Uma das maiores dificuldades de um goleiro é o momento que ele fica cara a cara com o adversário para defender um pênalti. O tiro é curto: 11 metros entre o goleiro e a bola. A missão é complicada, mas Fernando Miguel faz parecer fichinha. Desde que chegou ao Vitória, em 2013, o goleiro já defendeu sete pênaltis de 11 batidos, o que rende a ele um aproveitamento altíssimo de 63,6%. Faltam parâmetros sobre o assunto, tanto que o mais recente encontrado pelo CORREIO é de que a Série A teve 21,5% de pênaltis perdidos nas edições de 2007 a 2009, sem especificar se o goleiro pegou ou o cobrador errou o alvo.O segredo, segundo Fernando Miguel, não tem só a ver com treino. É leitura e estudo. “Eu tenho meus segredos. O conhecimento está aí para ser buscado, e é o que eu faço. Eu estudo muito, não é um dom que veio de graça. Futebol tem muita teoria e tem que buscar estudar mesmo pra conciliar com a prática e ter sucesso”, explica o camisa 1 do Leão. “Observo tudo que vocês podem imaginar. Antes do jogo, pesquiso quem é que bate pênalti, como bate, faço uma leitura de todas as informações do atleta, um raio-x mesmo. É impressionante como as teorias são confirmadas”, conta o goleiro, que teve como incentivador Uendell Macedo, profissional que atuou por oito anos no setor de análise de desempenho do Vitória e atualmente está no Corinthians.
Além da ajuda do amigo, Fernando Miguel conta que ser fominha também ajuda na hora do jogo. “Além das pessoas que me ajudaram me dando artigos para ler. Eu estudo sobre batedores, eu vejo lances, acompanho futebol o tempo todo, do mundo inteiro. Vejo detalhes que passam batidos. É uma técnica que dá certo”. Já que o goleiro não revela seus segredos, o CORREIO foi atrás de Uendell Macedo para saber alguns desses macetes. Sem titubear, ele entrega alguns segredos do camisa 1. “Ih, ele estuda muito coisa, viu? Mas posso dizer algumas. Posicionamento do corpo do batedor, posição do quadril, para onde o jogador olha, o tempo de ação, se ele tende a bater logo ou demora, se chuta mais em um canto. É muita coisa”, enumera. Para fazer bonito no jogo e ganhar a confiança do torcedor, Fernando Miguel é munido de informação. Macedo revela que cedia ao goleiro vídeos e gráficos. “Ele recebia a imagem de um gol dividido em nove partes. A gente colocava em cada parte o percentual onde cada jogador gostava de bater, se variava muito, se cobrava mais no centro, no canto ou rasteiro”, completa ele, que tenta estimular a leitura de livros e artigos entre os atletas. Cobrança O talento de Fernando Miguel é um dos aliados do goleiro amanhã, contra a Portuguesa, pela Copa do Brasil, às 21h30, no Barradão. Como as duas equipes ficaram no 0x0 em São Paulo, o rubro-negro precisa vencer para garantir a classificação à terceira fase. Empate sem gols leva aos pênaltis. Com gols, classifica a Lusa. O goleiro está ciente que a responsabilidade de fechar o gol e não decepcionar a torcida é grande. “Existe um pensamento de ‘se tem pênalti, o Fernando Miguel vai pegar’. Não é simples. Tem adversário, é tiro de poucos metros, mas estudo muito. Não posso prometer pegar, mas vou dar o melhor de mim”, promete. Na estreia pela Série A, contra o Santa Cruz, ele acertou o canto em que Keno bateu e tocou na bola, mas sofreu o gol.
(Foto: Arquivo CORREIO) |
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Redação iBahia
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