Musculatura robusta para um menino de 17 anos, o paraibano não contou conversa ao receber uma reclamação do então treinador João Paulo, hoje no departamento de futebol profissional. "Reclamei, ele abriu os braços e disse: 'Deixa eu jogar, pô!'. Quando eu cheguei no vestiário, fui pra cima dele, peguei pela camisa e disse: 'Seu moleque, você me respeite. Nunca mais faça isso com treinador nenhum seu'. Ele começou a pedir desculpas e chorou", relembra João, dez anos depois.
Episódio inesquecível e muito mais importante do que o resultado final daquele confronto, já em esquecimento na memória de João. E através dessa história, é possível entender a declaração do capitão da Seleção Thiago Silva, em entrevista ao portal Uol, um dia antes de Hulk aparecer na lista dos 23 convocados de Felipão para a Copa do Mundo.
"David Luiz funciona na base da força. Gozamos um com o outro, mas a nossa relação é muito boa. Já o Hulk é um jogador com quem não posso gozar, porque fica sentido, fica acanhado. Precisa de um tratamento na base da conversa, com carinho e confiança", detalhou Thiago.
Titularidade estampada na Seleção, o atacante apelidado de super-herói era apenas mais um entre tantosmeninos que chegam e saem da Toca ano a ano. Apareceu em Salvador aos 16 anos vindo do São Paulo e era despercebido na base. "Era só mais um jogador. Não foi cortejado por ninguém. Como não se destacava,
um dia emprestamos ele ao Japão. O Vitória fazia isso com alguns jogadores no mundo inteiro. Alguns ficavam, outros iam embora. Deve ter jogado muito lá pra depois voltar", comenta o ex-presidente do clube Paulo Carneiro, sobre o empréstimo do então garoto ao Kawasaki Frontale.
Porto - A ponte entre Vitória e Japão e pelo sucesso atual do atacante mais eficiente dos convocados de Felipão nesta temporada por seu clube (21 gols em 33 jogos) atende pelo apelido de Téo, nome do empresário Constantino Teodoro. Residente no país asiático, Téo tinha contatos fortes por lá e viabilizou a transferência em definitivo do atacante, após dois jogos como profissional do Vitória, para o Frontale.
Sem espaço no clube, acabou emprestado ao Consadole Sapporo, da segunda divisão. Só aí Hulk apresentou algo a mais que força no futebol. Vice-artilheiro do campeonato com 25 gols, atuou mais um ano na segundona japonesa, dessa vez pelo Verdy Tokyo, quando fez 37 gols e abusou da condenada comemoração de tirar a camisa e estampar a musculatura em alusão ao personagem dos quadrinhos.
Famoso na Ásia, Hulk precisava de um cenário mais imponente. A Europa surgiu através do Porto, de Portugal, que comprou o atacante do Japão e fez um negócio da China. Com o paraibano de Campina Grande de protagonista, o clube ganhou quatro nacionais, uma Liga Europa e vendeu Hulk ao russo Zenit por valor recorde em Portugal: 60 milhões de euros (R$ 153 milhões em 2012). Essencial lá, Hulk segue constestado cá. Mas uma Copa muda essa história. TRAJETÓRIA
INÍCIO NA TOCA | BRILHO E DINHEIRO |
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Hulk chegou à Toca do Leão já aos 16 nos, depois de não ser aproveitado no São Paulo, onde atuou com David Luiz, outra revelação rubro-negra. Por aqui, pode-se dizer que atuou só na base. Visto como mais um jogador a passar pelo clube, jogou apenas duas partidas no profissional antes de ser negociado com o futebol japonês. | Após destaque na segunda divisão do Japão, Hulk chegou ao Porto, de Portugal, para mudar o rumo da carreira. Na Europa, ganhou Português, Taça de Portugal, Liga Europa e foi transferido por R$ 153 milhões para o pouco conhecido, porém milionário Zenit, da Rússia. Mesmo com pouca visibilidade, segue intacto na seleção. |
Matéria original: Jornal Correio*
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