Galhardo se surpreende com história no Bahia: "estava esquecido"

Quarta-feira, dia 12 de novembro. Galhardo acordou mal, com febre e ficou em casa. Sem jogar há sete meses e sequer sem ir aos jogos, a sua falta no Fazendão passaria numa boa. Não nesse dia. O celular do jogador tocou e do outro lado da linha estava o gerente de futebol do Bahia, Lucas Magalhães.

Rafael Galhardo e a esposa, Priscila

“Cadê você? Preciso falar com você”, disse Magalhães. Ciente do afastamento de Branquinho, Uelliton, Léo Gago e Potita, Galhardo procurou a esposa Priscila, grávida de seis meses, assim que desligou o telefone: “Amor, acho que tô nessa barca dos afastados. O diretor quer falar comigo”, fez a projeção. Equivocada... Pela tarde, Galhardo seguiu para o Fazendão, procurou o médico e em seguida caminhou para a sala de Lucas. Quando estava chegando, viu Charles saindo da sala do gerente. “Ia entrar na sala de Lucas, aí Charles me chamou para a dele e eu não entendi nada. Fui para ser afastado e o treinador pediu pra conversar comigo? Eu estava totalmente esquecido no Bahia. Se eu não fosse treinar, ninguém ia notar”, contou o jogador. No papo cara a cara com o substituto de Gilson Kleina, demitido um dia antes, Galhardo foi questionado se estava pronto para ser utilizado como meio-campista no Esquadrão. “Falei que eu podia morrer dentro de campo, mas eu ia ajudar ele”, revelou ontem Galhardo, quatro jogos depois e um dia após dar sobrevida ao Bahia na Série A, no mínimo, até domingo, quando o tricolor precisa vencer o Coritiba no Couto Pereira e, de quebra, torcer por tropeços de Palmeiras e Vitória para escapar da segundona. EsperançosoAutor do golaço de falta que resultou no triunfo por 1x0 sobre o Grêmio, domingo, na Fonte Nova, Galhardo contou essa louca história durante a folga ao lado da esposa Priscila, para quem dedicou o gol. Na verdade, a dedicatória foi dupla, já que contempla também Maria Valente, primeira filha do casal, que nasce em janeiro. “Foi muita emoção. Pensei que minha filha ia nascer ali na hora”, se divertiu Priscila. Galhardo, que chegará apenas ao seu sétimo jogo na temporada no domingo, viaja para Curitiba esperançoso. “Tudo é possível no futebol”, avisou.