O clima de rivalidade estava presente nos olhos tricolores desde o aquecimento. Enquanto a torcida rubro-negra cantava forte, o capitão Titi fazia o seu papel. "Vamos vibrar, pessoal! Vamos vibrar! O jogo é aqui dentro!", esbravejava.
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O estreante Danny Morais, dentro de campo, mostrou estar sem ritmo. No quesito liderança, porém, fez a boleirada azul, vermelha e branca acordar. "Quero todo mundo concentrado no jogo", largou.
Lulinha, lúcido e ousado na partida, escutou o 'Negôôôôô' das arquibancadas e fez cara de assustado. Jancarlos, no time desde 2010, tratou de acalmar o companheiro. "Olha lá a nossa torcida. Eles também vieram nos apoiar".
Quando a bola rolou, o que se viu foram guerreiros loucos para vencer uma batalha. Maranhão, mesmo com 1,68m de altura, levou uma cutucada de Eduardo Neto e levantou com sangue no olho, tentando intimidar o adversário de qualquer jeito. Talvez fosse melhor ter feito seu golzinho...
Maranhão não balançou as redes, mas Marcone, num dia de gala, fez dois gols. Ambos, em momentos diferentes, deram uma esperança danada no coração dos torcedores. O fim da história, entretanto, foi semelhante ao das últimas duas decisões entre os clubes dentro do Barradão. "Não conseguimos mais uma vez. É difícil de falar, mas precisamos pensar no Brasileiro...", resumiu o camisa 5 do Esquadrão.
Provocação - Quando o juiz apitou o fim do confronto, os comandados de René Simões, desolados, saíram tristes e de cabeça baixa. Ávine provocou no Ba-Vi de Pituaçu quando o tricolor meteu 2x0. Agora, vai precisar de muito Fair Play para escutar as gozações vindas da Toca do Leão. Na saída do gramado, mostrou-se bem objetivo. "Sem palavras", resumiu ele, com os olhos cheios de lágrimas. Já Souza, bastante irritado com as provocações de Viáfara, saiu 'p.. da vida'. "Ele ficou com as gracinhas de sempre. Não sabe respeitar!", bradou.
A cena mais interessante do clássico não aconteceu nos 90 minutos de jogo. De um lado, festa. Do outro, tristeza. O zagueiro Titi parecia não acreditar. Sozinho, sentou na saída do vestiário, abaixou a cabeça e chorou. Ninguém se aproximou para consolar ele. Não ia adiantar muita coisa...
Matéria publicada na edição impressa do jornal Correio* do dia 2 de maio de 2011
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