icone de busca
iBahia Portal de notícias
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
ESPORTES

Gestão do Fla: "resgate da credibilidade" para fugir da "lama"

Em visita à Rede Bahia, presidente do clube falou sobre diversos assuntos em sabatina. Confira a entrevista na íntegra

foto autor

31/07/2013 às 17:46 • Atualizada em 31/08/2022 às 4:38 - há XX semanas
Google News iBahia no Google News
Eduardo Bandeira de Melo assumiu a presidência do Flamengo no começo deste ano e tenta dar novos rumos ao time de maior torcida do Brasil. Na Bahia para acompanhar o duelo entre o Rubro-negro carioca contra o Bahia, na Arena Fonte Nova, às 21h50 desta quarta-feira (31), o dirigente visitou à Rede Bahia e bateu um papo com Hailton Andrade, do iBahia, Herbem Gramacho, do jornal Correio* e Elton Serra e Anderson Matos, da rádio CBN Salvador. As fotos são de Arisson Marinho, do Correio*. Na conversa, o dirigente falou sobre o atual momento do Flamengo, gestão do futebol brasileiro, expansão da marca rubro-negra no Nordeste, o meia-atacante baiano Gabriel, entre outros assuntos. A princípio, Bandeira de Melo tem como meta organizar as contas e o ambiente do Rubro-negro carioca, mas acredita que o elenco atual tem condições de conquistar o título brasileiro. "Estamos só no início do processo e daqui a alguns anos vocês vão ver o que vai ser o Flamengo".
Como está a relação do Flamengo com o consórcio que administra o Maracanã? Não chegamos efetivamente a um acordo que seja bom para os dois lados ainda. Esse é o contrato que vai ser o mais importante da história recente do clube. Por isso, decidimos fazer um acordo provisório. Durante esses meses a gente conhece melhor a realidade do consórcio e o consórcio conhece melhor a do Flamengo. Isso pode fincar as bases para um acordo mais duradouro e bom para todo mundo. Acha que o destino de todos os clubes é ser gerido mesmo como uma empresa? Isso é um processo natural. O futebol é um negócio muito mais complexo hoje do que era antigamente. Quando eu era garoto, praticamente, a única fonte de receita dos clubes de futebol era a bilheteria. Futebol hoje é um negócio complexo e bilheteria não é nem a terceira maior fonte de recursos. Você tem que acompanhar essa modernidade e acompanhar esse processo de tornar o negócio futebol cada vez mais complexo como é um negócio normal da vida empresarial. Por conta disso, existe a necessidade de você atrair pessoas que tenham uma vivência maior nesses mercados para esses novos desafios. Têm sido raro ver presidentes de clubes se reunindo para discutir o futebol brasileiro. Há desunião? Falta mais diálogo? Acho que você tem razão, mas acho que nós estamos começando um diálogo entre os presidente dos clubes, independente de não existir mais o Clube dos 13. Estou chegando nesse clube agora, tenho seis meses de mandato, mas já fiz contato com vários presidentes de clubes e acho que existe uma agenda comum no que está sendo tocada por eles. Alguns se destacam mais para fazer essa união acontecer. Acho que não vamos a lugar nenhum se não nos unirmos.
Presidente sonha alto: "vocês vão ver o que vai ser o Flamengo"
Chegou a falar com o presidente do Bahia depois da intervenção do clube? Estou sabendo, mas exatamente por ser novo, não cheguei a conversar com ele, nem antes, nem depois da intervenção. O que você acha da intervenção por que passa o Bahia? Não gostaria de falar porque não acompanhei e não sei o que aconteceu. Seria leviano da minha parte tecer qualquer tipo de comentário. Mas acho que os clubes brasileiros têm que passar por um processo de ajuste, de resgate da credibilidade, de aumento da responsabilidade. Afinal de contas são instituições que lidam com a massa, com um grande contingente de torcedores. Temos que dar um exemplo e é isso que estamos buscando no Flamengo. O Flamengo tem a maior torcida do Brasil, mas pesquisas mostram que a arrecadação não está nem entre as cinco maiores dos clubes do país. Como mudar isso? Se olhar os números do ano que vem, vão ser bem diferentes. Os dois grandes desafios que a gente tem de virar mudam essa situação. Você tem que ter uma política de austeridade, de cortar despesas, voltar a ser reconhecido como instituição séria e depois explorar o potencial de 40 milhões de torcedores para aumentar a receita. A gente encontrou o manto sagrado sem patrocínio, o marketing não existia. Hoje nós temos um que não deve nada as grandes marcas do Brasil. Fora atividade na área de licenciamento de produtos e parcerias. Hoje a gente pode dizer que subimos um patamar em relação a exploração do potencial de receita que a torcida do Flamengo proporciona. Estamos só no início do processo e daqui a alguns anos vocês vão ver o que vai ser o Flamengo. Corinthians, atual campeão do mundo, e Internacional, que tem o maior número de sócios, são exemplos a seguir?Acho que todos esses clubes a gente pode pegar um pouco de cada, as experiências bem sucedidadas, e tentar aplicar o que couber dentro do Flamengo. Não só de clubes brasileiros, como também de estrangeiros e de instituições de fora do esporte também. Cada um tem que buscar seu caminho e o Flamengo com certeza está chegando lá. Existe algum plano de expansão da marca do Flamengo no Nordeste? O Nordeste com certeza tem que estar no centro da nossa estratégia de expansão. O Nordeste é impressionante. Não só as pesquisas comprovam que o Flamengo tem a maior torcida do Nordeste, como na prática também. Trabalhei no BNDES e sempre vim no Nordeste, sempre andei no interior, e é impressionante que em qualquer lugar que você vá você não passa 15 minutos sem ver alguém com a camisa do Flamengo. Você vai para lugares que você nem imagina e você sente a paixão da população. Isso é uma coisa que a gente tem que agradecer, essa dedicação pelo Flamengo, como também aproveitar o potencial que isso representa. O Flamengo tem que se aproximar cada vez mais do Nordeste. Não tem sentido que a gente não se aproxime. O Flamengo quase mandou um jogo na Arena Fonte Nova antes da Copa das Confederações. Existe alguma possibilidade disso acontecer? Continuam no nosso radar. Mais cedo ou mais tarde a gente vai mandar um jogo aqui na Arena Fonte Nova. Um vídeo com você cantando uma música de provocação dos flamenguistas aos botafoguenses rodou o Brasil e mostrou seu lado torcedor. Você acha que coisas assim humanizam o dirigente e o aproximam do torcedor?No meu caso, nunca escondi. Estou aqui episodicamente como presidente do Flamengo, mas sempre fui torcedor e quando sair da presidência vou voltar a ser. Reconheço que em alguns casos tenho que me controlar, mas nesse caso não houve nenhum desrespeito ao Botafogo. Tenho vários amigos botafoguenses que eu sei que quando estão na arquibancada brincam com a torcida do Flamengo. Isso é uma prática saudável. Não tem problema. Não vão querer que eu seja um lorde na arquibancada. Você assumiu a presidência com a ideia de primeiro organizar o clube para depois pensar em títulos. Como fazer o torcedor entender isso e lidar com a pressão? Para começar, não existe outra solução. O Flamengo está numa situação tão delicada do ponto de vista financeiro que se a gente não tiver um mínimo de responsabilidade o buraco em que a gente vai se meter é muito maior do que o que já estamos. Eu tenho certeza que a torcida está comprando essa briga. Eu encontro torcedores na rua que pedem para tirar retrato, pessoas humildes que dizem: 'não presidente, é isso mesmo, nós temos que resgatar nossa dignidade, nossa credibilidade. A gente entende que o Flamengo está em uma fase que precisa arrumar a casa'. O que não significa que não podemos brigar pelo campeonato. Esse elenco que está aí é bom, temos um excelente técnico, e eles podem nos dar muitas alegrias. Tenho certeza que a torcida, e isso foi surpresa para mim, a torcida está comprando essa ideia de resgatar o nome do Flamengo que, vocês sabem muito bem, estava na lama. Muito se fala da má estrutura oferecida por clubes do Rio de Janeiro em centros de treinamento. O que o Flamengo tem feito para mudar isso? Isso é extremamente importante, o clube ter seu centro de treinamento para ter tranquilidade e trabalhar. Inclusive trabalhar a base, que é o investimento com o maior custo-benefício do futebol. O Flamengo tem uma área em Vargem Grande, na Zona Oeste do Rio, onde temos nosso centro de treinamento, mas que ainda está em uma fase muito inicial e estamos investindo para tornar aquilo um centro de treinamento de primeiro mundo. Quando ficar pronto, pode ter certeza que não será nada igual do que tem no Brasil. Esse investimento já começou, vamos ter ajuda da prefeitura do Rio de Janeiro. Isso vai ser reflexo na nossa recuperação moral, um clube que paga seus impostos, isso vai nos permitir inclusive elaborar projetos de incentivo fiscais para investir no centro de treinamento da base. Isso está acontecendo e com muito sacrifício a torcida vai ver, quando a gente terminar de vez, que vamos partir para uma outra história. Existem muitos Flamengos Brasil afora. Aqui na Bahia temos o Flamengo de Guanambi. Pode rolar alguma parceria no futuro? Logo que assumi eles me visitaram, fiquei muito feliz em saber que existe o Flamengo de Guanambi, uma cidade que segundo me disseram quase 100% da população torce para o Flamengo. Até agora não houve nada assinado, mas teremos o maior prazer em ajudar o Flamengo de Guanambi, quem sabe um dia fazer um jogo lá, dentro da nossa possibilidade. Naquela região da Bahia a torcida do Flamengo bomba.
Eduardo Bandeira garante que pagamento por Gabriel está em dia
Este ano o time não conseguiu vaga na elite do Baianão. Chegou até a semifinal. Ano que vem ele sobe. Como é que o Flamengo olha para Gabriel, ex-Bahia? Vejo com muita esperança o Gabriel. Me parece que é um craque dentro e fora do campo, que é um excelente menino. Um jogador que se dedica, que procura se aperfeiçoar, corrigir defeitos, melhorar as qualidades. O Flamengo tem uma tradição também de captação de craques aqui na Bahia, como o Nunes. O Flamengo tem no momento vários jogadores baianos, o Gabriel, Wallace, Felipe, Hernane, Nixon... Posso esquecer algum, mas meio time baiano pelo menos a gente tem. Como está o pagamento ao Bahia em relação a compra dele? Até onde sei está tudo resolvido. Se não foi paga é porque não venceu. Tenho a impressão que equacionamos tudo. O Flamengo hoje é um clube que paga suas dívidas. A informação que eu tive é que conseguimos já liquidar tudo. Leia mais sobre futebol

Leia também:

Foto do autor
AUTOR

AUTOR

Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!

Acesse a comunidade
Acesse nossa comunidade do whatsapp, clique abaixo!

Tags:

Mais em Esportes