Até quinta-feira passada (5) Ramon era mais um menino do juniores com alguns treinos na equipe profissional. Jogar no time de cima era um sonho distante. Menos de uma semana depois, o garoto de Riachão do Jacuípe virou titular da zaga do Vitória.
História improvável em meio a uma turbulência interna no clube, ainda sem treinador após a demissão de Ricardo Drubscky, que não resistiu ao 0x0 com a Juazeirense, partida de estreia do jovem de 19 anos na equipe principal. No terreno indomável do Adauto Morais, em Juazeiro, Ramon substituiu Maracás no 1º tempo e agradou. Ainda se sentindo um estranho no meio das cobras criadas, o jovem só começou a se soltar na reapresentação, na última segunda-feira (9). Os mais experientes passaram a se aproximar e o cabeludo logo virou alvo das brincadeiras de Neto Baiano e Amaral, que chegaram a comprar uma máquina pra raspar a cabeça do calouro. “A história desse cabelo é longa. Fiz uma promessa que só ia cortar o cabelo quando jogasse no profissional do Vitória e não disse a ninguém. Aconteceu do nada. Até minha mãe falava... Amaral e Neto começaram zoar comigo. Aí eu pensei: ‘Antes o cabelo cortado do que raspado’”, conta o garoto, que pagou R$ 10 pra aparar a cabeleira na barbearia de Tinho, ali nas proximidades do Barradão, antes da viagem para Porto Seguro, onde estrearia como titular. De novo visual, Ramon mostrou boa desenvoltura ao lado de Ednei no triunfo de 2x1 sobre o Serrano na Toca do Guaiamum. O suficiente para a vida do garoto, que ainda mora na Toca do Leão, tomar outro rumo. Emprestado pelo Bahia de Feira até dezembro, Ramon está na lista de prioridades do Vitória, já em conversas adiantadas com o clube feirense para exercer a preferência de compra prevista em contrato. SurpresaEmbora novo, Ramon já está na sua segunda passagem pelo rubro-negro. Oriundo do Bahia de Feira, onde já atuou em dois estaduais como titular no profissional - o primeiro deles com 17 anos, Ramon chegou pela primeira vez no Vitória depois da parceria dos dois clubes oficializada em maio de 2013, quando veio junto com o atacante Rômulo, atualmente emprestado ao Santo André. “Vim pra base, passei seis meses e não joguei nenhuma partida oficial. Só amistoso mesmo. Mas nunca abaixei a cabeça. Voltei pra Feira, joguei o estadual e pediram pra voltar em maio do ano passado”, revela ele, surpreendido com a própria história. “Foi tudo uma surpresa. Pensei no início do ano: vai ser difícil subir. O clube tinha seis zagueiros, três da base (Maracás, Vinícius e Matheus Salustiano) e todo mundo começou a se machucar. Simplesmente, a chance caiu na minha mão”, define o garoto, que será titular mais uma vez domingo, contra o Colo-Colo, em Ilhéus.
Ramon (à esquerda) |
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