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Crônica: radialista saúda Alex Alves e lembra primeira entrevista

Paulo César Gomes, da CBN, escreve texto emocionado para falar do atacante, morto aos 37 anos

• 15/11/2012 às 7:55 • Atualizada em 02/09/2022 às 5:04 - há XX semanas

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Radialista e comandante de programa CBN Salvador Esportes, da rádio CBN, Paulo César Gomes faz um relato em crônica sobre o ex-atacante Alex Alves, morto na quarta-feira (14) vítima de uma doença rara, a anemia hemolítica crônica. Num relato emocionado, Gomes destaca o início da carreira do jogador, que despontou como joia no Vitória, e sua humildade em dar a primeira entrevista a rádio.
Leia a crônica na íntegra"Veloz nos campos e na vidaUma das maiores alegrias que os torcedores do Vitória tiveram na história recente do clube foi ver o surgimento e a consolidação de uma divisão de base de excelência que resultou em ótimos frutos. Um time com uma história longa, mas carente de títulos e ídolos e com fama de ‘pesado’ necessitava de sangue novo, cara nova e até um hino mais alegre. E isso aconteceu. Uma nova história foi contada com novos personagens. Tiro na mosca! A vinda de Newton Motta, o descobridor de talentos do rival Bahia, tão desprestigiado no seu clube do coração, foi a sacada de mestre do ex-presidente rubro-negro Paulo Carneiro.O terreno da Toca se mostrou de uma fertilidade extraordinária, propício para as sementes a serem plantadas. E já na primeira colheita a safra foi de primeiríssima qualidade. Um time cheio de garotos com selo de qualidade de seleção. Futebol de talento, velocidade, alegria, ousadia! Dida, Rodrigo, Vampeta, Giuliano, Paulo Isidoro e Alex Alves. E começava o carinho e o reconhecimento de todos: “a juventude cara pintada” como batizou o “brother rubro-negro” Renato Lavigne, o “brinquedo assassino”, sacada do “locutor show” Sílvio Mendes. Um time de garotos jogando como gente graúda que engoliu gigantes como Flamengo, Corinthians e Santos. O menino da camisa 7 era um azougue! Veloz, rápido, letal! Com fome de gols, colocava zagueiros, volantes e laterais pra “comer poeira”. Alex Alves virou o xodó da galera. Pintava um craque que todos apontavam como de seleção. Me lembro de sua primeira entrevista em rádio. Na “Resenha do Meio-dia” da Excelsior. Mário Freitas levou o menino ao vivo e de cara perguntou:- Alex, qual é o seu maior sonho?... Quem esperava que o garoto respondesse: “ser campeão brasileiro”, “vestir a amarelinha da seleção” ou jogar na Europa, ouviu a mais simples e bela das respostas: - Meu sonho é comprar uma geladeira pra minha mãe... Pura emoção. Silêncio no estúdio. Linda resposta que de pronto foi retribuída por torcedores, conselheiros e até por gente que nem rubro-negra era, mas que se sentiu contagiada a presentear o guri. Além de geladeira, pintaram fogão, televisor, estofados, máquina de lavar...Tanta coisa que nem o “Caminhão do Faustão” daria conta de guardar e levar. Bola de Prata da revista Placar, titular na seleção do campeonato, convocação para a seleção de juniores. Projeção natural, o caminho para o sucesso estava traçado. O poderoso Palmeiras molhado em leite de ouro do patrocinador comprou os baianos bons de bola Paulo Isidoro e Alex. Dentro de campo, o moleque de Campo Formoso era genial, fora dele genioso, vaidoso. Lidar com o sucesso e com dinheiro não é tarefa das mais fáceis. O show bussines e o “fantástico mundo da bola” estão repletos de exemplos. Alex Alves, menino de origem humilde, carente de uma formação de vida mais sólida, foi mais uma presa fácil do deslumbramento e da ilusão da fama e do dinheiro fácil. Foi driblado como Garrincha um dia também foi no enredo cruel da vida. A matéria prima do castelo de glórias do futebol é quase sempre a areia. Solidez falsa, realidade cruel e verdadeira. Decadência técnica, baques financeiros, doença. No caminho que tinha se desenhado de glórias, derrotas. Mas na nossa lembrança estará sempre um vitorioso loirinho camisa 7, um artilheiro com fome de gols, explosão, velocidade, um terror para os adversários. Um ídolo puro sangue rubro-negro para um Leão cheio de filhotes de grande qualidade como o menino Alex. Pena que tudo foi tão breve. Aos 37... no jogo da vida."Paulo César Gomes, 44, é radialista e apresenta diariamente às 13 horas o programa CBN SALVADOR ESPORTES , pela CBN SALVADOR 100,7 FM www.cbnsalvador.com.brLeia mais Morre aos 37 anos o jogador Alex Alves, craque do Vitória nos anos 90 Direção do Vitória lamenta morte de Alex Alves através de nota Corpo de Alex Alves será cremado nesta quinta-feira, no cemitério Jardim da Saudade Dirigentes, clubes e ex-jogadores lamentam morte de Alex Alves; veja Relembre a carreira de Alex Alves, morto nesta quarta Hospital corrige: Alex Alves morreu de anemia crônica e não de leucemia

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