Com a confiança de Felipão, Fred se firma no ataque da Seleção

Na Copa da Alemanha, Fred balançou as redes

Romário usava a 11, mas era quem resolvia no Brasil. Depois do Baixinho, Ronaldo, já com a referência da camisa 9, assumiu o posto de protagonista do ataque da Seleção - e fez história ao se tornar o maior artilheiro das Copas do Mundo.

O Fenômeno se aposentou, alguns atacantes passaram pela função e não deixaram saudades. Como não lembrar de Afonso Alves, Grafite e Vagner Love? Quem mais agradou foi Luis Fabiano, titular do Brasil na Copa da África, em 2010. Mas, o atacante do São Paulo perdeu a vez. O novo dono da 9 da Seleção é Fred.

O atacante ganhou a disputa com louvor. Integrante da nova família Scolari, Fred tem quatro gols em cinco jogos disputados. Além da pontaria, o comportamento e liderança ajudaram a garantir ao mineiro de 29 anos vaga cativa na Copa das Confederações, que começa no sábado.

Ídolo do Fluminense - clube que defende desde 2009 e onde ganhou dois Brasileiros - Fred ganhou o apelido de Dom Fredón dos companheiros de time. O nome é por conta da sua liderança no grupo e a sua fama de pegador. Fred já beijou uma jovem no meio do trânsito carioca. Os amigos filmaram a cena e o vídeo virou febre na internet.

A alegria é uma característica marcante na personalidade do camisa 9, junto com a simplicidade e a vaidade. Ele não sai de casa, seja para treinar ou passear, sem protetor solar, creme hidratante para o rosto e creme para domar os cachos do cabelo. Nem adianta insistir.

A infância não foi das mais fáceis. Criado em Teófilo Otoni, interior mineiro, Fred perdeu a mãe aos sete anos. O pai, Juarez, assumiu o duplo papel em casa e foi além: virou o primeiro técnico do filho. Via potencial na cria e colocava Fred pra suar. Tinha até planilha de treinos pelas ruas do bairro.

O América-MG foi a porta de entrada para o futebol. As coisas não andavam bem para Fred, o atacante estava prestes a ser dispensado por problemas de indisciplina, até que o garoto de 19 anos chamou a atenção pela primeira vez em 2003. Em jogo da Copa São Paulo, chutou do meio-campo, na saída de bola, para marcar com apenas três segundos. Até 2009, era o gol mais rápido da história do futebol.

O feito histórico acelerou o sucesso. Fred ganhou contrato profissional com o América e, no ano seguinte, já estava no Cruzeiro. Em 2005, foi artilheiro do Mineiro com 14 gols, da Copa do Brasil com 15, e rumou para a Europa.

Contratado por 15 milhões de euros pelo Lyon, Fred passou quatro anos na França. Levou o Campeonato Francês em três oportunidades. E no auge, resolveu voltar para o Brasil e jogar no Fluminense.

Seleção - A história de Fred com a Seleção começou em 27 de abril de 2005. E num jogo especial. Era a despedida de Romário com a amarelinha. Ele entrou no segundo tempo da vitória por 3x0 sobre a Guatemala, no Pacaembu. No ano seguinte, jogou a Copa de 2006 na Alemanha e até fez gol - na vitória por 2x0 sobre a Austrália, pela primeira fase.

Foi campeão da Copa América em 2007, mas ficou fora da Copa das Confederações em 2009 e do Mundial em 2010, preterido por Dunga. Voltou a ter oportunidades com Mano Menezes, mas só voltou a se firmar com Felipão. Faltam dois títulos na estante: a Copa das Confederações e o Mundial. Dom Fredón vai buscar. Matéria original: Correio* O 9 incontestável: Com a confiança de Felipão, Fred se firma no ataque da Seleção Brasileira