|
---|
Atacante deve ser titular na partida contra o ABC, sábado |
A ida dos jogadores brasileiros para a Europa começou pelos anos 1950, aumentou em 80 e virou rotina a partir da década seguinte. Era a chance de viver bem da bola e garantir uma aposentadoria tranquila. A maioria dos boleiros canarinhos mantém este sonho, mas outros estão na contra-mão deste processo. É o caso do atacante do Vitória Marco Aurélio, 25 anos, que em outubro do ano passado tomou a decisão de abandonar o Marítimo, de Portugal, com quem tinha contrato até o final de 2013. “Eu vim embora. Não conseguia mais ficar lá. Conversei com o presidente Carlos Pereira, ele pensou que eu ia voltar, mas o dinheiro não era o mais importante. Não troco meu país por outro nenhum. Ainda surgiu uma proposta da Ucrânia para eu ganhar um bom dinheiro, mas voltei”, lembra o atacante, que só parou no Vitória por causa dessa história.Após morar cinco anos sozinho em Portugal, onde também jogou pelo Vitória de Guimarães, Marco, que havia saído do Brasil com 20 anos, voltou para a casa dos pais em Curitiba, sua terra natal. Mas ele só pôde ter condições de jogar em outro clube em maio deste ano, quando conseguiu a liberação definitiva do clube português. “Ia entrar com um processo na Fifa. Eu abri mão do que tinha para receber, eles também e enfim eu fui liberado. Tive até proposta no início do ano, mas não pude aceitar”, conta Marco Aurélio, que chegou na Toca no final do mês de maio.
DVD - Desconhecido no Brasil, ele chegou através de DVD, entregue pelo empresário Nenê ao diretor de futebol do Vitória, Raimundo Queiroz. “No início, o Vitória queria um contrato de só três meses, mas depois fecharam por seis. Foi uma aposta realmente. Gostaram do meu material, pegaram informações e vim pra cá”, conta o jogador, que fez 57 jogos no país lusitano e marcou seis gols.Do total de jogos, dois deles foram pelo time B do Marítimo. Ele explica. “Lá, quando você fica suspenso por cinco jogos ou se lesiona, quando volta, joga pelo time B pra pegar ritmo”, comenta ele, que estreou pelo Leão no sábado e foi decisivo na vitória de 2x0 sobre o Avaí, no Barradão. No primeiro gol, deu o passe para Neto Baiano ajeitar a redonda pra Pedro Ken, que fez de fora da área. No segundo, assistência para Mineiro fechar o caixão catarinense.“Quando ele (Carpegiani) me chamou, eu pensei: ‘É minha hora, vai ter que ser agora. Nesses 45 minutos vai ser tudo ou nada’”, relembra. E o tudo garantiu frutos logo de cara. Terça, no primeiro treino da semana, o atacante apareceu como titular no lugar de Marquinhos. Se garantir a vaga, a ansiedade será pra sair o gol. “Tem uns 10 meses que eu já não faço um gol. Tem que lembrar até como comemora”, brinca Marco, na seca.