|
---|
Má fase no Brasileiro tem relação com grupo dividido |
A pressão é grande e, a cada rodada da Série A, a impressão é de que a panela tricolor está prestes a estourar. A surpresa da vez foi o pedido de demissão do técnico Caio Júnior às vésperas do
jogo desta quarta (29), às 19h30, contra o Santos, na Vila Belmiro. Em nota, o ex-treinador alegou problemas familiares na noite de segunda-feira e abandonou o barco após dez jogos no comando. Foram cinco derrotas, três empates e duas vitórias nesse período. A mudança do filho para os EUA foi o motivo alegado pelo comandante, mas, nos bastidores do Fazendão, é certo que a razão da saída foi outra. Caio Júnior chegou por aqui confiante nos medalhões do grupo, mas a desilusão com a qualidade do elenco teria feito o treinador aproveitar o momento em que o Bahia saiu da zona para deixar o clube por cima. "Assumi na última colocação e o deixo fora da zona de rebaixamento. Sei que o time tem que evoluir para afastar de vez esse perigo e estarei torcendo para que isso aconteça", escreveu em sua nota de despedida. A diretoria também não fez força para ele ficar. Tanto que o nome de Jorginho já estava engatilhado na noite em que Caio Júnior pediu demissão. O que não bate com a justificativa do ex-treinador é que, apesar de ter comandado o treinamento normalmente na segunda-feira, o ex-técnico não comunicou o grupo sobre a decisão de deixar o clube, tampouco fala publicamente sobre a saída repentina. E, ao invés de falar com o capitão Titi, optou pelo volante Fahel para transmitir a notícia ao elenco. "Ele não conversou com a gente, mas deixou um recado com Fahel. Saída de treinador é um pouco difícil para os jogadores. A gente fica chateado, pois ele vinha fazendo um bom trabalho", conta o centroavante Souza. Jorginho, o treinador que chega, tem ainda a missão de melhorar o ambiente de trabalho no Fazendão, com indícios de racha na equipe. A divisão seria entre atletas de liderança interna contestada, casos de Titi e Souza, e um outro grupo formado por jogadores experientes e os da base. O auxiliar Eduardo Barroca nega que haja panelinha. "Quando os resultados não acontecem, as coisas de fora pra dentro acabam se perpetuando. Não há crise".
|
---|
Souza: "Se tem racha eu não tenho visto" |
Cada um no seu lado - Souza também nega que o grupo esteja rachado. O artilheiro do time no Brasileirão, por sinal, soltou o verbo na última entrevista antes de encarar o Santos. Segundo ele, é comum alguns jogadores terem mais afinidade com uns que com outros. "Meu amigo particular é o Titi. Os outros são os meus colegas de trabalho. São poucos osque vão à minha casa jantar e bater um papo comigo", comenta. Bastante objetivo em relação ao assunto, o camisa 9 fez questão de completar. "Se tem racha eu não tenho visto. Dentro de campo a gente precisa ser amigo. Fora de campo, não. Um vai pra um lado e o outro vai para o outro. Não existe problema algum", argumenta Souza. E assim, com toda essa 'união', o Bahia encara o Santos de Neymar e Ganso. Se não ganhar, corre risco de entrar na zona de rebaixamento. Por causa dessa mudança no comando, o time é um mistério. Será montado basicamente por Barroca, mas após uma conversa com Jorginho. Certa é a mudança no gol. Suspenso, Marcelo Lomba dá lugar a Omar. Hélder, Diones e Victor Lemos disputam a vaga de Fabinho, também suspenso. Mancini é opção no meio, mas não é certo ser titular. *CLIMA TENSO NO FAZENDÃO
1 RACHA NO ELENCO I Fogo amigo - Os jogadores negam, mas o clima não é dos melhores. É só observar um jogo com calma e ver que a garotada da base sofre a cada passe errado. Recentemente, Rafael e Jussandro escutaram a bronca dos veteranos em campo. Coincidência ou não, ambos foram substituídos durante os jogos. Fabinho vacilou feio no gol do Atlético-GO. Quem reclamou? Só Souza!
2 RACHA NO ELENCO II Quem merece a faixa? - Esse episódio ocorreu no jogo contra a Ponte Preta, dia 15. Capitão do time, Titi estava suspenso e Fabinho herdou a faixa. Levantou o astral do grupo na preleção, Bahia 2x0 e Caio Júnior quis mantê-lo como capitão. Foi orientado a não fazer isso, pois seria jogar uma centelha num barril de pólvora.
3 SEM DESPEDIDA Nem deu tchau - Joel Santana e Falcão deixaram o Bahia nesta temporada. O primeiro recebeu uma proposta do Flamengo, e o segundo foi demitido. Ambos, porém, foram ao Fazendão, se despediram dos atletas e concederam entrevista coletiva para falar do assunto. Caio Júnior, por sua vez, saiu do clube sem conversar com os próprios jogadores e a imprensa. Através de seu assessor, afirmou que não daria entrevistas.
4 LEI DO SILÊNCIO Bico fechado- A fase é ruim, e os atletas passarão a ser blindados. A partir de agora, no Fazendão, apenas um jogador concederá entrevista por dia. Antes eram dois. Além disso, a imprensa só terá acesso ao Fazendão quando todo o grupo já estiver dentro do campo de treino. Enquanto o elenco desce, os repórteres ficarão do lado de fora do centro de treinamento.
Com técnico novo e elenco rachado, time abre returno contra o Santos