Demitido há duas semanas do Vitória, Toninho Cecílio desabafa

Toninho Cecílio define-se como um treinador que dá "choque de ordem". Foi assim no Vitória, que acabara de perder a Copa do Brasil e precisava retomar o foco no Campeonato Brasileiro. Envolveu-se em polêmica com o lateral Egídio, venceu pouco, cobrou muito e... acabou demitido após um mês de trabalho, com 44% de aproveitamento, que ele julga uma boa campanha.

"Tive os mesmos números que treinadores em campeonatos anteriores, como Vágner Mancini e Carpegiani. Cheguei com um elenco de 37 jogadores, precisava enxugá-lo, é humanamente impossível trabalhar assim. Não entendi muito a atitude precipitada dos diretores. Mas é bola para a frente, tenho de aceitar. No futebol brasileiro, em geral, costuma ser assim. Só não concordo que digam que não dei certo", reclamou o treinador, em entrevista à Rádio Globo-SP.

Cecílio nega que tenha sido mal visto pelos jogadores e que perdeu o controle sobre o grupo após a forte chamada sobre Egídio, que foi captada e muito divulgada pela televisão.

"Minha filosofia é bem diferente, é necessária uma adaptação. Mas não admito atleta que fica de biquinho, de conversinha no vestiário e que não presta atenção. Agora, o clube resolveu retornar à linha antiga (trouxe de volta e efetivou Ricardo Silva), fazer o quê? Só o tempo vai dizer se erraram. Não sei se foi a imprensa que não gostou de mim, e o pessoal ouviu muito a imprensa. Não gostei, e talvez fosse melhor nem terem me contratado, arriscado mudar... Não sou o tipo de profissional que assimila bem o que fizeram", tornou a cutucar.

À espera da reabertura do mercado, Toninho revelou que pode assumir outro time a qualquer hora. "Prefiro não revelar, mas não houve sondagens, não muitas. Esses clubes, inclusive, já contrataram novos treinadores. Vou aguardar com calma, sem precipitação. Estou me reciclando e me atualizando. Para não errar, quero saber onde posso chegar e onde o clube que me procurar também deseja chegar", finalizou Cecílio.