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Bola elétrica - por Marcelo Sant´Ana

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13/02/2011 às 11:10 • Atualizada em 29/08/2022 às 14:20 - há XX semanas
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Lembra quem eliminou o Brasil na última Copa? Fácil, né? Holanda. O placar também é fácil: 2x1. Agora será que você, leitor-boleiro, lembra como nasceram os dois gols da Holanda? Bola parada. O futebol de mais velocidade e contato físico, de mais faltas táticas e menos criatividade transformou as jogadas de bola parada em tendência universal. Não é acaso que, a cada temporada, mais técnicos deem atenção extra a esse fundamento.

Dos 89 gols no atual Campeonato Baiano, até a 6ª rodada, 39 nasceram de bola parada: 44%. “Hoje, a bola parada faz parte do esquema tático”, ilustra Ferreira, técnico do Atlético, único a fazer gol assim em todas as partidas. O clube de Alagoinhas marcou 10 de seus 15 gols entre pênaltis, escanteios e faltas, sejam diretas ou ensaiadas. Contando só os gols nesse estilo, o Atlético teria o melhor ataque do campeonato, empatado com o Vitória.

Ferreira, quando jogava de lateral-direito, era especialista nos escanteios e nas faltas laterais. Passou a bater as frontais, direto pro gol, aos 28 anos. Aperfeiçoou quando passou pelo Vitória. “Foi um período curto, apenas 45 dias de convívio, mas aprendi muito com Hélio dos Anjos. Ele treinava demais, todos os dias. Sempre, a cada treino, dava atenção a esse trabalho”. Como técnico, aprofundou-se nos estudos em 2006, quando foi campeão pelo Colo Colo, quebrando sequência Ba-Vi de 37 anos. “Usava três zagueiros e faltava jogador na frente, então tinha que treinar mais para compensar o ataque, porque Ednei fazia o pivô sozinho”.

No caso do Atlético neste Baiano, a bola parada também é estratégia contra a adversidade. O clube não tem centro de treinamento e, alguns dias na semana, falta campo para trabalhos táticos. Em gramados ruins ou com dimensão reduzida, resta trabalhar a bola parada. Como em um ciclo virtuoso, quem se dá bem são os meias, geralmente mais habilidosos e de melhor qualidade técnica. E o Baiano, até agora, em vez de ter um atacante como artilheiro, aplaude os seis gols de um meia, Marcos Neves, também do Atlético e líder nos gols de bola parada: quatro.

A modernidade é outro auxiliar nas comissões técnicas. Na internet, encontram-se milhares de vídeos. Quando falta a criatividade, recorre-se à adaptação do conceito de Abelardo Barbosa, o Chacrinha. “Na televisão, nada se cria, tudo se copia”. No futebol, também. A repetição exaustiva leva às vitórias. No Baiano e na Copa do Mundo.

Ranking - De presente, os gols dos clubes a partir da bola parada: Atlético, 10; Fluminense, 6; Bahia de Feira, 4; Bahia, Ipitanga, Vitória e Vitória da Conquista, 3; Colo Colo, Juazeiro e Serrano; 2; Camaçari, 1; e Feirense, 0.

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