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Sob olhares do torcedor presente ao estádio Adauto Moraes, em Juazeiro, atacante Kieza passa por marcação de jogador da Juazeirense: agora ele é artilheiro isolado do estadual (Foto: Emerson Rocha) |
Kieza mostrou, mais uma vez, que tem estrela. Uma não...duas. O atacante é o tipo de atleta que veste mesmo a camisa do time em que joga e já virou tricolor de carteirinha. Avesso ao universo rubro-negro desde os tempos em que defendia o Náutico, ele é o camisa 9 do time e um representante nato do torcedor do Bahia - só que dentro das quatro linhas. Cheio de garra, repete, sem sentir, gestos que vêm das arquibancadas. Kieza vibra, se empolga, sofre. Não para de gritar um único minuto dentro de campo. Cheio de caras e bocas, é flagrado durante os 90 minutos brigando consigo mesmo quando perde chance clara de gol, assim como o torcedor também fazem. Na hora do gol, bate no próprio peito, mesmo gesto dos milhares de tricolores espalhados pelo mundo. Ontem, foi dos pés dele que saiu o segundo gol contra a Juazeirense, que garantiu ao Bahia o triunfo no primeiro jogo da semifinal do Campeonato Baiano. De quebra, se tornou artilheiro isolado do Bahia na temporada, com 11 gols, além de também ser o goleador do estadual, com seis - um a mais que os companheiros Léo Gamalho e Maxi. Em ótima fase, Kieza é uma bela surpresa em 2015, ainda mais depois da oscilação do ano passado. É uma espécie de espelho do torcedor e caiu nas graças até do mais rabugento tricolor apaixonado. Capixaba dos mais nordestinos já visto, passa longe da apatia. Pode ser julgado por ser intempestivo, nervoso, cabeça quente. Muitas vezes se prejudica por falar demais e sem pensar (sobretudo nas redes sociais), mas jamais por levar desaforo para casa. E é por isso que virou xodó da galera. Após o jogo, por exemplo, Kieza usou a sua sinceridade ao ser questionado sobre o resultado. “Foi justo, lógico. Jogamos muito mais, criamos muito mais oportunidades. Só tivemos problema com esse campo horroroso. Não tem condição de jogar bola aqui”, disse com tranquilidade. K9 representa e faz isso com naturalidade. Joga a moral do tricolor lá em cima. E, em tempos de carência de ídolos, se torna um alento para a nova geração. Agora, é aguardar para saber se esse amor poderá continuar. O contrato dele vence no dia 11 de julho, mas tudo indica que haverá renovação.