Redação GoalA novela envolvendo Ferj e Maracanã ganhou mais um capítulo nesta quarta-feira. Questionado pelo presidente da Ferj, Rubens Lopes, e o presidente do Vasco, Eurico Miranda, sobre qual legitimidade teria para se manifestar sobre a redução dos ingressos para o Campeonato Carioca, o Consórcio divulgou uma nota oficial.Nela, o Consórcio diz investir e ter responsabilidade em gerir o estádio e participação tanto nos lucros quanto nos prejuízos das partidas e declara que não assinou a nota do Fluminense contra a Ferj, mas apoia o direito de expressão do Tricolor. Confira abaixo a nota na íntegra."A Concessionária Maracanã vem a público para esclarecer pontos fundamentais sobre suas atribuições e suas relações com clubes e o Campeonato Carioca:I) Papel da Concessionária MaracanãOperamos de acordo com o contrato de concessão firmado com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, que determina que o Maracanã mantenha contratos com os clubes cariocas, atendendo às legislações que regem as atribuições de uma operadora de estádio. Além disso, como concessionária, temos o direito e o dever de gerir, operar e manter tanto o Estádio como o Maracanãzinho, além de explorar e zelar pela imagem e pelos espaços de todo o Complexo Maracanã. Temos, portanto, a responsabilidade perante o poder concedente de atuar de forma profissional, garantindo sua sustentabilidade técnica, econômica e financeira.Desde junho de 2013, já realizamos 136 jogos, com 59 times, do Rio de Janeiro, de outros Estados e Países, como campeonatos Carioca e Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores e Sul-Americana, além de ter participado da operação da Copa do Mundo 2014. Neste período, tivemos excelente relação com torcedores, jogadores, clubes e entidades organizadoras das competições, atuando sempre em parceria em prol do desenvolvimento do futebol nacional. O Maracanã foi eleito em pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, no início de 2014, o preferido dos jogadores do Campeonato Brasileiro da Série A, com a nota 9,4.Investimos e temos responsabilidade sobre os serviços prestados, em especial o conforto e a segurança dos torcedores, bem como com os resultados financeiros de nossas operações e dos clubes parceiros. Não alugamos simplesmente o espaço para a realização de jogos, como fazemos com shows e eventos em geral. No caso do futebol, temos participação nos lucros e nos prejuízos das partidas, sendo um dos mais interessados em mudar o quadro histórico de pouca presença de público nas competições do nosso futebol nos últimos anos.Assim não somos entes estranhos ao futebol, nos interessamos diretamente e temos o direito de nos pronunciar, assim como nos mobilizar acerca de questões estratégicas na atração de público, como formas de competição, horários, preços e garantias de nossos direitos de exploração comercial do Estádio.II) Relação com Fluminense Football Club e Clube de Regatas do FlamengoTrabalhamos em conjunto com os clubes em prol do fortalecimento do binômio clube mandante e estádio. Com orgulho temos como principais parceiros os detentores de metade dos títulos brasileiros dos últimos seis anos. Com eles tratamos em alto nível questões diversas, sempre no espírito de tornarmos o conjunto mais forte e próspero.Apoiamos os respectivos planos de sócios-torcedores, fundamentais no fortalecimento dos clubes, suportamos as agremiações que mandam seus jogos no Maracanã com campanhas publicitárias, ações em redes sociais e em nossos telões no intuito de atrairmos e fidelizarmos mais público. Somos fiéis parceiros no cumprimento de seus direitos estabelecidos em contrato e não temos nenhuma outra motivação nesta parceria senão o espírito de ganha-ganha.III) Campeonato CariocaÉ de conhecimento geral a crise de atratividade dos campeonatos estaduais em todo o país. E não é a adoção de preços irrisórios que vai levar o torcedor de volta aos estádios. Considerando que cerca de 20% de todo o público tem acesso de forma gratuita ao estádio, 40% pagam meia-entrada e que 20% de toda a renda é destinada ao pagamento de INSS, federações e custos de arbitragem, caso fosse adotada uma precificação de R$ 20 para a inteira no Norte/Sul e R$ 40 a inteira no Leste/Oeste, todos os jogos já seriam deficitários, tanto para os clubes como para a concessionária. Implantando-se o conceito de "meia-entrada universal", estes prejuízos seriam, portanto, ainda mais acentuados, independentemente da quantidade de público que se conseguisse atrair.Considerando jogos do Fluminense e Flamengo na Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro e Copa Sul-Americana, temos já um grande desafio de obtermos equilíbrio financeiro. A realidade é que não cabe num estádio de padrão internacional e com capacidade de 78 mil lugares jogos pequenos com baixíssimo potencial de atratividade de público como a grande maioria das partidas do atual Carioca.Acreditamos que é hora de encarar a nova realidade de responsabilidade no futebol na qual alguém paga as contas. Quem pagará a conta do prejuízo líquido e certo com o Campeonato Carioca? A Concessionária? Os Clubes? A Federação? O Governo Estadual e/ou Municipal?Esclarecemos que não participamos da nota emitida em 27/01 pelo Fluminense, mas respeitamos e apoiamos o direito do clube de se pronunciar. Também reafirmamos nosso compromisso firmado em manifesto com o Clube de Regatas do Flamengo e com Fluminense Football Club na luta por um futebol de fato profissional no Rio de Janeiro.Concessionária Maracanã"
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