Escudero: bastidores da recuperação e a importância da família

Bastian ainda dá os primeiros chutes, mas ajudou o principal jogador do Vitória a retornar aos gramados. A vontade de voltar a jogar bola com o filho caçula, 1 ano, e com o mais velho, Borja, 4, foi a dose de incentivo extracampo na recuperação do paizão Escudero, que rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito em fevereiro.

“Não poder brincar com os meus filhos era muito triste. Eu não conseguia me movimentar. Ter a família ao lado foi a maior ajuda que eu tive”, afirma o meia argentino, que mora com os dois filhos e a esposa Florencia em uma casa em Busca Vida, Camaçari.

Recuperado da lesão, Escudero voltou a ter contato com a bola em casa e na Toca do Leão. A previsão é que reestreie com a camisa do Vitória no dia 24, contra o Figueirense, no Barradão. “Estou controlando a ansiedade. Acho que vai ser uma sensação única, como quando se começa a jogar”, vibra o jogador de 27 anos.

Ele se machucou no dia 16 de fevereiro, no empate em 1x1 com o Ceará, pela Copa do Nordeste, e foi operado dez dias depois. Foi a primeira lesão grave do jogador, que se profissionalizou em 2005, no argentino Vélez Sársfield.

Durante os quase seis meses de recuperação, Escudero recebeu a visita e o apoio de dois amigos, o paraguaio e companheiro de clube Cáceres e o compatriota Maxi Biancucchi, companheiro no Vitória, em 2013, e hoje no Bahia. “Fizemos uma amizade muito boa no ano passado, nossas esposas são amigas e procuramos sempre nos juntar”, conta.

Machucado, Escudero viu o Vitória perder o título estadual, ser eliminado da Copa do Nordeste, da Copa do Brasil e ocupar a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro por quatro rodadas. “Foi difícil. Estava incapacitado para jogar e ajudar”, lamenta, antes de adotar um discurso otimista. “Acho que o time vai dar a volta por cima. Vamos brigar pelas primeiras posições, como no ano passado. Ainda temos todo o returno e vamos fazer as coisas funcionarem”, afirma.

Está tão confiante que já pensa em balançar a rede. O primeiro gol no retorno aos gramados será dedicado à esposa Florencia. “Foi minha companheira nesses seis meses difíceis e merece essa comemoração”, reconhece.

Homenagem programada pra quem o encheu de mimos durante a recuperação. Florencia faz questão de preparar o almoço todos os dias. O cardápio tem receitas argentinas, como carne com ameixa, a preferida de Escudero.

Sobremesas de chocolate também foram usadas por ela para fazer o maridão esquecer a dor. Ontem, durante a visita do CORREIO, Florencia preparava macarrão ao molho rosê e de vez em quando ganhava um beijo apaixonado do jogador. “Ele adora o que faço”, diz, cheia de sorrisos.

“Como ele ficou muito em casa, ficamos muito tempo grudados. Essa foi a única coisa boa. Agora já estou pensando em quando ele voltar a jogar”, diverte-se.

Nada de ciúmes, Florencia! A torcida do Vitória está saudosa de ver o maestro em campo. Ele também. “Sonhei que estava jogando em um Barradão lotado”, conta Escudero. “Tomara que minha volta seja assim”. Matéria original: Correio* Escudero conta bastidores da recuperação e revela que chocolate foi fundamental