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Após 10 anos, veja qual o legado da morte de Serginho ao futebol

Após o ataque cardíaco do ex-zagueiro do São Caetano, clubes passaram a cuidar melhor de seus jogadores e prevenir novos problemas similares

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28/10/2014 às 8:48 • Atualizada em 01/09/2022 às 20:40 - há XX semanas
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Redação GoalNo dia 27 de outubro de 2004, enquanto São Paulo e São Caetano empatavam em 0 a 0, no Morumbi, o zagueiro Serginho, aos 15 minutos do segundo tempo, caiu no gramado. Rapidamente, os jogadores se aproximaram e perceberam a gravidade do problema. O médico Paulo Forte e o massagista Itamar Rosa entraram rapidamente no campo e tentaram reanimar o jogador, desacordado.O atleta foi colocado em uma maca e levado de carrinho até o outro lado do campo, onde estava a ambulância. No caminho, os médicos dos dois clubes continuaram tentando acordar o jogador, sem sucesso. Ele foi levado para o centro médico do estádio, onde recebeu choques com um desfibrilador. Já com a situação grave, ele foi levado para o hospital São Luiz, próximo ao local.Às 22h45, 40 minutos depois de dar entrada no hospital e pouco antes de uma hora do primeiro atendimento, o óbito do jogador foi informado. Esse foi o primeiro caso de grande relevância relacionado à problemas cardíacos no Brasil, o que levou os clubes, CBF e todos os envolvidos no futebol a tomar medidas para evitar novos problemas. Assim, o coração passou a ser melhor monitorado pela medicina esportiva.Até o problema ocorrido com Serginho, a prática de exames cardiológicos de prevenção nos atletas era muitas vezes negligenciada. Assim que o caso terminou da pior maneira possível, os dirigentes subitamente deram maior importância aos exames e jogadores foram afastados, alguns ainda novos, até por pequenos problemas no coração.Medidas para evitar novos casosUm dos assuntos mais comentados após a tragédia foi o desfibrilador. Especula-se que as chances de o atleta ter sobrevivido se tivesse um atendimento com o equipamento era maior. Apesar disso, um especialista destacou que o equipamento não teria diferença na vida do jogador, devido à doença."É difícil. Pela doença, poderia ter sido recuperado, mas não iria sobreviver. A doença dele estava em um estágio muito avançado. E a gente até estranha que ele conseguia jogar", afirmou, ao iG, Nabil Ghorayeb, presidente do Departamento de Ergometria e Cardiologia do Esporte da Sociedade Brasileira de Cardiologia.Apesar disso, atualmente, o desfibrilador fica no banco de reservas, para maximizar o atendimento a um jogador em caso de parada cardiorrespiratória. Outra mudança foi a maior importância dada às ambulâncias. Atualmente, nenhuma partida oficial pode ser iniciada sem a presença do carro no estádio. A Federação Paulista de Futebol, em seus torneios, obriga a existência de uma ambulância com desfibrilador para cada dez mil pessoas no estádio.A melhora nos centros médicos dos estádios também foi sensível. Os estádios da Copa do Mundo de 2014, por exemplo, contam com modernas salas de atendimento, que podem auxiliar até em problemas mais graves ocorridos no gramado ou nas arquibancadas.Mais exames, mais prevençãoÉ tradição a bateria de exames na pré-temporada, procedimento que já existia em 2004. A doença de Serginho, inclusive, foi detectada no início do ano. Porém, com a tragédia, os atletas passaram a ser monitorados com maior frequência e, alguns meses depois, no mesmo São Caetano, um caso já exemplificou a mudança no tratamento do coração.O atacante Fabrício Carvalho, que estava em campo naquele 27 de outubro, teve detectada uma arritmia durante a pré-temporada do clube, em 2005, e ficou dois anos sem atuar. Ele ainda permaneceu um ano em São Paulo, até sair e procurar atendimento com outros médicos. Apenas em 2007, quando foi contratado pelo Goiás, o jogador retornou ao futebol.Outro caso foi o de William, revelação palmeirense que teve detectada uma doença no coração, ainda jovem, e que não teria condições de aguentar as exigências físicas de um atleta profissional. Ele ficou parado por dois anos e meio e ficou depressivo no período, consultando-se frequentemente com médicos.Apesar de a doença não ter tratamento, o jogador conseguiu retornar aos gramados, já que as arritmias que tinha sumiram. Liberado para jogar, hoje ele é companheiro de Ronaldinho no Querétaro, do México.Morte em 2010Mesmo com toda a prevenção, o futebol carioca viu um jogador morrer em campo, vítima de uma parada cardíaca. Fred, de 26 anos, que atuava pelo Mesquista, disputava uma partida da 2ª divisão do Campeonato Carioca, quando teve um mau súbito. Ele chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu.O Mesquita, à época, afirmou que fez todos os exames necessários e que nenhum problema cardíaco havia sido detectado. Segundo relatos, não havia um desfibrilador à beira do campo.Éverton CostaRecentemente, em abril deste ano, o atacante do Vasco, Éverton Costa, passou mal no banco de reservas, após ser substituído da partida. Ele sofreu uma convulsão e foi levado, de ambulância, até o Quinta D'or, hospital que fica próximo ao estádio de São Januário.Ele apresentou um quadro de arritmia cardíaca e a situação foi controlada, no hospital, com medicamentos. O jogador permaneceu internado por alguns dias até ter alta, mas foi afastado do futebol. Segundo o clube, os seus exames de pré-temporada não apresentaram nenhum problema.Em junho, o jogador colocou um desfibrilador interno no coração, procedimento obrigatório para o jogador voltar a realizar atividades físicas em alto nível. Seis meses depois do episódio, o jogador ainda não foi liberado para jogar, o que pode acontecer nos próximos dias. Mesmo assim, ele ainda pode ter que encerrar a carreira de jogador.

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