Choveu, foi isso. Sempre que chove em Salvador, o Bahia perde em Curitiba. Ainda mais quando veste branco, às 21h50. Não dá, todo mundo sabe. Pra que insistir? Ou René não foi informado de que é impossível vencer de gola V e chuteira colorida de trava pela Copa do Brasil? Cinquinho na conta. Vai influenciar o clássico? Que nada! Simões lembrou bem: o Real tomou cinco do Barcelona, ano passado, e meteu unzinho só pra ser campeão quarta.
Então, por que o nosso Real não estaria pronto para sua Copa do Rei? Acorda, Baêa! Já avançamos rumo ao quinto mês e o que podemos prever para o Brasileiro? Perder é o menor dos problemas. Ser goleado, às vezes, é circunstância da bola. A questão é quando não há análise a ser feita. Para ser mais claro: que boa partida o Bahia fez em 2011? Quem é a referência do time, o bom de bola, que mata no peito, coloca na grama e diz “é comigo”?
Enfim, comparar Atlético-PR 5x0 Bahia com que jogo? Dizer que foi a pior partida no ano? Comparada a que outra? À grande goleada sobre o Vitória da Conquista? O texto recheado de perguntas é sintoma de que há poucas respostas. O próprio René acabou fazendo uma comparação absolutamente descabida porque, provavelmente, não tinha o que dizer. Mas é preciso dar uma satisfação, obrigação agravada depois de derrota tão esmagadora. Sobrou pouco do Bahia para o Ba-Vi, além da possibilidade de se apegar ao orgulho ferido e lutar. Uma dessas sabedorias de botequim diz que, no clássico, vence quem vem pior. Porque não se acomoda, joga com alma, vibra com a torcida. Não é sempre assim, mas se serve de alento...
Que fazer? - Difícil dizer o que pode mudar em três dias. Talvez a disposição. Uma ou duas peças porque, diferente do Real, o Bahia tem pouquíssimas alternativas interessantes. A discussão dos próximos dias vai ficar naquela: Lulinha na vaga de Robert, Souza ou Rafael, Jancarlos no lugar de Marcos. Nada tão significativo quanto uma boa conversa, um vídeo motivacional ou a preleção na medida certa. O Ba-Vi ganhou um significado extra: manter a esperança de um primeiro semestre tranquilo. Porque o título baiano pode trazer de volta a paz.
Palpite - Ao contrário do Bahia, o Vitória pode se apegar a algumas peças se o conjunto for mal. Nikão destila veneno com a perna esquerda e Geovanni carrega para o clássico a experiência de Benfica, Barcelona e Manchester City. O trio formado pelos dois mais o meia-atacante Elkeson marcou 22 dos 37 gols do Vitória no Campeonato Baiano. Até agora, eles fazem a diferença. O que me faz acreditar mais no vermelho e preto em Pituaçu.
Eduardo Rocha é Editor de Esportes do Correio*. Coluna publicada na edição do jornal do dia 22 de abril de 2011
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