. Se em um determinado momento eu optar por jogar só com um atacante de referência eu vou optar e eu vou definir pelos meus critérios se é o Souza ou o Dinei. Eu quero que o meu grupo e os meus jogadores entendam que nós vamos a partir desse momento, principalmente nas competições que a gente vai entrar, colocar o Vitória e o resultado acima dos interesses pessoais.
O Vitória tinha a opção de jogar a última partida das finais na Arena Fonte Nova, mas optou pelo estádio de Pituaçu. Essa decisão passou por você?
Em determinado momento o presidente me perguntou o que eu preferia e eu disse que preferia o meu mando de campo. Hoje eu encaro que o mando de campo do Bahia é lá na Arena e a gente escolheu o Pituaçu pra fazer os nossos jogos. A gente ganhou o direito de fazer o último jogo em casa e Pituaçu hoje é a nossa casa. Eu como treinador, quando fui procurado para dar a minha opinião, eu falei que como treinador eu gostaria de fazer o jogo final em Pituaçu. Não sei se isso foi determinante para a decisão da diretoria. Se a diretoria decidisse o contrário pra mim também não era problema também, pois sei que o clube tem que olhar outros interesses também, principalmente econômicos.
Quer mandar alguma mensagem para o torcedor do Vitória?
Quero passar para o torcedor que a gente tem tudo para ter uma temporada muito boa e a gente está trabalhando forte pra isso. Quero convidar o nosso torcedor, principalmente para o último jogo, que é o nosso mando de campo, pra gente lotar Pituaçu. Não vai faltar entrega e determinação. A gente entende que são dois confrontos muito difíceis com o Bahia, mas não vai faltar entrega e a gente está muito próximo de repente de comemorar um título e seria muito interessante a gente ter o torcedor do nosso lado. Acho que se a gente conseguir juntar o trabalho da comissão técnica, jogadores, diretoria e trazer o torcedor, criar um ambiente ali em Pituaçu, acho que vai ser muito legal. Logicamente que isso é um tema principalmente pra depois desse primeiro jogo, mas eu já queria convidar o nosso torcedor pra ir a campo porque não vai faltar entrega, disposição e estratégia de jogo nos dois confrontos. O torcedor do Vitória pode ter certeza que eles vão ter dois confrontos com uma equipe de guerreiros em campo, com muita disciplina tática e entrega, porque a gente não quer perder essa oportunidade de lutar por um título. Vamos lutar até o final para conseguir mais um título para o Vitória. Matéria original: Jornal Correio* Ainda sem vitória no Ba-Vi, Ney Franco abre o jogo em entrevista

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