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| "Foi o jogo mais importante da minha vida", diz Lomba |
Marcelo Lomba é carioca da gema e o sotaque carregado não nega. Nasceu no Rio, mas abraçou Salvador e viveu na capital baiana a maior emoção da carreira. "Com certeza foi meu título mais importante", vibrou o goleiro do Bahia. Ídolo da torcida tricolor, Lomba foi um dos destaques do título estadual. Esse foi o sexto título da carreira dele, o primeiro como titular. Com a camisa do Flamengo, time que o revelou, foi campeão da Copa do Brasil (2006), do Campeonato Brasileiro (2009) e tricampeão carioca (2007 a 2009). O azul, vermelho e branco trouxe sensações não vividas de vermelho e preto.
Por causa delas, o goleiro do Esquadrão teve um dia cheio na segunda-feira. Depois de atender a imprensa, saboreou um churrasco com a família e amigos. Antes, teve uma reunião com a diretoria tricolor. A renovação do contrato dele é prioridade no Fazendão. Lomba está emprestado ao Bahia até o final deste mês e tem vínculo com o Flamengo até dezembro. "Tem 95% de chance de eu ficar. Vou me empenhar bastante nessa renovação", promete. Com ele, tudo certo. Falta acerto financeiro entre Bahia e Flamengo.
O dia pós-título foi pra lá de feliz e um tanto sonolento. Depois de erguer a taça em Pituaçu, Lomba estendeu a comemoração em uma casa de shows onde outros jogadores estavam. Nem demorou tanto assim lá, mas custou a pregaro olho na madrugada de ontem. "Fui dormir umas 4h da manhã e 7h já tava de pé. Não conseguia dormir por causa da adrenalina".
Rolou mesmo um excesso de adrenalina no clássico. Lomba precisou suar pra garantir o empate em 3x3. "Foi o jogo mais importante da minha vida, com mais adrenalina, com mais emoção". Põe emoção nisso. Nos momentos finais do jogo, Lomba fechou o gol e garantiu o título tricolor. Primeiro, se esticou todo pra espalmar a cabeçada de Victor Ramos. Depois, fez milagre num chute de Rodrigo Mancha. Rebote aproveitado por Pedro Ken e encaixe perfeito do goleiro. A redonda finalmente tinha ficado quietinha nos braços dele, ajoelhado no gramado. "Ali fiquei conversando com a bola e agradeci a Deus por ela ter ido na minha mão", conta.
De quebra, o clássico ainda reservou uma dose de pimenta. Lomba e Neto Baiano se estranharam durante o jogo. O goleiro até engoliu dois gols do atacante, mas comemorou no final. "Ele fica me provocando e eu provocando ele. O importante é que eu venci e o caneco foi pro Fazendão", alfineta. O apoio da família na reta final do estadual foi fundamental pra Marcelo Lomba. "O amor deles faz eu me sentir mais seguro. Eles estavam aqui justamente pra não deixar eu me desviar", reconheceu o goleiro.
Mãe dedicada, dona Rose pediu dispensa do trabalho e praticamente se mudou do Rio pra Salvador nas últimas duas semanas. "A gente tinha que estar aqui pra dar força. A gente sabia o quanto ele queria esse campeonato". Professora, sempre se preocupou com a educação do filho e gostou do que ouviu em Salvador. "As pessoas vieram me falar bem dele não só como atleta, mas também como pessoa e isso me dá a sensação de dever cumprido. Tô muito feliz e só tenho a agradecer a torcida do
Bahia por ter recebido ele tão bem".
Ela e seu Ruben, pai de Lomba, viveram tudo de pertinho. Ficaram no meio da torcida tanto no Barradão quanto em Pituaçu. O jogo do último domingo tocou o coração de dona Rose. "Foi um Dia das Mães totalmente diferente. Ganhei um presente maravilhoso. Esse momento a família Lomba jamais vai esquecer". A camisa e as luvas usadas pelo filhote vão pra coleção da mãe coruja, ela guarda todas as recordações da carreira do filho. Lomba é um dos indicados ao prêmio de melhor goleiro do Baiano. A premiação acontece na noite desta terça. Dona Rose, claro, estará presente na festa, ansiosa por mais um item pra coleção.
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