A inauguração das quadras de saibro da Associação Atlética da Bahia (AAB) trouxe a Salvador ex-tenistas renomados. Fernando Meligeni, medalha de ouro no Pan 2003 e que chegou a ser o número 25 do ranking, Márcio Carlson - que jogou nos Pan-americanos de 1995 e 2003, ficam em Salvador até domingo (17) e participam do I torneio Perini Open de tênis.
O iBahia foi atrás deles e conseguiu promover um encontro de gerações. Na escolinha do Baiano de Tênis, Meligeni e Carlson bateram uma bolinha com os alunos de oito a dez anos que mal os conheciam - Meligeni parou de jogar profissionalmente em 2003. Além do papo descontraído com a garotada, o ex-tenista falou do passado, presente e futuro do esporte, principalmente no Brasil.
I Perini Open - O torneio será realizado em duplas e seguirá o regulamento da Federação Bahiana de Tênis (FBT) com as categorias A, B, C e D. Antes do início, as quadras receberão nomes de personalidades baianos que fizeram história no esporte: Patrícia Medrado, José Evaldo Silva, Pedro Silva e Lucia Meirelles. Patrícia Medrado, que liderou o ranking brasileiro de 1974 a 1985 e chegou a ser 9ª do mundo, também promove o evento.
Veja o vídeo exclusivo de Fernando Meligeni com futuros tenistas
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Para Fernando Meligeni, evento da AAB é o primeiro passo para recolocar a Bahia no cenário do tênis nacional. Veja o bate-papo dele com o repórter Alan Rodrigues, do Correio*
Correio* - Nos anos 90, você disputou em Salvador uma edição da Copa Econômico. Você era apontado como grande promessa e Guga, que estava começando, um anônimo. Como foi que se deu a virada e ele se tornou número 1?
Meligeni - No Brasil se dá muita importância ao juvenil. Com 14 anos, ninguém é promessa, não conheceu a mulherada, as noitadas, a bebida. Nossa luta é mostrar que o tênis é muito mais que profissionalismo. O importante é o prazer de jogar.
Mas nas duas últimas décadas surgiram você, o Guga, Jayme Oncins, Márcio Carlson... Essa geração não foi desperdiçada?
Perderam uma geração inteira. Não fico falando pra não bater na mesma tecla, mas você tinha quatro atletas entre os 100, sendo que um era o número 1 (Guga) e outro 25 (Meligeni), e não conseguir fazer um centro de treinamento?
Fotos: Eudes Benício/iBahia
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Faltou o quê?
Competência, vontade política, vergonha na cara, menos interesses, posso ficar aqui falando várias razões.
E hoje, qual a perspectiva?
Hoje tem um baita patrocínio, é um momento que a confederação nunca teve. O presidente Jorge Lacerda passou 10 anos atacando as gestões anteriores, agora com esse dinheiro todo tem que fazer acontecer. E não adianta fazer pouco.
Centros como esse da Associação ajudam a descentralizar o esporte, ajuda nesse processo de desenvolvimento?
O que estão fazendo aqui é muito mais que um torneio. É tentar colocar a Bahia de volta no cenário do tênis. Faço 35 eventos por ano. Até no Acre eu já fui, mas é a primeira vez em Salvador.
Você disse que com 14 anos ninguém pode ser considerado promessa. Essa é a idade da sua sobrinha, Carolina, que ganhou o Banana Bowl. Ela tem futuro?
Ela não é ninguém, já disse isso a ela. É boa na categoria dela. As pessoas me dizem: ‘sua sobrinha joga pra c...’. Quem joga pra c... é a Clijsters (Kim Clijsters, belga, 2ª do mundo), a Wozniacki (Caroline Wozniacki, dinamarquesa, número 1).
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