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Kléberson crê em reação tricolor, fala sobre o penta e CR7

"O mais importante é a gente ter a confiança. É uma palavra importantíssima agora", afirma o meio-campista

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20/08/2012 às 8:51 • Atualizada em 11/09/2022 às 9:45 - há XX semanas
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Meio-campo está confiante em reviravolta do time
Kléberson vestiu a camisa de poucos clubes. Aos 33 anos, apenas três times brasileiros: Atlético Paranaense, que o revelou, Flamengo e Bahia. Na Inglaterra, foi o primeiro brasileiro do Manchester United e passou pelo Besiktas, da Turquia. Poucos clubes, muitas histórias. Sobre Cristiano Ronaldo, o penta pelo Brasil e o sonho de fazer história e, talvez, encerrar a carreira no Bahia. "Fico nessa alegria de poder defender uma torcida tão grande e tão forte", contou, em entrevista exclusiva ao Correio*. Após lesão, o meia quer voltar domingo, em Pituaçu, contra o Atlético-GO, pois está difícil atuar nesta terça-feira (21), contra o São Paulo, pela Sul-Americana. Complicado para o Bahia avançar após a derrota por 2x0 para o São Paulo em Pituaçu? Ficou um pouco, porque o time que faz dois gols fora sempre tem uma vantagem muito grande. O São Paulo neutralizou nossa equipe dentro de casa, mas são dificuldades que temos que superar, temos que trabalhar e ir pra lá pensando em vencer. Dentro da partida, a gente vê se consegue vencer com mais gols pra superar o São Paulo. O Bahia é o primeiro clube do Nordeste que você defende. Já sentiu diferença em relação aos clubes do Sul e Sudeste?Fica uma coisa muito fosca, porque, às vezes, quando você está jogando contra um time grande, se tem um pênalti duvidoso, o árbitro às vezes apita, mas, se é comum time do Nordeste, o árbitro já não tem essa convicção de apitar. Aí já se começa a falar um monte de coisas. É mais o clima de cultura. O que eu fico mais triste é que quem sofre com isso é o pessoal daqui do Nordeste, pessoas que trabalham, que lutam durante a semana, têm sua preparação pro jogo, torcedores e tudo e depois, por erro de alguma arbitragem, você é prejudicado. Isso é bastante triste. Então acha que não dá para encarar os clubes do Nordeste como grandes? Não é isso. Os clubes do Nordeste são grandes, têm sua história no futebol. O que eu tô dizendo é que, às vezes, pesa para os times lá de baixo. Por exemplo: se fosse o Flamengo que tivesse perdido da maneira que o Bahia perdeu contra o Grêmio, as coisas com certeza seriam diferentes, a mídia iria mais em cima, seria completamente diferente. É um pouco de injustiça, né? Mas nós temos que tentar mudar isso aí. O Bahia tem elenco para suportar a pressão da Série A? Temos sim. A nossa equipe tem jogadores experientes, que sabem lidar com esse tipo de situação. Está faltando muito pouco pra nós. Falta a gente conseguir fazer os gols e segurar a partida. Caio Júnior está implementando sua filosofia e vamos melhorar. O que é fundamental para se manter na Série A? O mais importante é a gente ter a confiança. É uma palavra importantíssima agora. O nosso grupo é forte, é bom, a torcida tem uma certa desconfiança sobre nós, que é normal quando o resultado não vem, mas a gente tem condição de dar a volta por cima e aos poucos a gente vai sair dessa situação incômoda. O que mudou com a chegada de Caio Júnior? Já conhecia ele bem, gosto muito e trabalhamos no Flamengo. Ele taticamente sabe aproveitar o jogador. Assim que a gente conseguir assimilar, a gente vai ficar um time forte e vai crescer muito.
Kléberson elogia o elenco: "nosso grupo é forte, é bom"
E o que acha da torcida? Tava conversando esses dias com a minha esposa. A torcida do Bahia é apaixonada mesmo, realmente é uma torcida que cobra, mas apoia. Fico nessa alegria de poder defender uma torcida tão grande e tão forte como essa. A força da torcida foi o que mais me impressionou aqui e ela vai ser fundamental pra gente chegar no objetivo que estamos querendo, uma colocação melhor, uma vaga pra Libertadores e até quem sabe futuramente um título de Brasileiro. O que mais pesou pra você sair do Flamengo? O projeto que o Bahia me ofereceu. E também o crescimento da equipe, o que pode gerar mais pra frente como estádio da Fonte Nova pronto. Então foram coisas que eu fiquei ambicioso de poder vir pra cá e espero ter bastante sucesso. É um começo, não foi da maneira que nós esperávamos, mas eu vou fazer o máximo pra que as coisas aconteçam da melhor forma. Qual a avaliação que você faz das suas primeiras partidas aqui pelo Bahia? Faltou pra mim um pouco mais de confiança na hora de definir a jogada. Tive dois gols perdidos nitidamente. O segundo já tava sentindo dores na perna e acabou atrapalhando um pouquinho, mas isso é falta de ritmo, falta deconfiança. Eu sofri um pouco também no começo por serem jogadores diferentes, demora um pouquinho pra a gente entrosar. Tenho certeza que posso ajudar muito mais. Edílson e Ricardinho, outros pentacampeões que passaram pelo Bahia, encerraram as carreiras aqui. Planeja parar no final do contrato, em 2014? Eu não planejo encerrar em 2014. Minha intenção é terminar os meus três anos de contrato com o Bahia e, se possível, renovar, pois estou muito contente com o clube, com a cidade. A gente tem uma dificuldade no Brasileiro pra sair dessa zona incômoda e estamos trabalhando. Fora isso, minha intenção é cumprir esses três anos e continuar jogando. Se as coisas caminharem da maneira que eu tenho expectativa e, se eu puder corresponder dentro do campo também o que a diretoria e a torcida esperam, penso sim em renovar e de repente encerrar aqui. Você foi o primeiro brasileiro a jogar no Manchester United. Como foi jogar na Inglaterra? Esse momento que eu vivi na carreira foi maravilhoso e tenho orgulho. Cheguei junto com o Cristiano Ronaldo e, na época, o mais badalado era eu por ter sido campeão do mundo; o Cristiano Ronaldo ainda era aquela promessa. Inclusive, eles queriam me dar a camisa 7, mas eu não quis, tenho uma cisma com a 15 porque fui campeão do mundo e quis ficar com ela. Ele deve a mim essa marca dele, né? Porque eu deixei pra ele. Foi bastante bacana no Manchester, fiz gol, tenho vários amigos e o nome escrito no estádio. Isso é bacana.
Badalado, Kléberson chegou ao Manchester com CR7
Cristiano Ronaldo é marrento como se comenta? Só quem convive com ele sabe a pessoa que ele é. Ele não é esse tipo de pessoa que passam não, aquela coisa de marrento. Ele é vaidoso, isso ele é. Desde que chegou lá, ele tinha essa coisa de se olhar no espelho, de querer andar bem, arrumado, com umas roupas malucas, que eu não usaria. A gente já tirava sarro dele. Mas é uma pessoa fantástica, encontrei com ele no Mundial 2010, batemos vários papos e ele continua a mesma pessoa, mas com uma estrela muito grande. Ele merece tudo que tem. Ronaldinho Gaúcho tinha as regalias no Flamengo como dizem? Não, não. Ronaldinho era um cara que dava dois passos e parecia que o passo dele era diferente, aí todo mundo já comentava. Mas o Ronaldo continua a mesma pessoa que conheci em 2001: tranquila, amiga, de grupo. Ele quer viver a vida dele, jogar futebol, dar alegrias e, às vezes, as pessoas confundiam muito. Nesses 10 anos de penta, qual a lembrança mais forte que você tem da Copa de 2002? O que eu mais gosto de lembrar, que é mais forte na minha memória, além de a gente ter conquistado o pentacampeonato, o troféu, o que eu mais gosto de lembrar é aquela bola na trave na final. Foi um momento que ficou marcado na minha carreira. Até hoje encontro torcedores que comentam. Se aquela bola na trave tivesse entrado... Foi uma coisa que me marcou bastante, porque naquela final eu surpreendi mesmo, acabei jogando muito bem e ajudando bastante o Brasil a conquistar o título. Qual foi importância da "Família Scolari" naquele título? Até a gente ir pra Copa, a gente tava recebendo muitas críticas. Até comentaram que eu iria assistir à Copa de chinelo, sentado. A pressão pra levar o Romário, todo mundo gritava o Romário. Aí uma dúvida em cima do Ronaldo. A gente se fechou ali e formou a família do Scolari. Aos poucos a gente conseguiu trazer torcida e imprensa pro nosso lado e, no final, conseguimos dar uma resposta positiva. Meia vê força para reagir na Série A e sonha com futuro de muito sucesso

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