Um assunto era resenha certa na cidade dias antes de qualquer Ba-Vi: qual torcida vai botar mais gente no estádio? Esquece isso. Para o primeiro clássico do ano, domingo, às 16h, no Barradão, esse bate-boca preliminar está no banco de reservas. A dúvida de antes agora é uma certeza pré-anunciada. A maioria no Barradão vai ser de rubro-negros, assim como no próximo dia 20, em Pituaçu, será de tricolores. O rival passa a ser um visitante como outro qualquer. O Estatuto do Torcedor, que prevê 10% de espaço ao visitante, chega com força no Ba-Vi.
Neste domingo, 90% dos ingressos são para a torcida do Vitória e 10%, com design diferenciado, para a do Bahia. Com um detalhe: não adianta tentar tirar uma de esperto. Quem comprar ingresso do Vitória, só terá acesso ao setor rubro-negro e vice-versa. “O Vitória investiu na setorização. Gastou pra dar conforto e segurança para os visitantes. É uma oportunidade pra torcida do Vitória mostrar que ela sozinha ocupa o Barradão”, fala o presidente interino Carlos Falcão.
Segurança - Por outro lado, a diretoria do Bahia não procurou o Vitória para propor um acordo com a intenção de ampliar a capacidade de sua torcida no Manoel Barradas. De acordo com Falcão, se procurasse, tinha conversa. O presidente Marcelo Guimarães Filho não foi encontrado pra falar sobre o assunto. Através da assessoria, a direção tricolor informa que adotará a mesma medida no clássico de Pituaçu. Para a Polícia Militar, que usará 700 homens na segurança do BaVi, o nível de tranquilidade não aumenta com essa atitude. “É indiferente. Trabalhamos com a expectativa de público. Esperamos 20 mil torcedores”, projeta o major Demóstenes. E nisso, a magia do Ba-Vi se perde aos poucos. “Antes não tinha isso porque a Fonte Nova era dos dois. Agora cada um tem a sua casa. Bota o quanto quiser de visitante”, analisa Osni, ídolo nos dois clubes.
Matéria publicada na edição impressa do jornal Correio do dia 3 de fevereiro de 2011