Palmeiras, Cruzeiro e até Seleção Brasileira. Esse é o currículo do agora técnico Gilberto Carlos, conhecido como Betinho, quando calçava chuteiras e entrava em campo com a missão de marcar gols. Aposentado, o ex-ponta direita assumiu o UNIRB e quase levou o time para as semifinais da Série B do Campeonato Baiano.
Quando era jogador, Betinho se destacava pela polivalência (jogava em todas as posições do ataque) e velocidade. Quando colocava a bola na frente, dificilmente era parado.
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“Eu gostava de ir para cima, usar a velocidade e marcar gols. Não importava muito a posição que eu entrava em campo, gostava mesmo era de ajudar meu time”, disse o agora treinador.
Com a camisa da Juventus, de São Paulo, fez partidas memoráveis no pequeno, mas tradicional Estádio Conde Rodolfo Crespi, que fica na Rua Javari, na Mooca.
Feitos como um golaço que marcou contra o São Paulo, deixando ao menos três marcados para trás, o levou para a Seleção Brasileira ainda como jogador de um time do interior paulista.
“Esse com certeza foi gol que mais me marcou, porque o estádio tava cheio e a gente pode vencer o São Paulo por 2 a 0”.
Emprestado ao Cruzeiro, chegou a ser campeão mineiro. Na ocasião, ele preparou jogadas para o centroavante Hamílton.
“No Cruzeiro eu fiz boas partidas e joguei com grandes jogadores. É bom olhar para tarde e lembrar que vesti camisas pesadas”, afirmou Betinho.
O bom futebol na Toca da Raposa chamou a atenção do Palmeiras, que o contratou em definitivo. No Verdão, o meia viveu um bom momento, mas não conseguiu aquilo que o torcedor mais desejava: um título.
“A passagem pelo Palmeiras foi maravilhosa. Fico só um pouco triste, porque não consegui tirar o time da fila sem títulos, mas fui feliz lá”.
No Palmeiras, Betinho chegou a marcar um gol contra o Bahia, na Fonte Nova. A partida foi válida pelo Campeonato Brasileiro de 1992 e terminou com o placar de 1 a 0 para o time paulista.
“Jogar contra o Bahia e Vitória em Salvador era diferente. A torcida pressionava, o campo era mais pesado e ainda tinha o calor”, lembrou Betinho.
Depois do Palmeiras, ele jogou no Bellmare e no Frontale, ambos do Japão. Retornou ao Brasil para jogar no Internacional e teve rápidas passagens pelo Gama e Santo André, antes de ir para o Ipatinga, onde encerrou a carreira.
Com 56 anos, Betinho virou treinador e já calcula passagens por clubes como Confiança, Nacional, Frei Paulistano, Juazeirenze, Lagarto, CSE, Central e Luverdense.
Como técnico, fez história ao levar o Confiança à Série C do Campeonato Brasileiro, em 2014, e ao conquistar o primeiro título sergipano do Freipaulistano, em 2019.
No UNIRB há um mês, Betinho quase classificou time para as semifinais da Série B do Baianão. Nesse período, foram cinco jogos, três vitórias e dois empates e a maior goleada da competição do torneio.
Após o time vencer o Leônico por 9 a 0, Betinho reconheceu que o grupo da Unirb o surpreendeu desde o início, pelo interesse de entender sua plataforma de jogo, buscar correções em todo momento.
“Pelos meus últimos trabalhos e os conceitos que aplico, acredito que estou no caminho certo, no sentido de cada vez mais conseguir trabalhar à minha maneira. Busco instigar os jogadores para um crescimento individual dentro da equipe e, depois, no coletivo”, contou.
Foi a “confiança geral com tudo que foi realizado”, como o próprio treinador destacou, que levou a Unirb a chegar na última rodada na briga.
“Precisávamos primeiro sair satisfeito com o nosso resultado em campo e aguardar o que vinha pela frente. Estávamos confiantes em buscar a classificação pelo que fizemos nos quatro jogos anteriores e esta crescente nos trouxe até aqui. Mas infelizmente não deu”.
