É bem verdade que o Campeonato Baiano não tem como atrativo um futebol de grande qualidade técnica. Aqui as coisas funcionam na raça e na vontade. Alguns torcedores podem até se incomodar com a escassez de lances plásticos, mas não podem reclamar da falta de emoção. E quanta emoção. Antes da semifinal da edição 2011 do estadual, muita coisa rolou e o torneio ganhou aquele tempero cheio de pimenta, com a cara da Bahia.
Até agora, 108 jogos foram realizados. A rede balançou nada mais nada menos do que 298 vezes. É amigo, a meta dos 300 será batida. A média é razoável: 2,75 gols por jogo. Tá bom, né?! Isso reflete até na quantidade de partidas em que o placar não saiu do zero. Foram apenas quatro empates sem bola no fundo do gol. Na primeira fase, Serrano x Bode e Feirense x Bahia deixaram o torcedor sem o grito tão desejado.
O mesmo aconteceu no último sábado, nos dois jogos (Vitória x Camaçari e Feirense x Serrano). Esses empates estão incluídos nos 48 resultados iguais dos 108 jogos. No resto, sempre alguém saiu comemorando, enquanto o adversário chorou um revés. Mas teve uma partida no Torneio da Morte que teve gol até demais. Foram 11, na vitória do Juazeiro sobre o Ipitanga por 7 a 4, no dia 27 de março.
O Ipitanga, inclusive, encerrou sua participação no estadual com a pior defesa, que sofreu 37 tentos em 18 jogos. O pior ataque não é de um só time. Colo Colo e Camaçari marcaram apenas 18 gols, média de um por jogo. Por outro lado, o Vitória detém o melhor ataque e a defesa menos vazada do Baianão 2011. Enquanto os homens de frente fizeram 37 gols, os goleiros do Leão foram buscar a bola no fundo das redes 15 vezes.
Panorama semifinal
No próximo domingo (24), os semifinalistas do Campeonato Baiano fazem o duelo de ida. Com a melhor campanha geral do torneio, o Vitória visita o Bahia em Pituaçu. Já na outra partida, o Serrano recebe o Bahia de Feira no Lomanto Júnior. Os dois jogos estão marcados para 16h.
As equipes já se enfrentaram no campeonato, ainda na primeira fase. No retrospecto do clássico BaVi há um equilíbrio. Primeiro, o Leão bateu o Tricolor no Barradão por 3 a 0. No segundo jogo, triunfo do Bahia por 2 a 0, em Pituaçu. Já no outro confronto, o Bahia de Feira foi superior ao Serrano e venceu os dois jogos - 2 a 0 em Vitória da Conquista; 2 a 1 em Feira de Santana.
Vitória e Bahia de Feira saem na frente quando o assunto é regularidade. São os únicos times que não trocaram de técnico desde o início da competição. Antonio Lopes comanda o Rubro-negro, enquanto o Tremendão está sob a batuta de Arnaldo Lira.
O Bahia está no quarto treinador. Rogério Lourenço começou, Chiquinho de Assis foi efetivado por uma semana, Vágner Benazzi tentou e agora René Simões é o dono do cargo. Já o Serrano só mudou o comando uma vez. Elias Borges deu lugar a Esquerdinha.
Desde 2003 um time do interior não chega a uma finalíssima. A Catuense
perdeu o título para o Vitória naquele ano. O Colo Colo, campeão de 2006, ganhou os
dois turnos e automaticamente levou a taça, sem precisar jogar a grande
final.
Artilharia em aberto
O goleador do Baianão 2011 é o atacante Sassá, que marcou dez gols pelo Ipitanga e chamou a atenção do futebol português. Como o estadual acabou para ele, o Paços Ferreira o espera de braços abertos, assim como o posto de artilheiro. Isso porque tem gente na cola que pode ultrapassá-lo ainda na fase semifinal. Nikão, do Vitória, já fez nove gols e está doido para assumir a ponta do ranking. João Neto, atacante do Bahia de Feira, tem oito e também está na briga.
CONFIRA A ARTILHARIA COMPLETA DO CAMPEONATO BAIANO 2011
Os candidatos de Bahia e Serrano estão mais distantes. Souza e Rafael marcaram apenas quatro tentos pelo Tricolor, assim como Carlos Júnior do time mongoió. Geovanni (Vitória), com sete, e Carlinhos (Bahia de Feira), com cinco, têm mais chances.
Rebaixamento indefinido
A matemática não falha e é só olhar a classificação final do Torneio da Morte para ver que Juazeiro e Colo Colo estão rebaixados. Só que não cabe aos números julgar irregularidades na competição e isso muda tudo. A tarefa é do Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia (TJD-BA), que vai dizer se o Ipitanga, livre da degola no campo, vai cair. É que o Tucano escalou um jogador de maneira irregular e o julgamento está marcado para esta terça-feira (19).
Mas essa patota não para por aí. O presidente do Ipitanga, Renato Braz, garante que o Juá também cometeu um equívoco no campeonato e merece cair. Segundo o dirigente, o Juazeiro escalou um jogador sem registro profissional em jogos do estadual. O roteiro dessa novela só terá fim no tribunal.
Arbitragem na mira
A arbitragem foi tema corriqueiro nas discussões futebolísticas do certame baiano durante o torneio até então. Lances polêmicos marcaram as fases iniciais e as críticas aos homens do apito não foram poucas. Tanto que na última rodada da segunda fase, o duelo decisivo entre Bahia e Vitória da Conquista teve trio da Fifa no comando. Atitude preventiva da Federação Bahiana de Futebol (FBF).
Antes disso, o presidente do Atlético, Albino Leite, perdeu a linha e agrediu o assistente Alessandro Matos em Alagoinhas. Empurrão que pode custar caro ao dirigente e ao clube, fora da disputa do título. O julgamento deste caso acontece nesta segunda (18). É, amigo, que venha a semifinal!
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