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João Neto revela bastidores da sua saída do Bahia e promete fazer de tudo pra vencer ex-clube

Atacante diz que estava acertado para voltar em janeiro, alugou apartamento e foi descartado um dia antes da apresentação

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20/01/2012 às 10:04 • Atualizada em 10/09/2022 às 15:28 - há XX semanas
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Atacante escreve sua história com gols, e João Neto tem alguns pra colocar o nome na galeria do Campeonato Baiano. O último dos nove gols que marcou no estadual 2011 garantiu ao Bahia de Feira o título inédito. E este ano, o camisa 11 já mostrou seu cartão de visitas: na reestreia pelo time feirense, três gols na vitória por 3x1 sobre o Juazeiro, na última quarta-feira, em Juazeiro. "Foi algo inédito pra mim. Tava na ansiedade de estrear e voltar a jogar, já que o segundo semestre não foi muito bom ano passado", vibrou o atacante, que contou muito mais ao jornal Correio* na entrevista reveladora a seguir. No segundo semestre, João Neto aproveitou os gols e a taça do Campeonato Baiano para conseguir espaço no Brasileiro da Série A, atuando pelo Bahia da capital. Mas a estadia no Fazendão só rendeu frustrações. O atacante foi pouco aproveitado pelo comandante René Simões. A única vez em que pisou no gramado com o uniforme tricolor foi na estreia do Brasileiro, quando substituiu Jóbson no segundo tempo. Excluído - Depois disso, não voltou nem mesmo pra sentar no banco. Em setembro, poucos dias após Joel Santana assumir o comando do time, João Neto rescindiu o contrato com o Bahia e acabou emprestado à Portuguesa. Foi campeão da Série B do Brasileiro, mas o time organizado, pronto, tinha pouco espaço. Em 2012, a saudade das redes era tanta que ele foi o primeiro jogador a encontrar o caminho do gol no Campeonato Baiano. Deixou sua marca no estádio Adauto Moraes aos sete minutos de bola rolando. No próximo domingo, João Neto vai encarar seu ex-clube, o Joia da Princesa, e garante ânimo redobrado para o jogo. É só ler a entrevista pra saber o porquê. Como aperitivo, basta dizer que ele já havia alugado apartamento em Salvador e tinha tudo acertado para seu retorno ao Bahia. No dia 4 de janeiro, véspera da reapresentação tricolor, recebeu a informação: estava fora dos planos.
João Neto diz que faltava união e humildade no Bahia da capital. Na Lusa, encontrou ambiente diferente
Como foi ser o primeiro jogador a balançar a rede no estadual e marcar três gols na estreia? Foi ótimo, algo inédito pra mim. Tava na ansiedade de estrear e de voltar a jogar, já que o segundo semestre não foi muito bom ano passado. Estrear fazendo os três gols da vitória e ainda o primeiro gol do estadual é muito bom. Tenho esperança que Deus vai abrir as portas novamente pra mim. Você vai enfrentar o Bahia no domingo. Ânimo redobrado? Com certeza. Eu não tô escondendo isso de ninguém. Não vai ser nada pessoal, o que passou no Bahia, passou. Mas não vou deixar de ter um gás a mais, até porque a gente sabe que vai ser uma equipe difícil. São jogos que a gente aparece mais, independentemente de não ter jogado e de não ter sido aproveitado no Bahia. Essa não será minha principal influência, mas farei de tudo pra vencer o Bahia. Seria uma resposta?Com certeza sim. Eu queria ser aproveitado e infelizmente eles não me aproveitaram. Eu não vou dizer que fui rejeitado, não é a palavra, mas de uma certa forma não me quiseram lá. Tô tranquilo e, com certeza, essa vitória vai ter muito mais sabor do que outra vitória. Cada vitória tem seu sabor especial. Ficou chateado coma falta de oportunidades? Fiquei um pouco, né? Todo atleta quer ser aproveitado, encaixado no sistema do treinador. Fiquei chateado porque tiveram várias oportunidades que eu poderia ter entrado. Se você entrar, não ir bem e ficar sem jogar porque sabe que não está bem é outra coisa. Fiquei chateado por não ter tido a oportunidade e também porque o Bahia tinha um acordo e desfez em cima da hora da apresentação. Que acordo era esse? Quando eu saí para a Portuguesa, tinha o acordo de que eu voltaria pro Bahia para o Baiano. Então a preferência foi dada para o Bahia, porque já estava certo e conversado. Mas ocorreu que o Bahia desfez em cima da hora e acabou que atrapalhou as negociações. O presidente do Bahia de Feira e o Marcelo tinham um bom diálogo e me foi passado que estava certo já, fechado, faltaria só assinar no dia da apresentação. Já tinha mudado de endereço, estava em Salvador, com apartamento alugado, esperando dia 5 (de janeiro, data da reapresentação). No dia 4, recebi a notícia. A gente deu a preferência ao Bahia e acabou deixando outras propostas de lado. Minha meta não era voltar agora pro Bahia de Feira, era prosseguir em outro lugar. Mas vim pra cá e não viria insatisfeito. Tô satisfeito onde estou. Está tudo na mão de Deus. Quem sabe tem um propósito pra tudo isso. No final do estadual passado, o Vitória queria te contratar. Se arrepende de ter ido pro Bahia? A melhor proposta quando foi passado pra mim era a do Bahia, em termos de salário e campeonato. Depois que já tinha acertado no Bahia, fiquei sabendo que a proposta do Vitória também era boa. Eu achava que seria muito bom ir para o Bahia, mas olhando hoje eu acho que talvez não tenha sido a escolha certa. Como a gente tem que arcar com nossas escolhas, sejam elas certas ou erradas, prefiro dar continuidade ao meu trabalho. Da próxima vez que for fazer uma escolha, vou pensar melhor. René Simões conversava com você? Conversava pouco. Ele se expressava mais na tevê, não conversava muito comigo. Cheguei a conversar umas duas vezes com ele, mas não foi o tipo de conversa que eu precisava. Por que você acha que não foi aproveitado por René? Teve um ato que ocorreu que ele ficou um pouco chateado, uma entrevista que eu dei. Também não sei se foi o ponto. Eu tinha dado entrevista e minha opinião, falando que não bastava o jogador ter alto salário e nome, que todo jogador tem que ter futebol. Foi uma opinião minha. René me chamou pra conversar e falou que eu não tinha falado nada demais, mas que eu precisava prestar atenção, porque o pessoal é malicioso e eu precisava ter cautela. Acho que talvez isso tenha chateado ele, mas ele disse pra mim que tinha ficado tudo bem. Mesmo assim não tava legal o clima com ele. Você teve pouco tempo com Joel Santana, né? Não tive oportunidade de ser testado pelo Joel. Logo na semana seguinte que ele chegou, eu fui pra Portuguesa. Até vi no decorrer do campeonato que ele testou vários jogadores onde eu gosto de atuar. Talvez se eu tivesse lá, tivesse oportunidade. Voltaria pro Bahia se tivesse uma nova proposta? Poderia voltar, não vou dizer que não, prefiro deixar a porta aberta. Mas se você me perguntar se eu tenho certeza, eu não tenho. Pensaria muito, mesmo que fosse uma proposta muito boa. No Bahia de Feira você joga e faz gols. Qual a diferença do Bahia do interior pro da capital? Acho que o elenco. No Bahia de Feira o grupo é unido, independentemente de religião e condição financeira. Aqui a gente encontra isso, coisa que eu não encontrei no Bahia. Lá encontrei muita vaidade, colegas de trabalho que por ter condição melhor não eram humildes. Faltava humildade, companheirismo. O grupo começou a ficar um pouco unido na reta final. Na dificuldade eles encontraram um pouco da humildade que todos precisam ter e graças a Deus se mantiveram na primeira divisão. Agora está no Bahia certo? O Bahia é um grande clube, onde grandes atletas gostariam de estar. Eu também quis estar lá. Quem sabe um dia eu volto lá e se torna possível eu jogando em campo. Não tenho nenhum ressentimento com o clube e nem com a torcida, que me apoiou muito. Eu me identifiquei muito com a torcida do Bahia. Como foi a experiência na Portuguesa, ao sair do Bahia?Encontrei um time que já tinha uma boa sequência. A diferença lá foi o grupo, que era excelente e unido. Não é à toa que foi campeão. Fiz boas amizades. Resumindo, foi o contrário. O que eu esperava que acontecesse no Bahia, aconteceu, entre aspas, na Portuguesa. Não joguei o que queria, mas também seria injusto chegar num time em andamento e tirar o espaço de alguém que já tinha construído algo ali. Entrei em dois jogos e fiquei outros no banco. Acha que o Bahia de Feira vai ser bicampeão estadual? Acho sim. Se eu não falasse, estaria sendo hipócrita. Ano passado tive fé e acreditei. O Vitória, o Bahia e outros clubes têm se reforçado, mas acredito em mim e nos meus companheiros. Acredito que a gente pode ser bicampeão.

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