A estreia é também um dia de reencontro para o técnico Joel Santana. “Tô emocionado e feliz. A Fonte Nova, com certeza, é um dos meus altares”, vibra o técnico que assume o comando tricolor contra o Vitória da Conquista hoje, às 16h.
Quase 10 anos se passaram desde a última vez que Joel pisou na Fonte Nova para comandar um time baiano. Naquele 15 de junho de 2003, ele lamentou a derrota rubro-negra por 2x1 no Ba-Vi pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro. Menos de duas semanas depois, foi demitido do Vitória. A Fonte Nova ainda nem era chamada de velha.
Joel Santana não tem o episódio fresco na memória. Está focado no encontro de hoje, quando o velho Joel conhecerá a nova Fonte. “É um local que qualquer profissional gosta de trabalhar. Domingo vi o jogo (Ba-Vi), como todo o Brasil, e fiquei muito feliz pela obra, pela característica dos seus desenhos e pela nova estrutura que foi apresentada”.
Diante do Vitória da Conquista, na quinta rodada da segunda fase do Baiano, ele assume o comando do Bahia pela quarta vez. Passou pelo Esquadrão também em 1994, 1999 e 2011, quando a arena estava em construção e o Bahia jogava em Pituaçu.
Assim como aconteceu no Vitória, Joel não comemorou na última vez em que esteve à frente do Bahia na Fonte Nova. O tricolor até venceu o Vila Nova, por 4x2, no dia 12 de dezembro de 1999, mas nem os gols marcados por Uéslei (3) e Jorge Wagner consolaram os 543 torcedores presentes. O Bahia tinha chegado à última rodada da fase final da Série B já sem chances de acesso.
Após sete meses desempregado e recuperando-se de uma cirurgia no fêmur, Joel diz que o momento de reencontros o deixa ainda mais emotivo. E musical. “Eu tô igual ao Roberto Carlos, em um momento de grandes emoções. Estar fora do futebol como eu estava, depois de 30 anos na vida...”, disse Joel, que caprichou no drama.
“Vou dar um termo forte: eu estava castrado de fazer o meu melhor da vida. Agora vou voltar ao futebol e reencontrar o local que me deu um título inesquecível na carreira. É um presente que se ganha na vida”.
Dono de uma memória seletiva, Joel elege as emoções vividas na Fonte em 1994, quando foi campeão estadual com o Bahia. “Foram dois momentos marcantes na Fonte Nova. O primeiro clássico que fiz contra o Vitória e perdi feio. Perdemos de quatro ou cinco. Ali tínhamos dois turnos perdidos e o Vitória era vice-campeão brasileiro. Depois daquele dia, não perdemos mais e fomos campeões com o gol da saudade inesquecível do Raudinei”.
Por isso, o palco é tão especial. “Não tem como esquecer a Fonte Nova, pra mim é uma vida, uma história de reconhecimento. A Fonte e o Maracanã são meus altares. Eu não vou computar o último título (de 2012), porque só plantei a semente, mas eu tenho 12 títulos estaduais, oito do Rio e quatro da Bahia”, gaba-se.
PoeiraMas hoje ele não será chamado de rei, como em 1994. A contratação de Joel foi contestada por parte da torcida e a insatisfação gerada pela goleada por 5x1 no Ba-Vi do dia 7 aumenta a impaciência no relacionamento.
O técnico promete driblar o fator extracampo com resultado dentro dele. E um pouco de música, claro. “Ninguém gosta de perder, mas não temos que ficar mastigando isso. Não pode ficar se amargurando o tempo todo. Perdemos um jogo, mas não perdemos a batalha. Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”.
Matéria original: Correio 24h
"Eu estava castrado de fazer o meu melhor", diz Joel, que estreia hoje pelo Bahia
Veja também:
Leia também:
AUTOR
AUTOR
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade