O Ministério do Esporte (Mesp) se pronunciou pela primeira vez após polêmica envolvendo os uniformes da delegação brasileira na Olimpíada nas redes sociais. Em nota oficial, o Mesp alegou que é de responsabilidade do Comitê Olímpico do Brasil (COB) de prover os trajes.
Para além da estética dos trajes de abertura, que foram bastante criticados nas redes sociais, atletas brasileiros reclamaram da falta de material e de como receberam os uniformes.
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Um exemplo disso é o atleta José Fernando Ferreira, conhecido como Balotelli, que compete no decatlo, que compartilhou que não recebeu a quantidade de material correto. Ele também mostrou que teve que comprar sete pares de sapatilhas com o próprio salário.
"Vou passar mais de 20 horas na pista de atletismo, em dois dias de competição dividido em quatro etapas, e recebi três peças de uniforme como material. Assim que acabar as provas do primeiro dia, irei voltar pra vila e lavar logo meu material, ou competir com sujo", escreveu o atleta nas redes.
O COB respondeu à postagem feita por Balotellie afirmou que apenas parte dos equipamentos foi entregue no Brasil. O restante aguarda os atletas em Paris. “Os uniformes de responsabilidade do COB serão entregues a todos os atletas em Paris. Explicamos toda essa operação neste link”, publicou o COB. No link, está escrito: “Ainda no Brasil, os atletas recebem uniformes de viagem e de desfile, fornecidos pela Riachuelo, e Havaianas para a abertura, em ecobags. Já em Paris, todas as delegações recebem malas Peak com mais de 30 itens, variados entre masculino e feminino”.
A competidora Izabela Rodrigues da Silva, atleta do lançamento de disco, também compartilhou a frustração nas redes. Ela disse que não recebeu os conjuntos no tamanho certo.
Leia nota do Ministério do Esporte sobre Trajes Olímpicos
"É falsa a informação que o Ministério do Esporte (Mesp) seja responsável por confeccionar e fornecer kits de uniforme e equipamentos para a delegação brasileira que irá competir nos Jogos Olímpicos de Paris. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) provê as roupas de viagens, desfile, cerimônia de abertura e dia a dia na Vila Olímpica para todos os atletas brasileiros. O COB também oferece os uniformes de treinos e competições das delegações de boxe, remo, levantamento de peso, tiro com arco, pentatlo moderno e canoagem.
O apoio do Mesp se dá por meio do Bolsa Atleta, um programa contínuo de apoio financeiro mensal, que nesta edição das olimpíadas, contempla 88% dos 276 atletas classificados. Somente em 2024, são mais de 9 mil esportistas beneficiados pelo Governo Federal.
O Bolsa Atleta, considerado o maior programa de incentivo esportivo do mundo, acaba de completar 20 anos e neste mês, passou por reajuste de 10,86%, depois de 14 anos com valores congelados. Desde sua criação o programa já investiu mais de R$ 1,5 bilhão em mais de 37 mil atletas nacionais. As categorias partem de Atleta Base até Atleta Pódio, com bolsa de até R$ 16 mil por mês.
O Ministério reitera que se mantém comprometido em apoiar e promover o desenvolvimento esportivo e a participação dos atletas brasileiros, concentrando suas principais ações em áreas diretamente ligadas ao incentivo e ao suporte ao esporte nacional", publicou.
Uniformes em saco de pano?
Um vídeo postado por Thaisa em suas redes sociais levou a uma série de críticas ao COB. Nas imagens, a jogadora de vôlei aparece recebendo seus uniformes em um saco sem muita sofisticação. A crítica dos fãs surgiu a partir da comparação com vídeos de atletas de outros países recebendo uniformes em malas mais elegantes.
Reposta do COB
A avalanche de críticas após o episódio fez com que o COB se manifestasse nas redes sociais. O Comitê pulicou um vídeo em que mostra uma grande operação de logística para montar a mala de cada atleta classificado para os Jogos Olímpicos.
Segundo o COB, os funcionários responsáveis pela montagem dos kits trabalham em Paris desde dia 1º de julho. Cerca de 700 malas foram montadas.
Entregar as malas aos atletas somente já em Paris foi uma escolha do COB. A ideia, conforme o Comitê, é dar mais conforto aos atletas e evitar problemas como extravios e furtos nas viagens individuais de cada atletas.
No vídeo publicado por Thaisa nas redes sociais, ela ganha apenas as peças para a viagem e, por isso, não recebeu a mala completa ainda em Saquarema, no Brasil.
Helena Pamponet Vilaboim
Helena Pamponet Vilaboim
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