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Bahia, FBF e PM se eximem de culpa pela confusão no Joia

Nunca mais quero passar por isso. Assisti ao jogo e voltei para Salvador com o ingresso no bolso”, conta o professor Bruno Borges de Oliveira

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31/05/2014 às 14:29 • Atualizada em 30/08/2022 às 11:15 - há XX semanas
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O público total de 16.842 pessoas em Bahia 0x2 Santos pelo Brasileiro ultrapassou em 568 pessoas a capacidade do Joia da Princesa, em Feira de Santana. De acordo com o cadastro nacional de estádios da CBF, atualizado em agosto de 2013, a praça tem capacidade para 16.274 pessoas. Hoje, às 21h, tem Vitória x Sport no Joia, também pelo Brasileiro.“Tava uma fila enorme. Arrombaram o portão e foi todo mundo entrando. Não tinha catraca, não tinha nada. Demoramos 15 minutos para andar 10 metros. Um monte de chinelo e tênis no chão. Terrível. Nunca mais quero passar por isso. Assisti ao jogo e voltei para Salvador com o ingresso no bolso”, conta o professor Bruno Borges de Oliveira.
Com o Joia da Princesa, em Feira, entupido, os torcedores sobem até nos alambrados para se proteger. Uma enorme confusão (Foto: Betto Jr)
O administrador do Joia, José Fernandes, nega invasão ou arrombamento. “Felizmente não aconteceu isso, pois resultaria em pessoas feridas e provavelmente uma tragédia. O que aconteceu foi que devido ao empurra-empurra, um dos cadeados se abriu”, fala Fernandes, em nota da prefeitura de Feira, dona do estádio.Para o gerente jurídico do Bahia, Victor Ferraz, houve outro problema já na entrada. “A maioria dos torcedores entrou por um mesmo portão e a aglomeração se deu no local. Depois que as pessoas passaram a circular, a distribuição do espaço se deu melhor e acabou a aglomeração”, avalia.
O presidente da FBF, Ednaldo Rodrigues, também tem a sua versão. “Na realidade não houve superlotação. O que houve foi um dimensionamento pela Polícia Militar que calculou um espaço muito grande para a torcida do Santos em detrimento da torcida do Bahia”, aponta o dirigente. “Estavam na Vila Belmiro ou no Joia da Princesa?”.
Em nota, a Polícia Militar afirma que: “A FBF informou por ofício que 10 mil pessoas era o público estimado, ou seja, bem inferior ao público que de fato foi ao estádio. A PM tem protocolo de emprego de tropa em estádio que se baseia no público estimado pela FBF. A questão não foi a área reservada à torcida do Santos, até porque a PM tem como dever preservar a integridade física dos torcedores, em especial a torcida visitante (minoria no estádio), crianças e gestantes”.
O Estatuto do Torcedor (Lei nº 10.671/03), no Artigo 18, prevê que estádios com capacidade superior a dez mil pessoas “deverão manter central técnica de informações, com infraestrutura suficiente para viabilizar o monitoramento por imagem do público”.
“Eu vi tudo o que aconteceu, já estou ciente e o Bahia pode ser multado, pode perder mando de campo e o estádio pode ser interditado. Espero chegar as imagens para o tribunal e vamos fazer a denúncia”, disse o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, ao portal de notícias UOL.
Números
O público total, listado em borderô divulgado pela FBF durante o jogo, registra 16.089 pagantes, 468 pessoas em serviço (Polícia Militar, Civil, quadro móvel, arbitragem, etc.), 124 idosos, 56 crianças menores de 12 anos e 105 profissionais de imprensa. São 16.089 pagantes e 753 não pagantes, totalizando público de 16.842 no Joia da Princesa.A conta de Rodrigues é diferente. “A capacidade atestada pelo Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e laudo de engenharia é de 16.274 torcedores sentados. O que aconteceu? 16.089 pagaram, 124 idosos entraram com a gratuidade, 56 crianças, também. Somados aos 16.089 dá um total de 16.269 torcedores. Portanto, cinco torcedores a menos do que a capacidade. Os 300 policiais não estavam em cadeiras tomando o lugar. Tinha 105 pessoas de imprensa. Tenho certeza que nenhum sentou no lugar do torcedor”.
Ferraz acrescenta: “Feira de Santana tem legislação municipal e a prática de permitir entrada gratuita que em Salvador não ocorre, como crianças até 12 anos, idosos, policiais. Isso não foi autorizado pelo Bahia. Foi uma situação que fugiu ao controle. O Bahia enquanto mandante tomou todas as providências”.
Na súmula, o árbitro mato-grossense Wagner Reaway cita a “movimentação intensa na arquibancada” e que foi “arremessado uma lata de cerveja no gramado”. A PM disse não ter identificado o responsável.Penas
O Estatuto do Torcedor cita exclusivamente a capacidade, e não diferencia pagantes ou não pagantes. No capítulo ingressos, o Artigo 23 prevê perda do mando “por no mínimo seis meses, sem prejuízo das demais sanções cabíveis, a entidade de prática desportiva detentora do mando” no qual “tenham entrado pessoas em número maior do que a capacidade de público”.Pelo CBJD, o Bahia pode ser denunciado com base em dois artigos. No Artigo 211 (deixar de manter o local que tenha indicado com infraestrutura necessária a assegurar plena garantia e segurança) a pena é de multa de R$ 100 a R$ 100 mil, além da interdição do estádio; e no Artigo 213 (deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordens e lançamento de objetos no campo) a pena é de multa de R$ 100 a R$100 mil.

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