|
---|
Arena Fonte Nova inaugurada e, considerando o contexto de complexa megaestrutura, aprovada pela grande maioria dos visitantes. Entre os principais aspectos negativos que marcaram presença no clássico inaugural, a falta de estacionamento dentro do recinto esportivo incomodou bastante o torcedor que foi ao estádio. O Minuto Legal avaliou esta situação e resolveu fazer um parâmetro entre o ocorrido no jogo do último domingo e o que deverá ocorrer na Copa do Mundo e Copa das Confederações.Segundo as recomendações técnicas e requisitos para estádios de futebol, publicada pela FIFA em 2004, para estádios com capacidade para 60 mil torcedores os seus estacionamentos deverão ter capacidade para, no mínimo, dez mil vagas. É recomendado, ainda, que outras 500 vagas sejam instaladas em área cuja distância não ultrapasse 1,5 km. Mais: para o famoso público VIP, o estacionamento deve ficar preferencialmente dentro do estádio. Isto aconteceu na inauguração. Além do público VIP, a imprensa teve acesso aos estacionamento do estádio.
|
---|
Mas vamos raciocinar. A Arena tem capacidade para 50 mil espectadores podendo chegar a 55 mil, sendo que o seu estacionamento tem capacidade para cerca de 2 mil veículos. Não precisa fazer conta para perceber que o número de vagas é insuficiente. O que nos leva a concluir que, mesmo com a liberação do estacionamento, dependendo do jogo que será disputado, o torcedor certamente vai encontrar problemas para se estabelecer Arena Fonte Nova.Para otimizar o fluxo no entorno do estádio, a Transalvador interditou as vias de acesso durante a inauguração e e criou os ditos 'bolsões' de estacionamento. Ao todo foram 12 em lugares como a Avenida Sete, Mouraria e Conceição da Praia e Comércio. Quem foi ao estádio e deixou o carro em um desses pontos reclamou muito por causa da distância percorrida a pé. Sabemos que muitos dos estádios existentes no Brasil, dentre eles a Arena Fonte Nova, se encontram em regiões centrais, em meio às aglomerações de edifícios e estabelecimentos, pessoas e veículos, o que dificulta a circulação. São pólos geradores de tráfego. Em contrapartida, o contexto inovador das arenas esportivas dilata o rol de atividades ligadas ao entretenimento à disposição dos usuários, o que aumenta mais ainda a demanda por espaços, sobretudo para os veículos.Pelo menos o que nos deixa esperançosos, ou não, é que, de acordo com dados do Ministério do Esporte, somente a Copa do Mundo de 2014 irá somar à economia do nosso país por volta de R$ 183,2 bilhões até o ano de 2019 (ano em que o Brasil sediará a Copa América). Sendo que mais de um R$ 60 milhões será investido em obras direcionadas à mobilidade urbana. Mas até então nada de substancial foi feito.Arena nova, história velha. De acordo com a atual conjuntura, até o início da Copa das Confederações teremos que nos submeter a estacionamentos improvisados, em cima de passeios, em frente a garagens, sujeitos a ação de vândalos e/ou sendo “olhados” por guardadores. Embora a Arena esteja inaugurada, ainda há muito o que fazer. Afinal, todo e qualquer detalhe é imprescindível para atender às exigência da Fifa. A esperança é que tudo seja diferente na Copa do Mundo.
*Fernando Aguiar é advogado, radialista, comentarista de direito desportivo na rádio CBN e escreve a coluna Minuto Legal todas as quartas-feiras no iBahia.Leia maisInterdição do Engenhão, segurança do torcedor e responsabilidadesSobre racismo, punição a jogadores e também a dirigentesPay-per-view ou das arquibancadas, todo torcedor tem seu direitoClubes precisam ver o torcedor como investimento