icone de busca
iBahia Portal de notícias
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
ESPORTES

Amor ao esporte: o garoto que dribla doença para lutar judô

Conheça a história de Lucas Fiscina, baiano de 13 anos que nasceu com cardiopatia congênita. Apesar da divergência médica, ele segue colecionando títulos

foto autor

19/07/2013 às 18:24 • Atualizada em 31/08/2022 às 20:19 - há XX semanas
Google News iBahia no Google News
Lucas (no centro) é líder do ranking da categoria sub-15
Bicampeão baiano de judô, terceiro lugar no zonal brasileiro, líder do ranking nacional da categoria, melhor atleta de 2012. Tudo isso já seria um grande feito para um garoto de apenas 13 anos. Porém, mais do que títulos e reconhecimentos, Lucas Fiscina coleciona histórias de superação.Lucas nasceu com Tetralogia de Fallot, uma das formas mais comuns de cardiopatia congênita, que provoca mal formações cardíacas, impedindo o funcionamento correto das vias pulmonares. A doença é causada durante a gravidez. Com apenas um ano e meio de vida, o garoto teve que passar por uma cirurgia para corrigir o problema. "Ele fez a cirurgia com ano e meio. Fez a correção, mas continuou com sopro. A cardiologista dele não permitiu que ele competisse, mas ele sempre foi um menino muito ativo e, por isso, eu achei a necessidade de colocar ele no esporte. Por ser um esporte educacional, de disciplina, eu achei que o judô ajudaria", disse Elane Fiscina, mãe de Lucas. Além do judô o garoto pratica outros esportes. "Até um ano e meio ele viveu no hospital com vários problemas, mas é super ativo, participa de campeonatos, faz futsal...Mas a paixão dele é o judô", completa Elane.
Aos poucos, Lucas começou a chamar a atenção dos treinadores pela facilidade de aprender e aplicar os golpes. O professor Francisco Neto então resolveu inscrever o garoto de apenas 11 anos em campeonatos da categoria. Lucas não decepcionou e venceu todas as lutas que disputou. O treinador garante que, mesmo com o problema, o garoto realiza os treinos normalmente e às vezes apresenta resultados mais satisfatórios que outras crianças da mesma idade.
Em 2012, Lucas foi eleito o atleta do ano na categoria
"O treino acontece normalmente, ele tem talento. Eu já tenho dez anos de experiência e nunca tive nenhum problema. O treino é o mesmo, tudo igual, nunca teve diferença nenhuma. Ele sente o cansaço normal de qualquer garoto na idade dele, nunca apresentou nada de anormal. Diferente de alguns alunos que às vezes apresentam problemas e a gente conversa com os pais e auxilia que pare o treino", explicou Francisco. O garoto também garante que não sente nada durante as lutas. Apenas a ansiedade antes dos duelos. "Depois da cirurgia eu não sinto mais nada em termos de cansar, apenas a ansiedade mesmo. Não tenho medo, mas eu tenho receio. A médica disse que eu não tenho mais nada, mas eu procuro não forçar muito. Quando estou cansado falo com o professor para diminuir a carga, eu prefiro não cansar muito, não forçar", revelou Lucas.
Acompanhamento médico - Apesar de levar uma vida normal, a preocupação com saúde do garoto é grande. Para poder competir nos campeonatos de judô, Lucas precisa passar por uma bateria de exames a cada três meses. Um laudo médico também tem que ser apresentado antes de cada duelo. O médico que cuida do atleta garante que ele pode competir normalmente. "O estado que ele tem é de Tetralogia de Fallot. Dentro do que se faz na cirurgia, no caso de Lucas, foi praticamente curativa. O achado que ele tem foi residual. Ele continua sob acompanhamento médico normal para que possa continuar praticando esportes", explicou o médico Marcos Sales"Ao longo de todo esse tempo ele nunca apresentou nada de anormal, nada diferente. O que ele tem é muito discreto. Eu sou o responsável por realizar os exames dele. Se ele vier a apresentar alguma variação a gente contra-indica, mas ele pode praticar esportes normalmente", completou ele. A opinião da cardiologista que realizou a cirurgia do garoto, no entanto, é contrária a do atual médico. A especialista não recomenda que Lucas continue participando dos campeonatos. "Ela (médica que realizou a cirurgia) diz que não vai liberar porque ele não está apto para competição, por conta do nível de adrenalina, mas clinicamente ele está bem. Ela só não libera ele para competição, por ela não ter experiencia com atletas, mas ele é normal. No momento em que no exame existir uma situação que ele não esteja apto, nós vamos parar", argumentou Elane. O iBahia Esportes procurou a médica cardiologista, mas ela não quis se pronunciar. Vida que segue - Mesmo com a divergência médica, o garoto continua competindo e conquistando títulos. Neste final de semana, Lucas participará da etapa dos Jogos Escolares da Bahia. O garoto atua na categoria peso pesado sub-15. "O futuro ninguém sabe. Claro que para uma pessoa que fez uma cirurgia fica uma preocupação maior, mas eu tenho muita confiança nos médicos que acompanham ele, e é uma questão de superação dele mesmo. Ele começou no esporte com três anos e era hiperativo. Aos poucos ele foi crescendo, se destacando, e tomou gosto. As pessoas que tem esse problema não tem esse desenvolvimento dele. Os médicos ficam até surpreso", disse Fábio Pedra, pai de Lucas.Fã de João Derly, bicampeão mundial de judô e medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro em 2007, Lucas afirma que quer seguir no judô no futuro. "É isso mesmo que eu quero. Meus pais apostam em mim desde os três anos de idade. Eu acredito em mim, meus pais, meus avós, meus amigos, todos me dão o maior apoio. É o que está abrindo portas para meu futuro.", explicou Lucas.

Leia também:

Foto do autor
AUTOR

AUTOR

Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!

Acesse a comunidade
Acesse nossa comunidade do whatsapp, clique abaixo!

Tags:

Mais em Esportes