Rapaz, você viu o tamanho do cara que fez gol de cabeça no meu time? Jair nem deixou eu chegar na firma direito e já puxou assunto. Ágil no volante e no raciocínio, o motorista mais rubro-negro do CORREIO ficou invocado. Num dia, Antonio Lopes vem com a história de melhor dupla de zaga do Brasil. Uma semana depois, o Vitória toma três do Botafogo, o Belo da Paraíba e não o Glorioso do Rio. A verdade é que Paulinho Macaíba tem 1,73m e ganhou de Alison, Léo Fortunato e toda a defesa do Vitória no Almeidão. Ficou atrás dos zagueiros altos e à frente de Romário, que é lateral, do mesmo tope de altura e estava desligado no lance do terceiro gol. Por marcar a bola e não o adversário, o Vitória já tinha tomado um gol assim do Atlético de Alagoinhas, domingo, no Barradão.
E por fazer (malfeita) a linha de impedimento, o time tomou outro gol que vinha pedindo há alguns jogos. Todo mundo sai na hora errada e Viáfara que se vire com o atacante sozinho na área. O primeiro gol do Belo foi assim. Mas belo mesmo fez Chapinha, que alisou a juba do Leão e acordou o Vitória na hora certa. Ainda bem, porque essa empolgação que a boa campanha no Baiano começa a criar só ilude. Melhor perder logo agora e se tocar que a zaga não é a melhor do Brasil, Léo não é lateral-esquerdo, Ernani não é meia e o ataque com Rildo e Neto vai fazer o torcedor passar raiva na Série B. Ainda assim, é mais fácil ajustar o time quando está bemdo que crescer durante a má fase, caso do Bahia.
E por falar em Bahia, meu Deus... Era a vez de Chiquinho, mas agora tiro o chapéu. Enfim, o Bahia trouxe um técnico campeão da Série A: Vágner Benazzi! Campeão da Série A3 paulista com o Sãocarlense, da Série A2 (paulista também) com Taquaritinga e União Barbarense. Tem rodagem em outros grandes clubes de São Paulo como Lençoense, Lemense, União Barbarense, Comercial, São José, Paraguaçucense, Atlético de Sorocaba e Portuguesa Santista, mas esses todos são no início da carreira do treinador de 56 anos.
Quando se tornou conhecido no futebol brasileiro, Vágner Benazzi, chamado no interior de São Paulo de "Rei dos Acessos", acumulou títulos e clubes mais expressivos. Ganhou o estadual candango e a Série B nacional pelo Gama, o catarinense duas vezes com o Figueirense e o cearense com o Fortaleza. No mais, Criciúma, Paysandu, Portuguesa, Ponte Preta, Vila Nova e Avaí. É desses treinadores cheios de contatos no interior paulista, mas nunca treinou um time de massa, tampouco um campeão brasileiro – na verdade, bi. E olhe que são 35 clubes no vasto currículo.
Em outras palavras, Benazzi é treinador de Série B, perfil que estranhamente a diretoria do Bahia tem procurado justamente no ano em que voltou à primeira divisão. Curioso que, em 2010, quando estava na segunda, o profissional desejado pela mesma diretoria era um tipo Renato Gaúcho, que gerasse ganhos na mídia nacional e tivesse alguma taça expressiva na parede do quarto.
*Herbem Gramacho é sub-editor de Esporte e escreve durante as férias
do editor Eduardo Rocha. Coluna publicada na edição imprensa do
Correio* do dia 18 de fevereiro de 2011
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